terça-feira, 3 de outubro de 2023

Discografia completa revista - New Order (1980 - 2013)




 

O New Order  é uma banda inglesa de rock e música eletrônica formada em Manchester, no ano de 1980, por Bernard Sumner (vocais, guitarra e sintetizadores), Peter Hook (baixo e sintetizadores) e Stephen Morris (bateria, sintetizadores e programação) – os membros remanescentes da banda Joy Division (leia nosso texto anterior) após a morte do vocalista Ian Curtis – com a adição de Gillian Gilbert (guitarra e sintetizadores). Após a morte de Curtis, a banda decidiu cumprir os contratos de shows que tinham do Joy Division, mas decidiram que mudariam o som, a inclusão de mais sintetizadores, Bernand Sumner, assumindo os vocais e a entrada de Gillian, então namorada e futura esposa de Morris. Ao longo dos anos, eles conseguiram atingir as paradas de sucesso com vários hits dançantes, fazendo uma combinação inovadora de pós-punk com synth-pop e música eletrônica, mas ainda mantendo um pouco a melancolia, da banda anterior, apesar de criarem sons completamente diferentes.


Single "Ceremony" (1981) - Primeiro single do New Order, é uma música ...do Joy Division retrabalhada. Ela foi a última música gravada pelo Joy Division ainda com o Ian Curtis vivo e estava no álbum "Still" lançado em 1980. A nova versão para o single, tem a voz de Bernard Sumner no lugar de Ian Curtis, e agora com a adição de Gillian na banda. Esta música é realmente maravilhosa, seus acordes iniciais quase infinitos e icônicos do baixo de Hook, a voz de Sumner, tentando se desviar a melancolia do Curtis, sua bateria rítmica e os teclados eletrônicos sem sobrepor a música, de Gillian, fazem desta faixa uma delícia de escutar. Aqui o New Order mostra que não será um novo Joy, apesar do disco Movement, mostrar que parte dos elementos que fizeram a banda anterior um sucesso ainda estão lá. Hit certo.


Movement (1981) - O álbum de estreia da banda New Order, lançado pela Factury. Gravado após o suicídio do vocalista do Joy Division, Ian Curtis, no ano anterior, o álbum é uma continuação do som pós-punk sombrio do material do Joy Division, aumentando o uso de sintetizadores enquanto ainda está predominantemente enraizado no rock. Na época de seu lançamento, o álbum não foi particularmente bem recebido pela crítica ou pelo público, alcançando apenas a posição 30° na parada de álbuns do Reino Unido; a banda mudaria gradualmente para um som mais eletrônico ao longo do próximo ano. Então começamos com "Dreams Never End", uma música interessante que parece mostrar onde o New Order quer seguir, com uma música com uma atmosfera um pouco mais dance apesar da melancolia. Ela é a única música neste álbum com a formação clássica de guitarra, baixo e bateria. "Truth", segundo música, é quase um Joy Division, só muda aqui a voz do Bernard Sumner ao invés do Ian. "Senses", tem um alguns usos da eletrônica interessantes na abertura, misturada com o baixo de Hook, emulando muito barulho e metal, meio que fazendo experimentalismos e vendo onde a fronteira da eletrônica pode levar flertando com motivos de guitarra mais divertidos do que Joy Division. "Chosen Time", ainda preso nas canções do Joy Division, mas nada surpreendente com introdução de bateria eletrônica."ICB"(que dizem ser um acrônimo para 'Ian Curtis Buried', confirmado por Peter Hook), traz a introdução do baixo de Hook com a batida de Morris, e um fundo eletrônico futurista de Gillian e a voz de Sumner, tentando emular Ian novamente. É uma faixa bem transitória entre o som do JD para o som do NO. "The Him", outra faixa inspirada em Curtis, o que é bem interessante nela, é que começa bem melancólica, mas termina nos seus minutos finais bem agitada e alegre. "Doubts Even Here", a música começa com uma série de ruídos de percussão eletrônica antes de sintetizadores lentos e riffs de baixo entrarem, que eventualmente ganham velocidade mais tarde na música. E é o Peter Hook que canta e não Barney Sumner, com contribuições faladas de Gillian Gilbert. E por fim, "Denial", também com batidas eletrônicas, o baixo de Hook assume um papel melódico enquanto Gilbert fornece os graves nas canções "Chosen Time" e "Denial" e Sumner não tenta assumir um vocal Curtis...No entanto, apesar dessa continuidade com a banda anterior, o álbum Movement também sugere o som distinto do New Order em seus álbuns posteriores. Ainda sim, é um trabalho que mostra a banda meio perdida em qual caminho seguir, algo que vai mudar de album pra album nos anos seguintes, até transformar no New Order que conhecemos. O álbum chegou apenas ao 30° nas paradas inglesas (nem Top 10, como os álbuns do Joy Division), mas 1° lugar na parada indie britânica, que mostra que a banda teve uma receptividade média.


EP - 1981 1982 (1982) - E.P. que a Factory lançou no mercado para deixar a banda na ativa até o lançamento do próximo álbum que sairia no ano seguinte. As faixas são singles lançados pouco antes do lançamento do primeiro álbum Movement. "Everything's Gone Green" foi o terceiro single do New Order, lançado em dez/81, tem uma estrutura musical que vai lembrar muitos os trabalhos posteriores da banda, como alguns ecos de "Blue Monday", bom baixo e bateria bem organizados no meio da música eletrônica. "Procession", foi lançado inicialmente como o 2° single do New Order em set/81. Muita batida eletrônica, drum machine, mostra a banda em uma posição intermediária entre o pós-punk Joy Division e o light electropop New Order. O otimismo pop mais leve, com forte ênfase no ritmo. Essa "mensagem confusa" pode ajudar a explicar por que a música permanece obscura no repertório do New Order, apesar de ter sido um single. Possui um  um sabor ainda mais otimista e vocais que quase se desfazem da imitação de Ian Curtis. As letras são abstratas e difíceis de discernir, dada a densidade da mistura e a força dos outros instrumentos. A música é notável, também, porque há breves backing vocals do membro da banda Gillian Gilbert. "Mesh" foi lançado inicialmente um lado B do single  "Everything's Gone Green", e ela é bem peculiar e barulhenta, parece mais uma faixa meio experimental. "Temptation", eu considero este single como o primeiro hit do New Order, ela é mais estruturada com um toque de synthpop comercial e em alguns momentos mais caótica com ênfase em ritmos eletrônicos ao invés de melodia, seu cantarolar inicial e que vai aparecendo durante a melodia, é uma das suas características importantes principalmente por ajudar o público a cantar nos shows da banda. "Hurt" foi lançado inicialmente um lado B do single "Temptation" e segue uma batida dance muito bacana, synthpop na mesma linha da faixa "Temptation". Chegou ao 4° lugar nas paradas indies britânicas, preparando terreno para o próximo lançamento do New Order.



