terça-feira, 18 de junho de 2024

Ramones (1974 - 1996)



Ramones foi uma das bandas mais emblemáticas do underground novaiorquino nos anos 70, considerados como o pai do movimento punk, ajudando a promover um movimento de renovação do rock e exportando o mesmo para as praias inglesas e consequentemente para o resto do mundo. Eles surgiram em Nova Iorque direto do distrito de Queen, área muito barra pesada nos anos 70. Praticamente 4 rapazes desocupados, que mau sabiam tocar mas que queria apenas mostrar seu rock para as massas ...ou quem quer que aparecesse na frente deles. Fizeram shows em circuitos reduzidos e underground de NY, mas logo se transformaram em uma grande atração do CBGB's, um bar inaugurado em 74, que deixava bandas novas tocar, onde saíram não só Ramones...como Talking Heads, Blondie, Pat Smith e tantos outros. Os Ramones foram pioneiros e líderes que consolidou a base do estilo musical com suas composições simples, minimalistas e repetitivas, depois intitulada como Punk Rock ! A banda começou como um trio Joey Ramone (Vocal) Tommy Ramone(Bateria) e Dee Dee Ramone (baixo) e posteriormente Johnny Ramone (guitarra). Mas ao longo dos anos, desentendimentos fizeram que alguns deles saíssem e dessem lugar a outros membros.



Ramones (1976) - Primeiro álbum, homônimo da banda. Lançado em 1976 ano que podemos dizer, começou o punk, através da gravadora independente Sire Records. O então quarteto original: Joey, Tommy, Dee Dee e Johnny entraram no estúdio para tirar de lá um álbum ou panfleto de um novo rock...as voltas a origem. Já começa com três acordes e um som cru mas juvenil da faixa "Blitzkrieg Bop", primeiro single e com um refrão pegajoso: Hey, ho! Let's Go!, expressão baseada em um grito de guerra. A música alias, sempre esteve presentes em coletâneas e gravações da banda e é bastante simbólica, nascendo ali um clássico. Segue com  "Beat On The Brat" , outra faixa rock'n'roll com boa pegada com os mesmos acordes com um refrão bastante cômico e juvenil com letras até violentas tipo: Oh, sim, oh, sim, uh-oh...bata no pirralho...com um taco de baseball. Isto mostra que os caras não vieram pra brincadeira. "Judy Is A Punk", a seguinte é outra pauleira punk que tem sobrevivido ao longo dos anos, não é melhor que as anteriores, mas praticamente os caras não conseguem parar. "I Wanna Be Your Boyfriend" , a primeira balada do álbum, aqui um clima meio anos 60, resgate de um som bastante perdido, segundo eles, com uma letra inocente sobre namoro. Na sequência "Now I Wanna Sniff Some Glue", "I Don't Wanna Go Down To The Basement" e "Loudmouth", parece seguir quase a mesma linha de baixo/guitarra altos e pesados com bateria desenfreada. As próximas tem poucas variações como as anteriores, "Havana Affair" tem uma letra cômica sobre um agente duplo cubano espionando para CIA. Já "Listen To My Heart", tem uma pegada com variações na música, o que deixa ela bem mais interessante e é uma música com a marca registrada da banda que usa o 1,2,3,4 e rola o som...com uma letra romântica muito simplista, mas o que importa é o rock. "53rd & 3rd" , parece se tratar sobre prostituição masculina de um ex-veterano do Vietnã, mas continua como um rock pesado."Let's Dance", é o que a música diz, uma letra sobre dançar com a namorada e nada mais e a canção não varia muito. Chegamos a "I Don't Wanna Walk Around With You", é uma pauleira punk interessante pois possui variações na canção e o álbum finaliza com "Today Your Love, Tomorrow The World" mais um 1, 2, 3, 4 sem variação, mas com uma letra de temática meio nazista, o que pode ser polêmico, mas acredito que seja uma crítica. Então senhoras e senhoras aqui está o debut dos Ramones, com um álbum juvenil bem cru, com algumas baladas e no mais, parece ser uma mistura de crítica social com estórias de gente comum tentando um lugar ao sol com amores furtivos, racismo, nazismo, prostituição e drogas. Tão simples assim mas pesado em uma época conturbada, dificilmente você diria que a banda teria um lugar no panteão dos grandes do rock'n'roll...talvez porque ninguém fazia algo tão simples assim e barulhento...mas deu certo para eles. O álbum chegou a ...100° lugar nas parada da Billboard...


Leave Home (1977) -  Segundo álbum dos Ramones lançado no ano seguinte ao primeiro álbum, pela Sire Records. Em 1976, o mundo ficou chocado com o primeiro álbum do Ramones. O disco, que levava o nome da banda, chamava a atenção pelas músicas simples, rápidas e que grudavam fácil na cabeça, e ali o punk rock começou a nascer e tomar forma. Nesta segunda vinda dos Ramones, começamos com "Glad to See You Go", musica que tenta grudar um refrão logo de cara no meio da cena pauleira punk falando de um relacionamento abusivo com uma garota e citando o infame Charles Manson. Segue "Gimme Gimme Shock Treatment", outro rock curto e grosso, mas juvenil que fala sobre uma pessoa gostar de um tratamento de choque pra se sentir melhor. "I Remember You", um rock balada com letra simplória sobre lembranças de uma antiga namorada. "Oh Oh I Love Her So", aqui o rock da banda já está mais bem produzido, é uma balada bacana não soando apenas o mais do mesmo do álbum anterior, com outra letra sobre amor-namorada-rolê por NY. "Carbona Not Glue", é pauleira comum da banda, mas "Suzy Is a Headbanger", tem variações na música o que deixa ela mais interessante sobre uma garota metaleira com uma mãe...nerd. "Pinhead", é uma paulera punk com o refrão icônico dos Ramones, Gabba-gabba-hey..."Now I Wanna Be a Good Boy", uma paleira de um rapaz arrependido por ter sido um garoto mau e que agora quer ser um garoto bom. "Swallow My Pride", é uma balada roqueira que lembra depois o que os Raimundos do Brasil fizeram e "What's Your Game", é outra balada interessante com variações dentro da música diversificando um pouco. "Califórnia Sun", é uma pauleira comum e divertida com letra sobre ir pra California onde tem mulheres lindas e muita diversão. "Commando" tem um refrão interessante e muita pegada punk sobre soldados que servem tanto na Alemanha quanto no Vietnã. "You're Gonna Kill That Girl", parece sem muita variação e sem noção sobre violência a uma garota na rua testemunhado por alguém e "You Should Never Have Opened That Door" tem variação, uma pegada pesada e refrão instigante e letra sobre um serial killer...Então em termos gerais este segundo álbum segue a mesma fórmula do anterior, apostando na simplicidade. Existe uma ligeira evolução na produção, o que tornou o som mais legal ainda. O resultado? Um ótimo disco, que figura entre os preferidos pelos fãs da banda, principalmente os que gostam dos primeiros lançamentos. E a meu ver, algo que apesar da pauleira e sem identificar hits (como o primeiro álbum), tem esta pequena evolução, o mesmo porque os fãs do punk, não gostam muito de variações radicais. E dá para ver que muitas bandas aqui no Brasil (sem contar no resto do mundo), beberam nesta paulera direta dos caras, sinto isto quando escuto Legião, Raimundos ou Plebe Rude. O álbum no mainstream chegou apenas a 148° lugar na Billboard, muito pior que o primeiro álbum, mas conseguiu pontuar do outro lado do Atlântico chegando aos charts britânicos na 45º posição fazendo a molecada de lá pronta para fazer o punk como ordem do dia...