Power, Corruption & Lies (1983) - Segundo álbum do New Order, lançado pela Factury Records. O álbum traz mais faixas eletrônicas do que seu primeiro álbum, Movement, de 1981, com uso mais pesado de sintetizadores. A primeira faixa, "Age of Consent", é uma música linda, começa com acordes matadores do Hook, a bateria cadenciada do Morris, a voz mais suave e sem tentar ser Curtis, do Sumner e a eletrônica da Gilbert, criando uma ambientação dance muito bacana. New Order apresentou aqui o que será sua carreira a partir de agora. A música seguinte "We All Stand", dá a impressão que eles tentam voltar as origens do Joy, com um ritmo desolador característico da banda anterior mas é um bom trabalho de rock gótico, como Cure e soa muito Siouxsie. "The Village", mostra que a música anterior são apenas lembranças, pois ela retorna ao estilo rock-dance, com a voz do Sumner cantando muito mais alegre. Então chegamos a  "586", faixa baseada nos experimentos com programação rítmica do baterista Stephen Morris com o Oberheim-DMX, esta composição possui o tradicional ritmo "bate-estaca", como em "Blue Monday", que é o elemento característico da eletrônica dance desde que o grupo alemão Kraftwerk lançou a fórmula do gênero com Trans-Europe Express, em 1977. "Blue Monday", o único single deste álbum, lançado dois meses antes do lançamento, não está dentro do vinil original, só na sua primeira versão CD. E o que falar de uma faixa tão icônica ? Talvez o verdadeiro testamento da banda, e seu maior sucesso e uma das mais influentes (É considerado o single de 12 polegadas mais vendido de todos os tempos). "Blue Monday" possui  um uso extremamente inovador da caixa de ritmos Oberheim DMX e do sintetizador Moog Source. E ela faz uso de samplers de faixas conhecidas como  "Our Love" da Donna Summers (produzida por Giorgio Moroder), com inspirações nas trilhas sonoras de Ennio Morricone no baixo usado por Hook e "Uranium" do Kraftwerk. Clássico dos Clássicos. A faixa "Your Silent Face"  já é uma faixa mais relaxante mas que não deixa de fazer o uso da eletrônica e os baixos tradicionais de Hook e batidas de Morris, com uma ambientação suave dos teclados de Gilbert e a voz calma de Sumner. Esta faixa possui um arranjo claramente inspirado em "Trans-Europe Express" e, por esta razão, o New Order a apelidou de "Kraftwerk One" (KW1). "Ultraviolence", tem novamente a batida dance para as pistas de dança e é bastante pulsante. "Ecstasy", também segue o estilo da anterior, aqui fazendo uso do vocolder parar criar uma voz sintetizada do Sumner, enquanto a batida eletrônica de todo o grupo ganha força e por fim para fechar o álbum em grande estilo, a faixa "Leave Me Alone"  cria uma atmosfera eletrônica envolvente durante 1 mi e meio, quando entra a voz em estilo romântico e mais lenta de Bernard Sumner onde novamente todo o grupo trabalha em seu ritmo em uma química bacana. Por fim, chegamos a conclusão que este segundo álbum é muito melhor que o anterior, e mostra que a banda já está livre das amarras do Joy Division, achando seu próprio estilo e também influenciando gerações. O álbum melhorou em muito em relação ao anterior...Foi 4° álbum mais vendido nos charts ingleses , 1°lugar na parada indie britânica e outras boas vendagens pelo mundo. 