Rocket to Russia (1977) - Terceiro álbum produzido pela Sire Records, realizado alguns meses depois do segundo e já mostrando a banda em perfeita harmonia e bastante criatividade. Foi o último álbum do baterista Tommy Ramone, que passou a ficar na produção. "Cretin Hop" começa com a paulera habitual da banda, mas já sentimos aqui uma evolução da melodia não apenas agitada, mas tentando encaixar uma certa harmonia e a letra sobre uma dança de pessoas cretinas e um coro 1,2,3,4 no refrão, não no começo da música que é habitual deles. "Rockaway Beach", faixa com muita agitação e com ligação nos anos 60 e a música de praia daquele período, o surf rock. "Here Today, Gone Tomorrow", esta faixa é uma balada meio ausente do álbum anterior, mostrando que a banda já estava querendo agradar vários fãs. A letra fala de uma desilusão amorosa. Gostei muito. "Locket Love" é uma balada agitada e romântica (apesar de ser pesada). "I Don't Care" faixa pauleira com variação com letra simples e rápida."Sheena Is a Punk Rocker" faixa que é parte dos hits da banda, bastante conhecida com ritmo frenético, bastante influencia pelo surf rock e anos 60 e baseada em quadrinhos. "We're A Happy Family" paulera e crítica a composição familiar o que parecia ser bem comum da origem dos membros da banda. A música inclusive tem uma parte falada meio cacofônica. "Teenage Lobotomy"  mais uma conhecida pauleira punk rock. "Do You Wanna Dance?" , cover de uma conhecida canção dos anos 50 regravada dezenas de vezes, aqui uma paulera rápida e direta.  "I Wanna Be Well", esta faixa merece um destaque, eu conheci ela na faculdade dos colegas de república que cantavam o dia inteiro onde eu mesmo passei a cantarolar por muito tempo...sem nunca tê-la escutado. Agora, 30 anos depois, eu escutei e achei bacana, é uma balada até lenta mas cujo refrão fica pregado na cabeça. "I Can't Give You Anything", punk rock com refrão pegajoso mas engajado, muito interessante sobre um cara pobre pedindo pra trazer coisas saqueadas pra casa..."Ramona", uau, uma baladinha romântica legal cheia de variações, sobre uma garota chamada Ramona, possivelmente uma fã da banda homenageada. "Surfin' Bird"  é outro cover, lançado originalmente em 1963, com os Ramones fazendo uma grande versão bem punk misturado com surf rock, embala bastante. "Why Is It Always This Way" é mais um punk rock bem construído com ecos do som dos anos 60, mas cuja letra é de uma lembrança de uma garota que se suicidou... Novamente, os Ramones contra atacam, desta vez, demitindo todo o obvio das duas produções anteriores, mostram cada vez mais refinados, atualizados, com um som cru, mas com ligações com o surf rock e anos 60 além de outras influências sem esquecer a paulera punk e suas letra acidas. As músicas estão cada vez mais trabalhadas neste terceiro disco. O álbum conseguiu recuperar e ir além nas posições da Billboard americana chegando a 70° lugar e 60° no Reino Unido, já influenciando o movimento punk inglês que logo geraria The Clash e Sex Pistols. Melhor álbum da banda até aqui.

Road to Ruin (1978) -  Quarto álbum produzido pela Sire Records. O primeiro álbum com Mark Ramone na batera que ficou no lugar de Tommy que partiu apenas para produção dos álbuns da banda. A banda já eram referência e lenda viva neste período curto de tempo. O Punk estava se difundindo no mundo, principalmente no Reino Unido e os Ramones não paravam de produzir música e fazer shows. O álbum começa com "I Just want to have something to do", que alias é um musicão, pesada com variações e refrões fáceis de grudar na cabeça, virou hit fácil. Segue para "I Wanted everything" outra paulera interessante que depois influenciou...Polícia do Titãs, então chegamos a "Don't Come Close" , uma balada com batida forte e lembrando as músicas do disco anterior, um pouco de surf rock e aqui consegui até sentir uma 'chorada de guitarra', comum do mainstream do rock, que alias, eles estavam afastados quando começaram. Temos em seguida "I don't want you", paleira mais no ritmo comum dos primeiros álbuns da banda. "Needles and Pins"  é uma balada cover da banda The Searchers de Sonny Bono, sobre uma obsessão a uma garota e como usar alfinetes e agulhas pra causar dor.. "I'm Against It", mais uma paulera punk sobre não gostar de nada...nem de religião ou...burger king...é uma música de protesto juvenil punk total. "I Wanna Be Sedated", esta música é sensacional, pois é um dos maiores hits da banda, sobre uma vida agitada dos próprios que seria melhor se tivessem sedados..um rock que deixa muita gente agitada. "Go Mental", mais uma paulera punk desta vez com letras cantadas de forma mais lenta sobre ser um intelectual e ser idiota parecendo se trata de um doente mental que matou a própria família. "Questioningly", uau, uma baladinha lentinha meio anos 60 legalzinha, alias, não imaginaria o Ramones tocando isto...surpresa interessante e a letra fala de uma desilusão amorosa. "She's the One", balada mais pesada e com refrão pegajoso e interessante, dá pra chacoalhar, esta aqui uma pegada amorosa e romântica, sem dramas de desilusões. "Bad Brain", já pula novamente para uma paulera, mas com variações bem interessantes, principalmente no final e letra de um cara que foi nota 10 na escola e agora estava perdido e desiludido. E fecha o álbum pela primeira vez com 12 músicas e não 14 como anteriormente com "It's a Long Way Back", tenta ser uma balada pauleira com variações diferentes e riffs de guitarra melhor construída o que torna a música bem interessante e agradável e outro fator interessante é uma letra intensa sobre uma viagem a California e o sonho americano com estórias de vida por trás, nada de letras simples aqui. Um álbum bacana, se o álbum Rocket to Russia, era uma surpresa por sua variação este aqui é ainda melhor, mostrando que os Ramones, apesar de ser uma banda de 3 acordes e punk rock, sabe muito bem criar música interessante, não apenas o mais do mesmo. Já considero o melhor da banda. A entrada de Mark Ramone, foi bastante proveitosa, vemos a bateria com mais cadência do que os trabalhos anteriores. Nesta época estavam enfrentando o som intenso da Discoteca, marcando apenas o 103° lugar da Billboard, sim, um álbum muito melhor, mas que parece ter sido ignorado nos States, mas não no Reino Unido que alcançou a marca de 32° lugar subindo várias posições. 