Low-Life (1985) - Terceiro álbum do New Order, lançado pela Factory Records. Neste álbum, o New Order aumentou bastante o uso de sintetizadores e samplers no seu som dance rock, em relação ao álbum anterior, "Power, Corruption and Lies". A banda voltou neste disco bem animada, e já deixou para trás qualquer ligação com Joy Division. Se o segundo disco eles apontaram a direção a seguir, neste terceiro eles seguiram trilhando o caminho escolhido...e a escolha foi certeira. Este álbum aumentou bastante o uso de sintetizadores e samplers no seu som dance rock, em relação ao álbum anterior. O álbum começa com "Love Vigilantes", uma delícia de música com a voz suave de Bernard Sumner e todo conjunto, com destaque para os acordes de Hook, nosso bass-hero. Ela é um afastamento do estilo usual do New Order de várias maneiras, ela é decididamente pop e mostra inspiração na música country e folk americana. "The Perfect Kiss", segunda música, continua mostrando que vieram com tudo, mais uma linda contribuição com synth-pop e dance-pop (quem nunca dançou ao escutar esta maravilha). Os temas dela incluem amor ("Nós acreditamos em uma terra de amor") e morte ("o beijo perfeito é o beijo da morte"). Uso de samplers é bem notado nela. O arranjo complexo da música inclui vários instrumentos e métodos normalmente não usados pelo New Order. Por exemplo, uma ponte apresenta sapos coaxando melodicamente e também som de ovelhas...as duas próximas canções "This Time of Night" e "Sunrise", não são muito conhecidas, a primeira tem uma batida dance com uma pegada mais balada, sem esquecer os efeitos eletrônicos e a segunda tem um início atmosférico criado em synth pela Gilbert, que segue os acordes do Hook no baixo então logo em seguida a bateria cadenciada de Morris. No meio da música, entra a voz de Sumner, em um ritmo pesado que a música toma, pois estamos falando ainda de uma banda de rock...muito boa. "Elegia", é instrumental totalmente ambient eletronic music, com inspiração em  Ennio Morricone e um tributo novamente ao Ian Curtis do New Order. "Sooner Than You Think", eu desconhecia parece tem um inicio meio Perfect Kiss, mas ganha nova pegada. Balada rock, bem construída com uma voz mais suave de Sumner. "Sub-culture", outra música linda do New Order muito bem construída, mas que eu conhecia apenas de remix, esta versão é um pouco diferente, o que não deixa de ser bonita. Fazendo uso da palavra eixo com suas possíveis conotações sexuais, a música parece ser sobre rejeição sexual, solidão e alienação em um ambiente urbano, e ela é muito dance music e rock alternativo. Ótima para um clima na pista de dança. "Face Up", a música que fecha o disco, não é conhecida mas é uma síntese de todo o álbum balada rock com toques eletrônicos voz pesada de Sumner. Com isto temos um álbum que nos deu 3 hits ("Love Vigilantes", "The Perfect Kiss" e "Sub-culture"), com outra que fez sucesso no meio das trilhas sonoras de alguns filmes e séries, "Elegia". Se o anterior já era um álbum bom, este terceiro álbum é melhor ainda, não deixando dúvida da verdadeira vocação da banda para as pistas de dança e o flete eletrônico que só aumenta de álbum para álbum. Foi 7° lugar nos charts britânicos e 1° no indie britânico. Sendo que conseguiu a distante 94° posição nos EUA e alguns discos de ouro a mais que o anterior.



Brotherhood (1986) - Quarto álbum já lançado um ano depois do último, pela Factory Records. Neste período, a banda estava em sociedade com o produtor Tony Wilson, no The Hacienda, uma casa noturna de Manchester que apresentava as músicas do New Order com exclusividade e point da moçada da cidade que amava música eletrônica. The Haçienda está altamente associado com a ascensão da acid house e da 'Madchester' e com o surgimento da cultura rave. Isto é bem notado desde o segundo álbum da banda que o caminho da música eletrônica era algo que não seria passageiro. O quarto álbum viu a banda explorando ainda mais sua mistura de estilos pós-punk e eletrônico, com a lista de faixas sendo conceitualmente dividida em "lago A rock e lado B disco ". O álbum inclui "Bizarre Love Triangle", o primeiro single da banda nos Estados Unidos e na Austrália. O disco abre com "Paradise", faixa bem interessante bem rock, cheio de batidas acústicas de Morris, baixo sutil, guitarra mais avançada e voz mais soturna de Sumner. "Weirdo", voz mais calma do Sumner, mas longe da balada anterior, um rock mais cometido nada muito surpreendente. "As It Is When It Was", é uma música que começa com guitarra ou vilão acústico, vai crescendo com baixo e depois a cadência da bateria, não consegui sentir nada eletrônico, quase que um rock-pop básico, já "Broken Promise", é um rock com batidas mais pesadas, um ritmo interessante, voz bem bacana do Sumner com refrão que gruda, não conhecia e amei, talvez a melhor do álbum até aqui. "Way of Life", continuando a tendência da música anterior e com a batida da bateria de Morris mais pesada ainda e voz mais potente, com um rock mais encorpado até agora, mesmo que as características do baixo de Hook ainda estejam bem definidas aqui. E assim terminamos o lado A, rocker...O lado B, começa com uma música que já virou um clássico e talvez seja uma das melhores da carreira do New Order, "Bizarre Love Triangle", tido como sendo uma "obra-prima do synth-pop" e "uma joia incandescente do amor por computador de meados dos anos 80". O "melhor momento pop" do New Order e creditado à sua simplicidade em comparação com singles anteriores, como "Blue Monday". Só ela, já vale o álbum inteiro. E não está ali por acaso, pois as duas faixas seguintes, "All Day Long" e "Angel Dust", continuam a tendência eletrônica para as pistas de dança, a primeira uma balada eletrônica mais lenta com a voz do Sumner mais suave e a segunda uma ótima balada eletrônica agitada com uma batida muito boa, meio que antecipando a tendência industrial que viria a seguir alguns anos depois. E por fim "Every Little Counts", uma música mais calminha com voz mais suave de Sumner e batida bem fraca, que acaba meio com um caos musical e fazendo o barulho de alguém tirando o disco da vitrola... Enfim, um disco interessante, que a meu ver tem um clássico, "Bizarre Love Triangle", e dualidade com o lado rock e o lado eletrônico-disco. Não chega a superar a meu ver o Low-Life de 1985, mas mesmo assim, merece ser escutado. Foi 9° lugar nos charts ingleses, continuando o reinado de 1° lugar sempre, no Charts inglese de música indie, mas a 117° posição nos charts americanos...



Substance (1987)  - Com um repertório já grande e audiência louca por baladas agitadas do final dos anos 80, a Factory Records, lança esta coletânea dupla que fez bastante sucesso devido as versões remix e dance das músicas conhecidas do New Order. Quem não conhecia, passa a conhecer a admirar. Foi mais ou menos nesta época que conheci esta maravilhosa banda, através deste álbum. Ela foi lançada com grande alarde, pois as músicas foram retrabalhadas e remixadas para as pistas de dança e fizeram esta coletânea parecer um lançamento de estúdio normal, o que muita gente confunde até hoje. Mesmo porque muitas das músicas, que já haviam saído nos álbuns anteriores, são mais conhecidas hoje de suas versões remix deste álbum, do que dos lançamentos normais. Uma jogada de mestre da gravadora. A primeira faixa, "Ceremony", foi o primeiro single do New Order, na verdade uma música que foi trabalhada antes pelo Joy Division,a versão de Substance é uma nova versão com Gilian Gilbert que não tinha juntado a banda ainda quando o single foi lançado. "Everything's Gone Green", foi o terceiro single da N.O. e já havia saído no E.P.  1981–1982 , "Temptation (New Version)", música que tem uma cantarolar característico na abertura que faz a galera cantar nas apresentações, está aqui em uma versão totalmente regravada, deixando ela ainda mais dançante. "Blue Monday", o clássico do synthpop e do N.O., está aqui na sua versão de 12", maior e mais arrojada para as pistas de dança. "Confusion (New Version)", single está também regravada com novas variantes eletrônicas dançantes. "Thieves Like Us", está aqui em sua versão normal e na versão instrumental como um bônus. "The Perfect Kiss", mais um clássico lindo, remixado aqui com mais batidas e variantes eletrônicas para as pistas. "Sub-culture", está reconstruída e remixada, praticamente uma nova faixa, diferente da original, que já linda. Muito bem trabalhada esta versão . "Shellshock",a versão original da trilha sonora de Pretty in Pink não foi usada, como se acredita, mas uma versão editada do remix de 12 polegadas foi reduzida para seis minutos e meio, omitindo um verso inteiro de vocais. É esta versão que aparece com mais frequência em CD. "State of the Nation", é uma versão maior de 12", mais arrojada que a original do LP. "Bizarre Love Triangle", música maravilhosa da banda, aqui tirada da versão 12", estendendo ainda mais a emoção dançante da música. "True Faith", seria a música inédita, primeiro single de divulgação do Substance, outra que virou clássico.  O Segundo CD, são muitas músicas de Lados B's que não estão nos discos lançados normalmente , começa com "In a Lonely Place", faixa ainda escrita nos tempos do Joy, foi lado B do single "Cerimony", com uma eletrônica criando uma atmosfera mais sombria. "Procession" foi o lado B de do single "Everything's Gone Green", segundo single do New Order, mostra a banda em uma posição intermediária entre o pós-punk Joy Division e o light electropop New Order. O otimismo pop mais leve, com forte ênfase no ritmo, supera o título sombrio da música. "Cries and Whispers" , foi outro lado B do single "Everything's Gone Green", com uma batida e cantos mais cometidos de Bernard Sumner, tentando ainda emular o Ian Curtis.  "Hurt", lado B do single "Temptation", está com uma versão editada no Substance, já mostrava as caracteristas que a banda seguiria, com batida forte do baixo de Hook e da bateria de Morris e com um refrão caracteristico forte, de Sumner. "The Beach" é uma versão de Blue Monday (da qual é um lado B) mais instrumental. "Confusion Instrumental", é o lado B instrumental de Confusion.  "Lonesome Tonight", lado B de Thieves Like Us, tem uma batida característica do baixo de Hook e uma voz mais suave de Sumner. "Murder" havia sido lançado em single apenas, é uma peça instrumental que contém samples de diálogos dos filmes 2001: Uma Odisseia no Espaço e Caligula, com um instrumental meio experimental.  "The Kiss of Death", foi o lado B de The Perfect Kiss, é uma versão dub típica do New Order: é um remix principalmente instrumental do lado A com efeitos adicionais; apresenta notavelmente a abertura da versão do álbum.  "Shame of the Nation", lado B de State of the Nation, é um arranjo alternativo da faixa principal do lado A, que incluía, entre outros elementos, backing vocals, uma faixa bem despretensiosa e pop. E finalmente, "1963", lado B de "True Faith", descreve um relato irônico da letra da música que a relaciona ao assassinato de John F. Kennedy em 1963, em uma batida dance e bem tranquila...sempre assim as letras irônicas e estranhas em musicas que soam alegres e na verdade...não são. Por fim o álbum  Substance pega o melhor do New Order, soma com alguns Lados B's, dá uma trabalhada nas músicas pra ficarem mais dançantes e solta as mesmas nas pistas do mundo inteiro. Formula certeira. O melhor álbum pra se conhecer a banda. Ele foi 3° Lugar nos Charts britânicos, 1° como sempre na parada Indie, a melhor posição nos States, 36°...e disco de ouro e platina em diferentes partes do mundo. Se havia qualquer dúvida sobre o New Order era uma grande boa, este álbum mostrou que não restava mais nenhuma... Eles haviam conquistado o mundo , as paradas e as pistas de dança.