It's Alive (1979) - Enquanto a gravadora preparava um quinto álbum, que seria produzido pelo lendário Phil Spector, e aproveitando a demanda dos fãs por mais Ramones, que naquela altura comandava o movimento punk, foi autorizado pela Sire a produção de um álbum duplo ao vivo. Gravado de um show no  Rainbow Theatre em  Londres em 31 de dezembro de 1977. Músicas dos 3 primeiros álbuns no caso Ramones, Leave Home e Rocket to Russia. O que eu disser aqui não é exatamente baseado no álbum, mas no vídeo da performance ao vivo, o que em termos gerais são bem menos música. Prefiro ver as performances ao vivo para ter a noção exata da dimensão que a música embala as pessoas e a postura da banda. Foi um show louco, em clube fechado, com uma galera bastante agitada a ponto de quase invadir o palco (o que em algumas ocasiões do show isto quase acontece, mas tem a ajuda dos seguranças para consertar a situação). Começa com "Blitzkrieg Bop" que já deixa todo mundo pulando e agitado e segue com "I Wanna Be Well" e vai seguindo "Glad to See You Go","You’re Gonna Kill That Girl" e a louca "Commando", onde ninguém mais consegue ficar parado, coisas são atiradas pra todo lado, a agitação é real e até perigosa ali no meio da galera."Havana Affair","Cretin Hop", "Listen to My Heart", "I Don’t Wanna Walk Around With You",então chega o momento de "Pinhead", onde Joey Ramone o vocalista, levanta a placa do gabba gabba hey e  felicitando o Feliz Ano Novo pra toda galera, ao mesmo tempo que confetes e serpentinas misturado com fumaça e sei lá mais o quê, caem em cima do público super agitado. "Do You Wanna Dance?", "Now I Wanna Be a Good Boy","Now I Wanna Sniff Some Glue", "We’re A Happy Family" finaliza tudo. Então vc assisti ali a algo realmente maluco, a banda tem sua pose própria de show, Joey, o vocal quase parado e em sua posição que seria imitado por muitos,  Johnny com sua guitarra em uma posição sem igual tocando em ritmo frenético quase um robô , Tommy na sua batera afundada agitando sua baqueta levantada e derrubada e finalmente Dee Dee, que pula, agita, as vezes faz o backing vocal e não deixa seu baixo parar um segundo. Quem assiste sem conhecer a banda vai achar que eles passaram o show inteiro, tocando apenas a mesma música com poucas variações...mas o que é o punk se não três acordes que mudaram o mundo ? Som pesado, cru , sujo , mas que ninguém ficará parado, quando tocado... 


End of the Century (1980) - Quinto álbum produzido pela Sire, desta vez com o lendário produtor Phil Spector, e sem a produção de Tommy (que até então produzia os álbuns). Durante a gravação houve muitas desavenças entre Spector e a banda a ponto do produtor ir armado para o estúdio exigindo muito dos caras. Mas será que deu resultado ? Primeira faixa mostra que havia muitas mudanças a vista. "Do You Remember Rock 'n' Roll Radio?", é um rock pesado com ritmação vibrante e contagiante que tem no seu início e fim, algo parecido como uma sintonia de uma rádio apresentando o Ramones. A faixa foi single e tem um clip bacana, nela podemos sentir algo que não havia em produções anteriores dos Ramones, como o uso de piano, trompete, trompa, saxofone e sintetizador, junto com guitarra, bateria e baixo padrão, uma marca registrada do produtor Spector. "I'm Affected", sobre um amor doentio, uma balada pesada legal."Danny Says", uma faixa de balada romântica e lenta, composta pelo Joey, para sua então namorada (que depois o largaria pra ficar com Johnny Ramone), é uma música lenta que quase foge do padrão da banda, ela parece muito com os Beatles no começo da carreira ou Beach Boys. "Chinese Rock", é um punk rock daqueles bem paulera, mas com variações, não da pra ficar parado, muita agitação, mas tem uma letra pesada, sobre o vício de Dee Dee por heroína (pedras chinesas da música) e toda uma estória sobre deixar a namorada e ir até a 'boca' pegar mais pedras... "The Return of Jackie and Judy", focado no rockabilly dos anos 50 aqui...mais uma balada pesada com inspiração no passado, mas como uma letra de um casal que se adora e vai ver o show...dos Ramones..."Let's Go", mais paleira que não acaba, pra quem achava que seria um álbum diferente...esta aqui tem um refrão pegajoso e agitado, ao vivo teria sido o máximo, com a letra sobre um soldado que se alista por diversão mas encontra outra coisa na guerra... "Baby, I Love You" , é um cover do The Ronettes uma das banda que o Spector produzia e cuja parte da composição é dele. Esta faixa tem uma batida interessante e calma, com uma letra romântica, algo até surpreendente em se tratando de Ramones, mas eles se saíram bem, para uma canção de amor... "I Can't Make It on Time", música de agitação interessante e rock pesado com variações e refrão chamativo e dançante, letra até simplória sobre alguém que precisa ...esperar!. Na seguinte, "This Ain't Havana", achei estranho a letra desta faixa...uma conotação racial ? "Ba-ba-banana, isso não é Havana...Você gosta de bananas, ba-ba-bananas?", fica a questão para os ouvintes, mas a faixa é pesadona tipo heavy Metal. "Rock 'n' Roll High School", música que bebe bastante do rock dos anos 50/60 original, com uma letra de diversão roqueira sobre uma escola de rock onde o que só interessa é a baderna geral. "All the Way" faixa paulera quase um heavy metal, os caras querem tocar pesado mesmo, com uma letra sobre caos para um cara que não está nem ai e que nem sobreviveria pro ano seguinte, no caso 1981. "High Risk Insurance", mais uma faixa paulera, típica da banda sobre um soldado que sabe todos os riscos de estar em um conflito. O álbum começa mostrando que Spector quer levar os caras para um outro caminho, mas isto fica evidente que eles querem seguir o que sempre foram, uma banda rock punk com sons pesados do meio do disco pra frente, quase retornado aos sons dos primeiros álbuns...mas também na mão de Spector, moldou sons interessantes que eles poderão trilhar quando quiserem para chegar ao mainstream. O álbum foi muito bem recebido, chegando a uma inédita 30° posição na Billboard e 14° nos charts ingleses onde são praticamente reis. End Of The Century abordou uma variedade muito maior de temas em suas músicas que os trabalhos anteriores dos Ramones, rendendo uma classificação alta entre os críticos e, de fato, abriu caminho para um novo público conhecer a banda.

Pleasant Dreams (1981) - Sexto álbum produzido pela Sire, o primeiro sem covers de outros artistas e com novo produtor Graham Gouldman. E olha que logo no inicio a primeira música, mostra um grande trabalho de produção "We Want The Airwaves", balada pesada com bom trabalhos na guitarra e bateria, fico imaginando se o resto do álbum terá todo este trabalho de produção ou se será apenas no começo, com a letra falando sobre a banda querer as ondas de transmissão nem que seja a força pra tocar suas músicas... "All's Quiet On The Eastern Front" , outra faixa interessante, com uma pegada hard rock com uma letra urbana sobre o submundo de NY. "The KKK Took My Baby Away" , faixa construída em uma balada roqueira com uma história de fundo e que foi várias vezes regravadas por diferentes artistas. A letra é pesada falando sobre uma namorada sequestrada pela Ku Klux Klan, na qual se pede ajuda para o governo resgata-la, chegando a apelar para o Presidente e para o FBI.  "Don't Go" , outra faixa muito interessante com pegada punk rock e anos 60, simplicidade mas batidas cadenciadas, mas com uma letra bem simplista sobre uma desilusão amorosa (algo que parece comum na carreira da banda). "You Sound Like You're Sick", uma música muito bem construída com vários elementos fora de uma banda de rock comum, como sintetizadores e com várias variações como viradas de guitarra e até coro, em uma música até rock dançante, cuja letra fala sobre um doente mental que foi para uma instituição . "It's Not My Place" (In The 9 To 5 World), uma faixa lembrando até um rock do Iggy Pop, uma balada rock novamente. A letra dela fala de um cara que não acha o lugar no mundo, vindo de uma família onde os pais vivem brigando, com citações sobre programas de TV, show do Floyd e do Ramones, sobrou até para o Phil Spector, o produtor desafeto do disco anterior."She's A Sensation", punk rock dançante com variações  e uma boa batida da bateria de Marky é mais uma música sobre garotas, e obsessão por uma delas. "7-11", bem anos 60, surf rock, batidas bacana e viradas legais bem dançante em mais uma música sobre garotas, sobre namorados com citações de música do Ramones (eles adoram se autopromover), e até Beach boys. "You Didn't Mean Anything To Me", música bem construída, a banda até tenta algumas variações como viradas de bateria e riffs primários, mostrando que eles tinham evoluído e a letra é mais uma sombria sobre desilusão amorosa. "Come On Now" , música bem agitada com pegada punk de letras  simples de um desajustado que é perseguido pela polícia. "This Business Is Killing Me" música com batida meio esquisofrênica, mas que cresce com coro e riffs e batida da bateria com letra sobre os neuras de um sujeito. "Sitting In My Room" punk rock bem cadenciado com outra letra sobre desajustados , do 'eu contra eles'...Em termos gerais sobre este álbum, só eu achei que a banda estava seguindo uma nova direção sem abandonar realmente o punk rock ? Aqui as músicas estão muito bem trabalhadas que os álbuns anteriores, eles tem conseguido melhorar bastante de álbum a álbum. Então vale a pena uma escutada. Outro álbum legal, achei até melhor que o anterior. Caiu posições na Billboard relacionado ao anterior, 58° lugar, não teve pontuação nos charts ingleses, sem um motivo aparente, já que eles eram muito famosos por lá...