Technique (1989) - Quinto álbum de estúdio do New Order, gravado pela  Factory Records. Realizado dois anos depois do sucesso de Substance, a banda estava totalmente imersa no universo da música eletrônica dançante, os membro haviam ido para Ibiza, na Espanha, onde a música eletrônica reinava. E incorpora batidas baleares e influências de acid house no som dance-rock do grupo. O álbum foi influenciado pela então crescente cena Acid House, e pelas experiências de Sumner no Shoom em Londres. Eles estavam vivendo a cultura dos clubes de dança, dos DJs do início do Techno e muita droga rolava também entre eles. O álbum começa com a faixa "Fine Time", uma faixa totalmente techno, com muito drum machine e synths e sons vocálicos usando vocolder. Já "All the Way", a faixa seguinte é um synthpop bacana, com a caracteristica normal do New Order dos seus álbuns dos anos 80. Muito mais alegre que seus sons anteriores, poderia facilmente ser sucesso nas pistas. "Love Less" é uma balada rock-pop bem bacana e "Round & Round" é uma balada típica eletro-rock do New Order, com um refrão delicioso e grande final synthpop, que faz voltas na sua cabeça do esquerdo para o direito e vice e versa."Guilty Partner", outra balada típica eletro-rock do New Order, também gostosa de escutar, bateria e baixo muito bem cadenciados e voz suave e integra do Sumner.  "Run", é uma música deliciosa, um synthpop muito bem construído, no melhor estilo das melhores baladas do NO, realmente adoro. "Mr.Disco", é uma soma entre batidas dance com rock e a voz cadenciada e sensível de Sumner, a faixa seguinte "Vanishing Point", é a meu ver, a melhor música do álbum disparado, e isto sem menosprezar "Round & Round" e "Run", duas faixas sensacionais. Vanishing Point tem a melhor mistura de eletrônica com rock, tão viajante que fico horas imaginando como a banda chegou até ela, depois de compor clássicos atemporais...mas infelizmente, esta música meio que se perdeu no tempo, mas no meu coração, sempre irá tocar ! E finalmente o álbum termina com "Dream Attack", outra balada pop, rock, synth bacana, com batida eletrônica cativante e com química perfeita na execução de todos seus integrantes. O álbum é ótimo, creio que depois de Substance (que é coletânea na verdade), seja o meu segundo álbum preferido da banda. Eles conseguiram chegar ao final dos anos 80 íntegros e influenciadores de novas bandas ao longo dos anos. Não vejo aqui neste álbum com canções muito mais alegres, vestígios do Joy Division, que ficou a anos luz de distância agora...E pela primeira vez na sua história (juntando também os tempos de Joy), o New Order era numero 1 no Reino Unido e nas paradas indies ao mesmo tempo (onde nunca deixou de reinar) , chegando também a melhor posição nos EUA, 32° na Billboard. O álbum foi disco de ouro em vários países.


Bonus: "World in Motion" (1990) - Single do New Order, lançado pela Factory Records, como música oficial do English Team na Copa do Mundo da Itália em 1990. Foi a última gravação da banda antes do primeiro hiato deles, quando cada membro foi trabalhar em projetos paralelos diferentes e só retornariam em 1993... A música em si, é bem alegre, despretensiosa e totalmente comercial, com ufanismo do refrão para o time inglês na Copa. Inclusive alguns jogadores fazem backing vocal, e uma parte meio RAP, dentro de uma música bem dance, bem ao estilo...Pet Shop Boys..(creio que o Bernard Sumner, já estava colaborando com os membros do PSB, no projeto Electronic).



Republic (1993) - Após 4 anos sem lançar um álbum, o New Order retornou em 1993, para seu sexto álbum de estúdio e o primeiro pela gravadora  London Records (em associação com a Warner Music nos EUA), após abandonarem o selo Factory. Segundo o baixista Peter Hook, a banda foi forçada a fazer o álbum para salvar o The Haçienda, um clube de Manchester parcialmente propriedade da banda que estava perdendo muito dinheiro. A banda também foi informada de que, se não produzisse outro álbum, a Factory Records iria à falência e os membros da banda, que haviam garantido empréstimos para a Factory e o clube, ficariam arruinados financeiramente. Ao mesmo tempo que Hook e Sumner estavam brigando internamente pelo controle da banda. Neste período, os músicos estavam trabalhando em projetos paralelos e se reuniram para lançar este álbum, com os 4 membros originais: Sumner, Hook, Morris e Gilbert. Se acham que irão encontrar um álbum inferior...estão enganados...mas demorariam mais um tempo para fazer outro...novamente partindo para seus trabalhos paralelos. "Regrat" é uma das faixas maravilhosas, uma das melhores músicas dos anos 90 (uma década só do hard rock, experimental, techno pop e outras praias), mostrando que o New Order voltou com tudo e afiado. Balada rock linda que chegou a fazer muito sucesso no Brasil devido a trilha de novela da Globo. "World", a segunda faixa e single, também foi outro sucesso estrondoso, com batidas techno-dance e balada rock, mostrava uma grande versalidade da banda. Só "Regrat" e "World" já valiam o álbum inteiro. Que ainda tinha mais coisas..."Ruined in a Day", também viro single, apesar de não ter tido o mesmo sucesso das duas primeiras, um som bem mais eletrônico de balada com batida mais relaxada, sem muitas pretensões. "Spoock", outro single que não fez muito alarde, feito para as pistas de dança, com muito drum machine, e pegada mais eletrocash, com o uso de vocoder. "Everyone Everywhere", é uma balada electro-rock, com um som parecido com Depeche Mode ou Duran Duran, e não exatamente N.O., o que é interessante. As três faixas seguintes,  "Young Offender", "Liar" e "Chemical", são baladas rock-synth-pop caracteristicas do N.O., que apesar de serem até dançantes, mas parecem que estão ali pra ser para preencher o material do álbum, a faixa seguinte "Times Change", tem uma pegada de RAP na faixa, que faz lembrar bastante "West and Girl" do Pet Shop Boys, o que por si só é bastante interessante. "Special", é um eletro dance rock alternativo, com batidas eletrônicas e linha de baixo de Hook com voz mais suave de Sumner. Por fim, o álbum finaliza com uma faixa instrumental eletrônica mais lounge, chamada "Avalanche". O certo é que muitas faixas do álbum são uma mistura de alternative pop, dance-rock e synthpop, dois singles que ajudaram a vender bem, e se tornaram clássicos nos shows, o álbum em si, não supera seus anteriores. Parece que a banda começou bem, mas deixou no piloto automático na metade final. As diferenças criativas da banda já eram muitas...e eles só se reuniriam de novo 5 anos depois...O álbum puxado por seus dois singles (e outros dois sem muito apelo), levou a banda novamente ao 1° lugar de vendas no Reino Unido, 5° na Austrália e 11° posição nos EUA, onde conseguiu sua melhor posição insuperável até hoje. 