Subterranean Jungle (1983) - Sétimo álbum produzido pela Sire, com novos produtores, Ritchie Cordell e Glen Kolotkin, que estavam envolvidos na banda de Joan Jett. Eles partiram para um álbum muito mais pesado que os anteriores. As gravações estavam conturbadas pois os membros estavam se estranhando principalmente Joey e Marky e Dee Dee, com problemas de drogas. Esta primeira faixa, "Little Bit O' Soul"é um cover de 1965 da banda Coventry, então existem elementos de música eletrônica primitiva nela quase resgatando o pop music da mesma, mas é uma música de batida pesada. "I Need Your Love" é o cover de uma banda dos anos 70 chamada Boyfriends, que por sua vez é uma balada meio pop com batida pesada como a anterior, mas sem os elementos especiais. "Outsider", música dos próprio Ramones, que fala sobre um cara que se sente excluído da sociedade e que não economizam na batida mas com muita cadência dos integrantes, mostrando um bom entrosamento. "What'd Ya Do?", sobre mais uma desilusão amorosa e mais uma com boa batida, os caras estão mostrando que o álbum terá mesmo uma pegada hard rock. "Highest Trails Above", mais um hard rock sobre altos e baixos de um sujeito. "Somebody Like Me", um punk rock que lembra bastante os primeiros singles com batidas até parecidas mas que se desenvolve no meio de toda paulera, terminando em tom repetitivo cuja letra fala de um cara que gosta de rock e um pouco de vinho e um ...tubo de cola...e quer viver sua vida punk e não quer voltar pra escola.  "Psycho Therapy", pesadona com efeitos de carro da polícia e palavras de ordem com letra com pegada de revolta sobre um adolescente esquizofrênico com pais problemáticos... "Time Has Come Today" outro cover que foi lançado em 1967 pelo grupo the Chambers Brothers, originalmente soul music...aqui transformada em quase música de banda de garagem com pegada  psychedelic rock e hard rock. "My-My Kind of a Girl", tem uma letra romântica sobre uma garota,  com uma pegada de balada revisada e punk anos 60..."In the Park", gostei desta faixa, com uma pegada balada punk estilo..Ramones...uma das melhores do disco, ela é bem construída. "Time Bomb", mais hard rock/punk, os caras não cansam...com uma letra sobre um cara que até mataria os pais pra ficar com uma garota... "Everytime I Eat Vegetables It Makes Me Think of You", faixa final, assim como a primeira faixa, é uma das mais trabalhadas com direito a riffs de guitarra e até coro e alguns efeitos com uma letra de uma estória estranha sobre um cara que come vegetais lembrando de uma garota que levaram embora pra longe... Então, achei o disco mais esquizofrênico como de costume deles, mais pesado, mas não como os primeiros, aqui no sentido de ter músicas mais trabalhadas, apesar de não haver nenhum hit que lembre, mas tem algumas boas músicas. Um álbum que o Ramones meio que tenta colocar um pé entre o hard rock e heavy metal, sem abandonar o punk, quase uma resposta as tentativas de serem mais pop nos dois anteriores... praticamente não existe balada lenta aqui, até as românticas são pesadas. Na Billboard, foi posição 83° e não tem pontuação no Reino Unido. 


Too Tough to Die (1984) -Oitavo álbum produzido pela Sire. Aqui temos uma mudança, sai Marky Ramone na batera e entra Richie Ramone, com Tommy Ramone voltando a produção mas creditado como T. Erdelyi com ajuda de Ed Stasium.  "Mama's Boy", já começa com paulera, sobre um cara que não consegue um rumo na vida, só um eterno fracasso garotinho da mamãe.  "I'm Not Afraid of Life", outra paulera, cada vez mais heavy metal sobre um cara sem medo da vida apesar do mundo insano que vive. "Too Tough to Die", mais guitarras pesadas e muita batida, sobre um cara que se acha durão e muito difícil de morrer . "Durango 95", surpreendentemente sem vocal, pesada e muitas batidas totalmente instrumental. "Wart Hog", até aqui não só as músicas estão pesadas como as letras também,  citando drogas e drogados.  "Danger Zone" uma paulera bem metal sobre uma juventude sem rumo em NY... "Chasing the Night" é um hard rock com uma cadência bacana e um refrão que requebra bastante com uma mensagem que a noite na cidade é cheia de emoções e que nada irá para estes punks. "Howling at the Moon (Sha-La-La)", que música deliciosa de escutar, é bem anos 60 atualizados para o hard rock, com um refrão contagiante, talvez a melhor música do disco. A letra é simples e disconsertante contra o estado atual das coisas (política e social).  "Daytime Dilemma (Dangers of Love)", outra música bacana que soa até meio pop, apesar da paulera hard rock, sobre uma garota que tinha um lar perfeito e boa aluna, mas no fundo as coisas não eram assim. "Planet Earth 1988",  escutando esta musica me lembrou "New Sensations" do INXS, possivelmente a banda australiana tirou muita coisa daqui, pois ela assume uma new wave paulera bastante interessante que pode até destoar um pouco do que a banda fazia, com a letra fazendo um alerta futurista para o ano de 1988 (que seria 4 anos depois do lançamento da música), falando sobre guerras no mundo, terrorismo, racismo, fome.... "Humankind" mais uma paulera metal normal cuja a letra fala sobre a indiferença da humanidade para os problemas do dia a dia. "Endless Vacation" , esta música tem uma virada durante o refrão, bastante estranha e esquizofrênica, acelerada..e depois volta a paulera normal. Não gostei muito. A letra é uma neurose total, tem até citação a Carrie, a Estranha. "No Go", esta aqui é legal, batida punk com uma pegada rockabill anos 50, imagine se Elvis fosse punk...e fala sobre um assassinato...Neste disco Marky tenta trazer os Ramones novamente para suas origens de punk rock com muito hard rock e Heavy Metal prevalecendo sobre qualquer coisa mais pop. As músicas também são cada vez mais pesadas com temas sobre loucura, falta de empatia , drogas, prostituição e mundo cão. Eles meio que não gostaram da produção dos álbuns anteriores com os produtores famosos e resolveram fazer eles mesmos voltando as origens, mas lembrando que a experiência no estúdio passada com aqueles profissionais, ajudaram a montar músicas mais bem produzidas e trabalhadas. A Billboard e o mainstream não ajudaram nem um pouco os caras, 171 ° posição, a pior da carreira mas conseguiram pontuar no Reino Unido na 63°, também a pior...Mas o disco vale muito a pena para quem ama o rock pesado e bem construído.