The Best of New Order (1994) - Coletânea lançada pela gravadora  London Records. O grupo entrou em hiato devido a tensões e disputas durante a gravação e turnê de seu álbum de 1993, Republic, que havia sido o primeiro álbum que o grupo lançou pela London Records, e com o grupo anunciando poucas intenções de trabalhar juntos em um futuro próximo, a gravadora seguiu em frente compilando The Best of New Order. A compilação consiste principalmente em mixagens  dos singles de sete polegadas do grupo de 1985 em diante. Novas versões de "True Faith", "Bizarre Love Triangle", "1963" e "Round & Round" aparecem em mixagens alternativas. A coleção também inclui uma faixa que single, "Vanishing Point" (do LP Technique ), embora a música já tenha sido popularizada como tema da série da BBC Making Out . Apenas "Thieves Like Us" (a faixa mais antiga incluída, de 1984) aparece da mesma forma que na compilação anterior, Substance. Um destaque interessante, "Touched by the Hand of God"(87), que fez parte da trilha sonora do filme  Salvation!, e não estava em nenhum LP oficial da banda, pode ser escutada aqui também, uma musica com uma pegada dance e um refrão pegajoso mas gostoso de se escutar. "Run 2", a principal diferença com a "Run" original é que a música se tornou mais compatível com o rádio, editando a maior parte do longo instrumental e acrescentando-a com uma repetição final do refrão. A mixagem de Scott Litt retira muito do eco e das camadas de sintetizadores e, no lugar, centraliza a mixagem no vocal de Sumner e no baixo de Peter Hook.  "Blue Monday '88", é a versão do Substance. Esta coletânea então ajudou a popularizar ainda mais o New Order, apesar de "Substance" ter um impacto muito maior e melhor selecionada, mas ela cumpre o seu dever de apresentar as mais conhecidas e os remix mais interessantes dos clássicos da banda. Foi 4° lugar no Reino Unido e 78° nos States. Ganhou discos de ouro e platina.



The Rest of New Order (1995) - A London Records, aproveitando o grande retorno da coletânea The Best of em 94, lançou no ano seguinte "O Resto do New Order", por assim dizer, esta coletânea veio nove meses depois, desta vez os compiladores reuniram uma seleção de remixes mais antigos junto com novos remixes especialmente encomendados. Os remixes de "Blue Monday", "Confusion", "Touched by the Hand of God", "Bizarre Love Triangle", "Age of Consent", "Temptation" e "Everything's Gone Green" foram todas novas reinterpretações radicais. Os quatro singles do Republic são representados com remixes que já haviam aparecido como B-sides. A mixagem mais antiga incluída foi a versão de Shep Pettibone para "True Faith" de 1987. A primeira faixa trás "World" (Perfecto Mix), um remix muito bem interessante, que desacelera a faixa ao mesmo tempo que incluem batidas, mas não deixa descaracterizar a música em si, ótimo remix. .A segunda faixa "Blue Monday" (Hardfloor Mix), cabe uma pergunta...a música mais icônica do New Order, que por sua vez tem sua popularidade por causa de seu remix de 1988 do Substance, ganharia ou perderia com um novo remix ? Bom o apresentado aqui faz uma aceleração da música, incluem efeitos e batidas mais dances e muda a voz de Sumner pra robótica, e quase tira os acordes famosos do Hook em seu baixo...então , este remix apesar de não descaracterizar a faixa, não supera obviamente o original, mas não prejudica a música. Vamos dizer que é um remix desnecessário, mas é somado a riqueza da original (isto é, do remix 88).  "True Faith" (Shep Pettibone Remix), começa com batidas rápidas para as pistas, e logo entra a música em si , mas ela perde força com mais batidas, meio que derrubando a música conhecida , um remix fraco.  "Confusion" (Pump Panel Reconstruction Mix), são 10 minutos que parecem uma eternidade, não acaba mais, de música remixada que simplesmente mata a original (que nem percebemos), devido ao loop infinito criado pelo remix. "Touched by the Hand of God" (Biff & Memphis Remix), é um remix mais lounge desacelerando a faixa principal, tem alguns bom momentos mas a duração prolongada , 10 mim, acaba tirando um pouco o brilho, mas não é de todo descartável. "Bizarre Love Triangle" (Armand van Helden Mix), versão remixada com batidas sem fim que estraga toda a essência da música. Um péssimo remix... "Everything's Gone Green" (Dave Clarke Remix), é um remix lounge que desacelera a versão original e deixa ela menos interessante. "Regret" (Fire Island Remix), com seus 7 minutos de remix lounge, tira o rítimo original, descaracterizando a mesma, sem criar algo realmente bom , "Age of Consent" (Howie B Remix), é lounge remix, que simplesmente destrói a música ao arrancar o que ela tem de melhor...o baixo cadenciado de Peter Hook e por fim "Spooky" (Magimix), faixa de uma música que nem tem muita representatividade na carreira do NO, então seu remix é até interessante, apesar de soar bem diferente da original mas também tem alguns ganhos, nada que mereça muita atenção. Então, "The Rest of..." é um disco meio caça-níquel da gravadora, pra poder ganhar mais alguns trocados e dar mais um pouco de relevância ao New Order nos clubes de dança, adicionado a cultura DJ eletrônica totalmente a ele.  Por incrível que pareça, foi TOP 5 nos charts britânicos, mostrando sim...New Order tinha ainda muita relevância uma década depois...