Animal Boy (1986) -  Novo álbum dos Ramones pela Sire Records . A banda estava com brigas internas cada vez mais acirradas entre Jonnhy e Joey, por questão de uma namorada roubada e Dee Dee começou a segurar as pontas e até cantou em algumas faixas, Richie também contribuiu com algumas composições. Jean Beauvoir, que produziu o álbum até ajudou em composição e também como músico de estúdio adicional em algumas faixas. Como o álbum Pleasant Dreams de 1981, Ramones compôs todas as canções sem covers. Então você começa a escutar e logo de cara as músicas são só pauleras pesadas tipo heavy metal como "Somebody Put Something in My Drink", cuja letra fala sobre um bêbado que acha que alguém colocou algo na bebida dele e sai chutando tudo no bar.  "Animal Boy", sobre um cara que não se acha doido mas tá muito revoltado.  "Love Kills", faixa que fala de duas lendas do punk, o casal Sid e Nancy e ainda faz um apelo ...antidrogas, como 'heroína mata' e no final ainda chama o casal de perdedores e para surpresa quem canta é Dee Dee e não Joey. "Apeman Hop", fala sobre um troglodita homem-macaco, não sei se está falando de alguém ou dos homens pré-históricos, fica uma dúvida no ar. A sequência paulera metal é interrompida pela faixa, "She Belongs to Me", uma grata surpresa, quase um pop com ligações com a new wave, mas ainda sim um pouco pesada, dá uma aliviada depois de tanta batida das faixas anteriores, diria até que seria a melhor música do disco e uma das melhores dos Ramones, gostei. A letra fala sobre a disputa de dois caras pelo amor de uma garota...uma indireta de Joey pra Johnny, que teve a namorada roubada ? Pode ser, mas a letra é de Dee Dee Ramone. "Crummy Stuff", paulera punk sem muita variação meio hardcore, sobre um cara que acha que está tudo ruim, a vida, a TV, coisas, pessoas. "My Brain Is Hanging Upside Down (Bonzo Goes to Bitburg)" música punk de protesto e até bem executada com efeitos lembrando quase uma new wave e fala sobre uma visita do Presidente Reagan a um cermitério nazista na Alemanha, uma crítica aos políticos americanos.  "Mental Hell", volta o heavy metal, com letra sobre os problema mentais de um cara perturbado. "Eat That Rat" bem punk hardcore, pesada com letra como crítica social contra os poderosos e pessoas do poder cantada por Dee Dee. "Freak of Nature", mais um punk hardcore, com letra de autodepreciação emocional de um cara. "Hair of the Dog" outro metal sobre um cara preguiçoso que acabou de acordar e tem 'cabelo de cachorro'... "Something to Believe In", balada interessante e mais cadenciada cheia de variações com efeitos e até riffs de guitarra e virada de bateria com uma letra mais pra cima, apesar dos pesares depreciativos, um cara que tenta um apoio de alguém para ter uma vida mais normal. Musica que é a segunda melhor neste álbum. A meu ver, cada vez mais pesado, os Ramones já tiveram produções melhores, mas deixaram de lado para uma experiência mais pesada para seus fãs, então temos alguns momentos interessantes, mas faltou um pouco mais de baladas...Melhorou pouquinhas posições na Billboard, 143º e chegando na 38º no Reino Unido, onde são muito mais influentes.


Halfway to Sanity (1987) - Décimo álbum dos Ramones com o selo Sire Records. Este será o último álbum com Richie Ramone na bateria. Daniel Rey assume a produção deste álbum junto com os Ramones. Foi marcado pelos membros da banda que discordaram em muitas coisas durante a produção do álbum, e o produtor Rey os descreveu como impacientes. Novamente, como o anterior, um álbum sem cover, totalmente composto pelos Ramones . "I Wanna Live", um hard rock interessante sobre um cara assassino que se acha um deus cigano... "Bop 'Til You Drop", muito heavy Metal sobre um cara que deixa bater até cair..."Garden of Serenity", bem  hard rock sobre um convite de um cara(a morte) pra uma garota ir com ele pra o jardim da sanidade..."Weasel Face" punk rock hardcore total, sobre um cara sem futuro perdido nos seus próprios medos pedindo ajuda..."Go Lil' Camaro Go", punk rock que remete aos inocentes rocks da década de 50, com a presença de ninguém mais, ninguém menos que a ...Debbie Harry do Blondie...sobre carro, garota e rolês...na verdade uma homenagem ao antigo Camaro que a Debbie tinha e saia com a galera antes da fama. "I Know Better Now"  punk rock com várias variações composta por Richie Ramone, sobre sua infância difícil tentando provar a família que não seria um delinquente juvenil. "Death of Me" metal total com riffs forte na guitarra e muita batida sobre um cara falando pra namorada sobre parar com as loucuras se não irá morrer..."I Lost My Mind", punk hardcore com muita gritaria cuja letra fala sobre perder a mente, cantada por Dee Dee..."A Real Cool Time" um hard rock meio anos 60 com uma pegada de balada romântica cheia de variações sobre uma cantada a uma garota pra ela não ficar sozinha. "I'm Not Jesus" rock heavy metal na qual o cara se nega a Jesus e a religião cristã...nada legal. "Bye Bye Baby", uma balada romântica de meia batida bem anos 60, já fazia tempo que os Ramones não faziam uma, aqui fala sobre as lembranças boas de um namoro que acabou e o álbum finaliza com "Worm Man", um punk hardcore gritado sem muita inspiração, sobre um homem verme que ninguém gosta, ninguém quer e que deseja estar morto... Em geral neste álbum os gêneros variaram significativamente ao longo dele com algumas músicas mostrando a influência do hard rock, heavy metal e crossover trash, enquanto outras apresentavam um som pop chiclete. Então é mais um álbum médio interessante, não senti novamente nenhum hit, vale pela Debbie Harry aqui e duas músicas mais interessantes. Álbum ficou na posição 108° da Billboard e 78° no Reino Unido.


Brain Drain (1989) - 11° álbum dos Ramones lançado pela Sire Records. Foi o último álbum do baixista Dee Dee Ramone, e o retorno de Marky Ramone após a saída de Richie Ramone. Produção a três Bill Laswell,Jean Beauvoir e Daniel Rey. A faixa que abre o álbum é inclusive música composta por Dee Dee, e finalmente um hit que chegou aos meus ouvidos via rádio neste período, "I Believe in Miracles", teve clip na TV, é tocada até hoje um hard rock bacana um dos melhores momentos dos Ramones, depois todos estes anos. E incrível que a música fala sobre uma vida de excessos e que o cara foi salvo por um milagre e que acredita neles e que todos possam conseguir um na vida, pois ele era um exemplo daquele milagre. Música surpreendentemente positiva ! "Zero Zero UFO", outro hard rock com variação quase punk , com letra bem interessante que fala sobre um avistamento de um óvni, e que eles acreditam que a mídia mente sobre o assunto. "Don't Bust My Chops", punk rock cadenciado sobre um cara que está de saco cheio da namorada chata. "Punishment Fits the Crime" faixa meio balada rock com toques do final dos anos 60, com variações interessantes e cadência boa de guitarra e bateria, lembrando som de Iggy Pop, com direito até a choro de guitarra cuja letra fala sobre um cara no corredor da morte que ainda sonha com uma possível liberdade. "All Screwed Up", muita bateria alucinada no início dá a falsa impressão de paulera metal, mas não se engane é uma balada hard rock bacana cuja letra fala de um cara que sente muito a falta da namorada. "Palisades Park" com sua batida pesada é uma boa variação de rockabilly bem feita cuja letra fala de um cara que foi fazer um passeio noturno no Palisades Park, pra encontrar garotas. "Pet Sematary", musica que virou um dos maiores hits da carreira do Ramones, com letra do Dee Dee, grande compositor, e uma ótima pegada e muito bem trabalhada quase um pop roqueiro punk, virou clássico já que foi tema de filme de terror do mesmo nome e fala de um cara que não quer ser enterrado em um cemitério de animais cujo os mortos ressuscitam. "Learn to Listen", é o velho punk rock românico, com uma pegada legal da guitarra e bateria (o retorno de Marky ajudou bastante) cuja letra fala em aprender a ouvir... "Can't Get You Outta My Mind", balada pesada e bem trabalhada lembrando tanto "I Believe in Miracles" ou "Pet Sematary", gostei bastante cuja letra simples fala de um cara que não consegue tirar uma garota com quem se apaixonou da cabeça. "Ignorance Is Bliss" um hard rock bem bacana e bem produzido com palavras de ordem dizendo que a ignorância é a felicidade pra muita gente que não quer entender o mundo deixando os políticos fazerem seu papel sujo. "Come Back, Baby"  é mais um punk rock hardcore, com algumas partes berradas. Nada muito interessante, cuja a letra fala de um cara desesperado para ter a namorada de volta. "Merry Christmas (I Don't Want to Fight Tonight)" - Uau, uma balada punk...de Natal sobre um cara que quer curtir a felicidade do dia de Natal e não brigar e atrapalhar tudo. É incrível que depois de vários álbuns pauleras com o Ramones se aproximando cada vez mais ao Punk rock Hardcore e ao Heavy Metal, eles façam um álbum mais ameno e um pouco mais comercial. Então tenho pensamentos positivos dele, pois algumas coisas boas chegaram as rádios. Foi um ótimo álbum pra mim. Uma pena que Dee Dee partiu depois dele. Mesmo assim, eles não subiram na Billboard, ficando na posição 122° e no Reino Unido chegaram na posição 75°...





Loco Live (1991/1992) - 2° álbum ao vivo da banda, desta vez saindo por uma nova gravadora, a Chrysalis , sendo que a Sire lançou sua própria versão em 1992 (sendo este o último álbum desta gravadora). Gravado de um show em Barcelona 1991 e já com o novo baixista, C.J. Ramone, que ficou no lugar de Dee Dee que havia saído da banda.




Mondo Bizarro (1992) - 12° álbum de estúdio dos Ramones, e o primeiro pela gravadora Chrysalis, já com C.J.Ramone nos baixos. Ed Stasium produziu. Começa com "Censorshit", um hard rock pesado que fala da reclamação dos Ramones com o selo Parental Advisory nos seus álbuns, um tipo de censura, devido os palavrões e os temas pesados como drogas, garotas fáceis , entre outras coisas, segundo a banda existem coisas piores como Déficit habitacionais, violência e fome. Segue de outra faixa hard rock mais pesada quase um metal, "The Job That Ate My Brain", sobre um cara que encara a difícil rotina de trabalhar "normalmente" , ter que acordar cedo, vestir terno e gravata e que é um problema mental cujo o trabalho come seu cérebro. "Poison Heart", faixa composta por Dee Dee Ramone, que deixou para banda e virou single de sucessso fazendo o álbum vender muito, um caso de ótima melodia e bom entrosamento da banda incluindo uma voz melhor trabalhada de Joey.Ela carrega em si a essência do punk rock, com uma melodia que combina um certo tom melancólico com a energia crua característica da banda. A letra da música fala sobre desilusão, dor e a busca por escapar de um mundo que parece estar repleto de corações envenenados. O 'coração envenenado' pode ser interpretado como uma metáfora para as pessoas que são corrompidas, desiludidas ou que carregam consigo algum tipo de negatividade que afeta os outros ao seu redor. "Anxiety", esta aqui é um punk rock com um refrão repetitivo quase robótico com influencia de rockabilly também. A letra fala sobre a ansiedade, que tenta manter a pessoa feliz...em um mundo louco..."Strength to Endure" hard rock básico  com variações quase pops, com uma música que se tornou hit nas rádios e ainda é muito lembrada, do começo ao fim, mostra todos os membros da banda muito bem entrosados, nada de músicos sem ritmo dos primeiros álbuns. A letra fala de um sujeito que anda as margens da sociedade mas se acha o maior atrás de uma garota que vai salva-lo da escuridão. Uma letra romântica ou mesmo tempo dura... "It's Gonna Be Alright" , um hard rock com pegada punk , mas boa música, e a letra é um agradecimento aos fãs da banda pelo suporte e dedicação ao longo dos anos, o que fazem eles esquecerem os momentos difíceis que tiveram. Muito bacana este agradecimento. "Take It as It Comes" (The Doors cover), eles adoram covers, né ? Uma versão hard rock/punk de uma música do Doors...deixando a mesma muito mais pesada, cuja letra fala de um cara que pede pra sua garota não ir muito rápido no relacionamento, pois ele irá durar mais tempo se for mais devagar. "Main Man"  uma pegada mais heavy metal cuja a letra fala de um bandido que pede pra que ninguém se importar com ele, pois ele já suportou prisão e drogas nas veias e sua estória está escrito em suas tatuagens e que seu número da sorte é o 13..."Tomorrow She Goes Away", punk rock bacana tem uma pegada legal , a letra é dúbia, o "ela" citado, pode ser uma moça que ele não quer ver nunca mais...ou drogas como cocaína ou heroína. "I Won't Let It Happen", esta aqui parece uma balada romântica dos anos 60 bem Beatles, mas a letra é muito estranha, sobre um cara que fala para uma garota que não irá deixar acontecer (não se sabe o quê ?) e o que vem fácil, volta fácil. "Cabbies on Crack", tem uma pegada quase metal com alguns riffs na guitarra com um cara falando que quer sair de um taxi de NY cujo motorista é um viciado em crack. "Heidi Is a Headcase" punk rock paulera sobre uma namorada chamada Heidi que seria um caso sério e finalmente "Touring" finaliza o álbum com uma pegada anos 50/60 com elementos punks misturados com surf rock e rockabilly. É gostosinha, cuja letra fala sobre a vida de rockstar da banda, onde estiveram tocando como Los Angeles, Londres, Tóquio (sim, omitem o Brasil onde estiveram algumas vezes) e falam que excursionar é algo chato, tudo dentro de um jato ou um ônibus fretado com um vídeo-cassete. Depois de todos estes anos, o Ramones ainda prova, que mesmo em uma nova gravadora, consegue tirar muito rock bacana, pois parece que estão começando agora, o que na verdade, já estavam chegando ao fim de uma jornada...Bom eles tinham publico fiel e não precisavam realmente de um público mais refinado, então o álbum foi apenas 190° na Billboard americana e 87° nos charts britânicos. Mas acredite, o álbum é ótimo.