Get Ready (2001) - Sétimo álbum, 8 anos depois do último álbum de estúdio lançado, novamente pela London Records. Não, o New Order não tinha acabado, apesar dos constantes rachas internos e seu projetos paralelos, então demorou bastante tempo para juntar a banda de novo...E o que sentimos depois de tantos anos de espera ? Uma banda diferente, mostrando que são bastante imprevisíveis. Os dois primeiros singles, foram muito bem trabalhados e tiveram boa recepção inclusive sendo bastante divulgados na MTV : "Crystal" e "60 Miles an Hour", já mostra um New Order muito mais com uma pegada rock, com a eletrônica apenas criando um ambiente de fundo pra deixar um clima mais moderno pra o início de século, são muito rock-dance-alternativo com um pé no indie 2000. Chrystal inclusive está entre 10 melhores músicas criadas pelo NO. A próxima, "Turn My Way" .... apresenta um convidado nos vocais, ao lado de Bernard Sumner,  Billy Corgan do  Smashing Pumpkins, uma banda que tem profunda influência do New Order. A faixa por sua vez, ganha bastante com Sumner e Corgan juntos, dá realmente ar somado de New Order com Smashing Pumpkins, o que deixa a balada atual e agradável. Até aqui estas três faixas já fazem do disco, um dos melhores daquele ano, uma espera que realmente valeria a pena após este hiato da banda. A seguinte, "Vicious Streak" é uma balada rock mais lenta com um clima eletrônico de fundo parecido com a banda francesa A.I.R., já "Primitive Notion", é uma faixa mais rápida, que começa com um clima meio Joy Division, mas logo se transforma em um rock dançante e mais pesado do que o habitual da banda com uma eletrônica mais sutil, mesmo assim, com uma batida legal do baixo de Hook e a bateria cadencia de Morris. "Slow Jam", uma faixa rock que cresce em batidas pesadas e tem muito a ver com o rock dos anos 90/2000. "Rock the Shack", mais um rock mais atual, com vocais mistos de Sumner e Robert Gillespie, vocalista do Primal Scream, o que dá uma pegada de rock alternativo do novo milênio. "Someone Like You", foi o terceiro single do Get Ready, é um rock pop com pegada mais juvenil, mas longe da proposta musical normal da banda, não é algo muito chamativo, alias, é bastante simples, creio que outras músicas aqui neste álbum poderia ter sido um single melhor. "Close Range", batida bacana, balada interessante, mais uma vez um som voltado para as bandas da época. "Run Wild", lenta, quase acústica que se vale até de uma orquestra, baladinha leve, lembra até um pouco o U2 das baladas mais softs. Em resumo, pra uma banda que ficou muito tempo parada, que veio dos anos 80 onde foram muito prolíferos e quase não fizeram nada na década seguinte, este álbum no início do novo milênio mostra um New Order, muito mais rock com uma pegada mais na guitarra, com a eletrônica apenas para criar um ou outro ambiente, nada de remixes e com parcerias interessantes, que faz o disco de uma banda tão influente, ter sons influenciados por exemplo, do brit pop e do som do início do novo século, mostrando eles cada vez mais atuais e é sempre bom uma banda fazer colaborações e se mostrar sempre atual com o som da época e não ficar preso apenas ao passado . O único porem aqui, foi que seria o último disco com os integrantes originais, pois no próximo , não teremos mais a Gillian Gilbert, esposa do Morris, que deixou a banda pra cuidar do filho autista que requeria cuidados (ela retornaria em um futuro mais pra frente)... O álbum atingiu o 6° lugar das paradas britânicas , 41° na Billboard americana e alguns discos de ouro e platina...mas novamente, teremos novo hiato por causa das diferenças criativas e trabalhos paralelos...



Waiting for the Sirens' Call (2005) - Oitavo álbum do New Order, desta vez os fãs só tiveram que esperar 4 anos...Lançado pela London Records no Reino Unido e pela Warner Music no resto do mundo. O álbum foi lançado em um momento em que a banda experimentava um reconhecimento sem precedentes na mídia, devido a filmes sobre a trajetória do Joy Division e as várias bandas que se deixou influenciar pelo New Order ao longo dos anos. Aqui marca também o segundo retorno da banda ao Brasil em 2006 (na qual eu estive presente). A banda agora conta com os integrantes Bernard Sumner, Peter Hook, Stephen Morris e o novo integrante Phil Cunningham, que assumiu as guitarras e sintetizadores já que a Gillian Gilbert havia deixado a banda. A primeira faixa é "Who's Joe?", uma balada rock mais lenta, seguida da contagiante "Hey Now What You Doing", balada rock muito bem trabalhada, mostrado a banda bem antenada com o rock. "Waiting for the Sirens' Call" (terceiro single) e homônima do álbum, junto com "Krafty", foram singles deste álbum, e por mais que sejam músicas legais, a primeira um rock balada suave e a segunda, calcada um pouco no ínicio com eletrônica, relembrando a batida do Kraftwerk, por isto o nome, não chegaram a impressionar quando lançadas, mesmo com toda relevância da banda. Mas volto a repetir, são boas. As duas seguintes, "I Told You So" e "Morning Night and Day", são músicas com batidas dance, a primeira com uma sequencia de drum machine mais techno, então uma eletrônica mais voltada ao novo milênio com uma melodia dance music, sem esquecer o sequenciamento eletrônico e um pouco de guitarras e distorções de rock... a segunda, seguinte, tem um início mais lento que vai crescendo até se tornar em outra dance music com sequenciamento de eletrônica digital com uma melodia mais rápida que a anterior e não esquecendo a batida rock, tudo mostrando uma contemporaneidade com a música do período. "Dracula's Castle", é uma música muito legal, uma típica balada New Order, com todo o conjunto da banda, somado ao baixo característico do Peter Hook, que já estava sentindo falta desde o começo do álbum. Poderia facilmente ter sido um single deste álbum. "Jetstream", foi o segundo single do álbum, apresenta uma colaboração vocal de  Ana Matronic , vocalista da banda  Scissor Sisters, que por sua vez dá um ar de modernidade a faixa, que alias, lembra até um pouco o Garbage, com aquela apimentada linha de baixo do Hook e alguns efeitos de vocolder no vocal de Matronic. "Guilt Is a Useless Emotion", é uma balada mais eletro pop, interessante, mas  a seguinte "Turn", é uma balada rock , melhor que a anterior, com vocal bem harmônico do Sumner e pegada legal do baixo de Hook, com bateria interessante do Morris, inclusive, merecia ser single. Por fim, "Working Overtime", que encerra o álbum, é uma balada rock com pegada na guitarra pesada e baixo do Hook, criando uma melodia muito bacana e dançante, com um ou outro efeito eletrônico (quase não se sente). O álbum mostra do New Order, tentando se distanciar cada vez mais da EDM e eletrônica dos seus primeiros álbuns e se voltar mais para o rock de balada e sem melancolia. É um álbum legal, muitas boas. Vale a conferida. Infelizmente, foi o último álbum do Peter Hook que deixou a banda em 2007 e alguns anos depois processou seus antigos companheiros por voltarem a banda sem o consentimento dele. E foi praticamente o álbum que trouxe a banda ao Brasil em 2006, nos shows que eu estive presente. Foi Top 5 nos charts britânicos e posição 46° lugar na Billboard americana.