Acid Eaters (1993) -  13° álbum de estúdio dos Ramones com a mesma formação do disco anterior e segundo álbum na Chrysalis. Com Scott Hackwith produtor. E um detalhe, é um álbum só de covers, sim, eles geralmente tocam covers na maioria de seus álbuns, mas chegou a hora de homenagear todas as bandas que os Ramones se deixaram influenciar. Começa com "Journey to the Center of the Mind"  (cover de The Amboy Dukes), em uma boa pegada hard rock, pra chocalhar os esqueletos."Substitute" (cover do The Who), olha só, versão raivosa punk rock desta canção, ficou muito interessante."Out of Time" (cover dos Rolling Stones), Ramones são bons com baladas quando querem e esta versão aqui dos Stones, fez jus a banda de origem, parabéns."The Shape of Things to Come"  (cover do Slade), versão barulhenta de uma música que já nasceu barulhenta quase torna ela um punk hardcore, mas o Ramones soube ali dar uma amenizada nela."Somebody to Love"  (cover do Jefferson Airplane), banda punk tocando rock psicodélico, é estranho mas é real, pode apostar, um casamento interessante."When I Was Young"  (cover do The Animals), nossa olha só o Ramones fazendo cover de banda baladeira dos anos 60, com direito até a alguns riffs bem produzidos na guitarra, sim, os caras nesta altura da campeonato são lendas, e não precisam que ninguém ensinem nada pra eles."7 and 7 Is"  (cover do No. Fourteen) fizeram uma versão hardcore mesmo. A meu ver, não é uma das melhores mas quem gosta..."My Back Pages"  (Bob Dylan) Olha só, fazendo cover do Dylan, possivelmente melhor que a original com certeza, nesta versão punk, já que sempre achei o Dylan muito chato e blasé."Can't Seem to Make You Mine"  (cover do Saxon), nesta versão usam até alguma eletrônica e com a boa voz de Joey, ficou uma balada punk/dance interessante."Have You Ever Seen the Rain?"  (cover do  Creedence Clearwater Revival) De todas as  músicas covers deste disco, a que eu obviamente mais conhecia era esta baldada do Creedence. Versão do Ramones é pancada e rápida...alguns não vão gostar. Digamos que seja legal...não mais que isto."I Can't Control Myself"  (cover do James Baker Experience!) Mais uma música anos 60, rock bom que os Ramones aceleram e mandam bem no punk rock. Voz do Joey sempre ditando a direção musical. "Surf City"  (Cover do Beach Boys) não poderia faltar um clássico do surf rock com esta versão bacana do Beach Boys versão punk. Belo álbum de covers. Se o objetivo era ter um álbum de covers ou algo para colocar nas lojas ou mesmo fazer os trabalhadores do rock trabalharem, este álbum cumpre todos os objetivos. Tirando um ou outro cover, o resto tá perfeito. Acho que os artistas originais iriam ficar orgulhosos das versões. Atingiu a posição 179° da Billboard e não teve pontuação no Reino Unido. Mesmo assim vendeu bastante em outros países como na América do Sul (Brasil e Argentina onde a banda era muito popular).


¡Adios Amigos! (1995) - 14° álbum de estúdio dos Ramones, mantendo ai a mesma formação e terceiro a sair pela Chrysalis. Daniel Rey produziu o álbum. Um álbum até meio difícil de sair e como o título diz, pra se despedir, já que Joey Ramone foi diagnosticado com câncer e seu estado de saúde começou a deteriorar. Dee Dee Ramone apesar de fora da banda, continuou a compor muitas das canções e C.J.Ramone também compôs algumas e cantou em 5 faixas. O álbum começa com um cover, não é pra reclamar, fizeram um álbum inteiro de covers, e passaram vários discos com vários covers, este não poderia ser diferente. "I Don't Want to Grow Up" (Tom Waits cover), mostrando todos esses ingredientes com o peso e a velocidade que os reis do punk sabiam executar com maestria e ficou ótima, pois foi um single que lembrou bastante a versalidade da banda e acredito que o Tom Waits não tenha feito tanto sucesso assim com ela, a ponto das rádios só tocarem a versão dos Ramones. "Makin Monsters for My Friends", punk rock bem executado, mostrando que os Ramones estão com tudo ainda e aqui com o C.J. nos vocais, sem perder a compostura, com uma letra estranha sobre, não criar monstros para meus amigos..."It's Not for Me to Know" aqui um hard rock com batida pesada e paulera, com uma letra meio desconexa sobre um cara que não quer saber de nada..."The Crusher" é um punk rock com uma pegada até rap, sobre um cara que se acha o rei do ringue e quer dar um coro em russo apelidado de urso. "Life's a Gas", esta aqui é otima, uma balada rock anos 60 e punk com um refrão pegajoso, cuja letra fala em levar uma vida divertida e alegre apesar dos pesares. Talvez Joey tentando acalmar seus fãs sobre a doença.
"Take the Pain Away" punk rock pesadão e nesta música Joey, ao contrário da anterior, diz que só quer dar um jeito de alivar a dor e que os tempos são difíceis. "I Love You" (Johnny Thunders cover), cover de um contemporâneo dos Ramones, punk rock romântico... "Cretin Family", punk rock desconexo, sobre um cara que tem uma família cretina que acredita que o sujeito é um nada. "Have a Nice Day", hard rock aqui na pegada paulera, sobre um cara que detesta escutar todos os dias o...'tenha um bom dia'..."Scattergun" hard rock do C.J. que compois e cantou sobre uma espingarda que um sujeito carrega pra afugendar bandidos. "Got a Lot to Say", esta aqui é bem punk rock hardcore, com a música sendo cantada de forma gritada, sobre um cara que não tem nada a dizer."She Talks to Rainbows", balada rock romantica sobre uma menina que fala com passarinho, abelha, arco-iris e não fala com ele..."Born to Die in Berlin", pra fehcar o álbum, uma balada punk rock interessante e bem tocada pela banda, cuja letra fala de um cara morrendo de overdose em Berlim.
BONUS:  "Spiderman", é o tema do Homem Aranha feito para os desenhos dos anos 60, que se popularizou bastante, então os caras que foram crianças que lia gibis de heróis homenageiam o 'cabeça de teia' com esta versão punk e sensacional. Fechamos então como o último álbum de estúdio dos Ramones, que ainda seguiriam pra uma turnê mundial mais uma última vez pra fazer a despedida. Aqui os caras não perdem o fôlego, parece que começaram ontem e mostraram bastante evolução técnica do rock quase feito as pressas para um grupo que sabe tocar punk, balada, hard rock etc. Um álbum que não parecia ser realmente o fim...E conseguiram boas posições como a 48°, a segunda melhor da carreira na Billboard e 62 no Reino Unido.





Greatest Hits Live



(1996) -  3° Álbum ao vivo dos Ramones, gravado em fevereiro de 1996 durante sua ultima turnê em NY. Novamente saiu pela Chrysalis. Este álbum seria um presente de despedida da banda dos registros da sua ultima turnê conjunta. 




Epílogo

Os Ramones fizeram sua despedida em 1996, já tinham lançado um álbum final um ano antes, ¡Adios Amigos! e fizeram a turnê final entre 1995 a 1996 (com passagem no Brasil e América do Sul). Em seu último show, até o Dee Dee Ramone deu uma canja com os ex-companheiros, mas já estava bastante chapado nas biritas. Joey Ramone que havia descoberto um câncer algum tempo antes, lutou contra a doença pelos próximos 6 anos, e ainda conseguiu gravar um álbum solo, mas infelizmente não resistiu e faleceu em 2002. Dee Dee Ramone, foi o próximo a falecer em 2002, foi encontrado morto possivelmente de overdose. Depois foi a vez de Jonnhy Ramone em 2044 e finalmente Tommy Ramone em 2014. Assim, ninguém original da banda continua mais vivo e não teremos mais um revival da banda, os integrantes que vieram depois, Ritchie, Mark, C.J. ainda fazem turnê levando o legado dos Ramones e de suas músicas solos pelo mundo, mas não tem interesse em se juntarem ou reformar o Ramones. E assim, 1996 foi o ano definitivo da banda, mas seu legado continuará ainda por muitos anos, pois eles se tornaram uma lenda. Os verdadeiros operários do rock. 