Singles
(2006) - Mais uma coletânea do New Order, lançado pelos selos London(Reino Unido) e Warner Bros(internacional). Coletânea baseada totalmente nos singles de 7" da banda, lançados até o lançamento do álbum Waiting for the Sirens' Call. Muita coisa já havia sido publicada antes, mas ainda assim é uma boa pedida pra quem quer conhecer a banda agora, pois tem músicas de várias fases do grupo. Chegou a 14° lugar nas paradas britânicas e ganhou alguns discos de ouro. 



Lost Sirens (2013) - Novo álbum do New Order. Lançado pela London Records no Reino Unido e pela Warner Music no resto do mundo. Mais uma espera longa pois em 2007, o baixista e um dos fundadores Peter Hook decidiu sair da banda e começou uma disputa jurídica entre Hook e os remanescentes do New Order, que chegaram a anunciar novo projeto chamado Bad Lieutenant. Este álbum foi gravado logo em seguida a "Waiting for the Sirens' Call",  com Hook ainda na banda, mas logo após sua saída, os trabalhos do mesmo foi encerrado e o material arquivado. Em 2013, a gravadora London Records, conseguiu lança-lo, com 8 músicas gravadas. Então podemos dizer que seria o último álbum da banda com Hook, mesmo ele tendo saído alguns anos antes. O álbum começa com "I'll Stay with You", é uma ótima música com o espírito do New Order, começa com uma introdução eletrônica meio eletro-cash, mas parte para uma balada rock muito bem executada com todos os membros mostrando uma ótima sintonia."Sugarcane", tem um começo legal bem trabalhado e logo vira uma balada de salão interessante, a seguinte, "Recoil", é uma balada lenta e mais calma, como se fosse a hora de dançar coladinho..."Californian Grass", é uma balada com ar moderninho e tom mais suave na voz de Sumner. "Hellbent", é uma balada rock bem ao estilo das bandas mileniais. "Shake it Up", é uma balada que tem um começo bacana, com uma pegada meio electro-cash com eletrônica e rock, fazendo até uma similaridade com bandas como Gargage. "I've got a Feeling", penúltima faixa, bem despretensiosa, começa lentinha depois passa para uma baladinha básica com batidas e voz cadenciadas, mas pro final ganha mais metais e um refrão mais interessante. "I Told You So", começa com fortes batidas, guitarras distorcidas, e cadenciamento musical dos instrumentos, entra a voz de Sumner, lembrando as primeiras canções do New Order, depois ele puxa um coro mais discursado, então temos o baixo de Hook e mais pro final fica mais pesado. Esta é a melhor faixa deste álbum e poderia ser seriamente um single da banda. Incrivelmente, Lost Sirens, não teve singles e nem muita promoção pois os integrantes estavam passando pelos problemas jurídicos com a saída de Hook. Então a meu ver, é um álbum cheio de baladas despretensiosas, longe das grandes baladas que fizeram o New Order uma das maiores bandas do mundo. Álbum de 8 faixas, possivelmente sobras do álbum anterior. Fica mais pra curiosidade ou fechamento do ciclo da banda. Não teve o mesmo sucesso que os anteriores, 23° lugar nas paradas britânicas e 174° na americana...



A discografia do New Order está sendo encerrada aqui, mesmo com a banda retornando com álbum novo em 2015 com Music Complete, mas é uma banda sem Peter Hook, seu fundador, mesmo que tenha o retorno da tecladista Gillian Gilbert, a falta do baixista fundador da banda muda muita coisa. Hook, nunca aceitou este retorno e processou seus ex-colegas nos tribunais pelos direitos. Atualmente o New Order continua sem ele mas só o tempo dirá que Hook voltará um dia a tocar com seus ex-companheiros. O próximo passo agora é destrinchar uma discografia com todos os projetos paralelos dos membros do New Order, inclusive falaremos sobre o retorno da banda sem Hook em breve. Aguardem novo post....


Conclusão: New Order sempre foi um mistério para mim, quando comecei a escutar a banda no final dos anos 80, foi por causa de Substance, desde então vinha acompanhando bastante o som deles. Em 2006, estive em um show da banda, ainda com Peter Hook no baixo, antes da saída definitiva. E foi um show legal, apesar que ao vivo, ainda devam bastante, no que fizeram em estúdio. Eles influenciaram toda uma cultura musical ao longo de 4 décadas, saíram das cinzas do Joy Division, que já era uma banda icônica, para criar uma outra banda com um som cada vez mais distante e diferente da sua banda anterior. O que foi sempre legal nela, foi a dualidade entre o rock e a música eletrônica, a ponto deles quase serem uma banda rock-DJ, mas mudaram totalmente o som para estarem juntos aos sons do novo milênio. Adaptou bastante ao cenário musical e seu legado será ainda bastante discutido ao longo dos anos. Vale muito a pena. Não existem discos ruins, só alguns álbuns diferentes o que por sua vez, é ótimo. Dentre os inúmeros artistas e bandas que o New Order influenciou estão artistas dos mais variados estilos musicais como :  The Chemical Brothers, Fatboy Slim, Underworld, Moby, Nine Inche Nails ,  Smashing Pumpkins, Suede, Skrillex, The Killers, Hot Chip, LCD Soundsystem, The Rapture, Cut Copy e até Röyksopp.


Nota para banda :  5 de 5


Nota para Composições: 4 de 5