Conclusão

Tenho que confessar, nunca em minha vida de mais de 50 anos, iria imaginar que os Ramones tivessem alguma relevância mais que outras bandas Topo do Olimpo do Rock (onde já estão Beatles, Stones, Who, Pink Floyd, Dire Straits, U2 etc). Eu estava bastante enganado, pois passei a vida ignorando eles, e escutando apenas o que a rádio ou TV exibia, que eram seus clássicos mais famosos, mas um estudo mais aprofundado deles, mostram que estes caras eram verdadeiros trabalhadores do rock, operários de chão de fábrica, que simplesmente acreditaram que com pouca coisa, iriam levar seu som para todo mundo, sem ser uma banda apelativa, comercial ou vendida para o mainstream das majors da música. Eles foram a antítese de bandas progressivas ou sinfônicas, ou synthpops. O som que faziam eram crus, era o som das ruas, dos descamisados, que trabalhadores braçais, dos caras que apanham da polícia, dos drogados e vândalos, marginalizados e de toda a sociedade hipócrita que cercam as metrópoles e não são reconhecidos. Mas longe de serem 'comunistas', eles mesmos demostravam em suas músicas seu descontentamento com o 'mundo vermelho' , dos ditadores do proletariado e dos políticos seja de esquerda ou direita que só querem o voto do povo para poder roubar a sociedade. Eles eram críticos ao sistema em geral, capitalismo ou socialismo. O som dos caras fizeram história, criou o movimento punk, moldou o som do outro lado do Atlântico no Reino Unido com o Sex Pistols e Clash e tentaram sempre se manter em frente, correr atrás de qualquer vanguarda. Começaram tocando com guitarras distorcidas, sons gritados, mas foram aprimorando as técnicas e criaram também baladas românticas com uma pegada mais pesada. Enfim, eles não quiseram ser Reis do luxo, mas sim, reinar no meio do caos.



Musicas - 4 de 5


Artista - Banda - 4 de 5



 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Aphrodite's Child (1967 - 1972)

 


Aphrodite's Child foi uma banda de origem na Grécia, mas radicada na França(com gravações no Reino Unido), que variou entre o rock e pop e posteriormente o rock progressivo e psicodélico em uma curto período de tempo, composta por artistas que posteriormente se tornariam famosos em suas carreiras solo, como o multiinstrumentista e compositor Vangelis e o cantor e baixista Demis Roussos, composta ainda pela baterista Loukas Sideras e  pelo guitarrista Argyris Kouloris em algumas gravações. Mesmo em seu curto período, a banda foi capaz de lançar singles que foram sucesso não só na Europa mas em várias partes do mundo. O grupo começou quando dois músicos gregos, Vangelis e Roussos já tocavam em outras bandas de rock de seu país, "Forminx" e "Idols" respectivamente, resolveram se juntar e montar nova banda com a inclusão de Sideras e Kouloris. Sua primeira gravação como banda foi para o álbum In Concert and in Studio de George Romanos, onde tocaram quatro músicas e foram creditados como "Vangelis and his Orchestra". No mesmo ano, eles gravaram uma demo de duas músicas e a enviaram para a Philips Records. Provavelmente foi ideia de Vangelis que a banda ainda anônima fosse transferida para Londres, que seria um ambiente mais adequado para sua música, já que seu país havia entrado em uma ditadura militar de direita em 1967. Esta decisão, no entanto, não foi isenta de problemas. Koulouris teve que ficar na Grécia para cumprir o serviço militar, enquanto a banda, a caminho de Londres, ficou presa em Paris, em parte porque não tinham as autorizações de trabalho corretas e em parte por causa das greves associadas aos acontecimentos de maio de 1968. Eles optaram pro gravar suas músicas em inglês para atingir um mercado mais global.

Em Paris, a banda assinou contrato com a Mercury Records(hoje subsidiária da Universal Music) e foi batizada de "Aphrodite's Child" por Lou Reizner, lançando seu segundo single "Rain and Tears", uma reformulação do Canon em Ré maior de Pachelbel. Com esta música a banda se tornou uma sensação da noite para o dia na França e em vários outros países europeus onde o single teve bom sucesso, apesar de a música ser cantada em inglês. Vendeu mais de um milhão de cópias e ganhou um disco de ouro. Com o caminho aberto, conseguiram contrato pra gravar seu primeiro álbum, seguido posteriormente de mais dois (inclusive um duplo), até que as tensões internas dos seus membros e indiferença da gravadora com seu último trabalho, fizeram a banda ser dissolvida e cada um seguir seu caminho solo a partir de 1972.



End of the World

(1968) - Álbum de estreia do Aphrodite's Child, lançado pela  Mercury Records e gravado no Philips Studio em Paris, França. Foi uma boa estreia para um grupo desconhecido. Principalmente pelo hit "Rain and Tears". A capa tem uma foto meio psicodélica com fotos dos membros do grupo destacando o nome e o single principal, que havia estourado. O início é com "End of the World", musica que dá nome ao álbum, que fala de um convite de um cara a uma moça pra fugirem até o fim do mundo. Ela começa com sons meio estranhos, mas vai ganhando um ar melódico na voz bela de Roussos, enquanto um clima melancolico  é criado por Vangelis com a bateria suave de Sideras.  A música seguinte é "Don't Try to Catch a River", aqui tem um rítmo mais balada rock 60, nada diferente pra época, mas dá uma boa agitada. "Mister Thomas", é um tipo de música contada em forma de estória sobre com fundo psicodélico de um tal de Mr.Thomas, aquele que não é jornal, mas para o contatante...uma boa notícia...Segue o hit/single "Rain and Tears", a música que ajudou a vender o álbum, já que foi o single de estreia que se tornou n°1 na França, Bélgica, Itália, Norueta...Indonésia e atingou o Top 30 no Reino Unido. A música que posteriormente foi até aproveitada por Roussos em seu repertório solo até o fim da vida e chegou a ser regrava algumas vezes, o maior sucesso da banda, é uma balada pop romântica mostrando os atributos vocálicos de Roussos e que fariam dele uma das maiores vozes da música. "The Grass is No Green", começa com um clima frio com teclados psicodélicos e voz quase vocalizadas de Roussos, passando para uma balada rock lenta com letras lisérgica, e logo muda para um rítmo mais rápido e cadenciado e vai variando até o final. "Valley of Sadness", tem em estilo romântico parecido com as bandas dos anos 60, com a belíssima voz de Roussos e uma pegada mais rock no final. "You Always Stand in My Way" tem uma pegada mais rock progressivo e mais pesada, com Roussos fazendo o uso de sua voz ao estilo parecido com Ozzy Osbourne e mais pro final os metais se intensificam. "The Shepherd and the Moon" parece uma balada mais oriental talvez com influências das músicas do oriente médio e em determinado momento Roussos troca a melodia por falas pra recomeçar novamente a música no mesmo rítmo inicial. "Day of the Fool" que fecha o álbum, é uma balada com um lindo clima criado por Vangelis com seus teclados primitivos, mas logo a melodia se transforme em um pouco de cacofonia para voltar a melodia, ainda com uma criação melódica étnica das canções do oriente próximo, são mais de 5 minutos de música, com um final saíndo do poético pra mais pesado com a percussão de Sideras e o clima mais sinistro de Vangelis. Em uma vista geral este primeiro álbum contem uma quantidades iguais de canções pop psicodélicas e baladas no estilo Procol Harum ou The Moody Blues. Não se deixem enganar pelo single arrebatador de "Rain and Tears", possivelmente presente no álbum por pressão da gravadora, mas ele completo mostra uma banda que viaja bastante no progressivo/psicodélico deixando o pop diluído no meio de tudo isto. Mas puxado pelo primeiro single, foi um sinal verde para um próximo álbum...



It's Five O'Clock (1969) – 2° álbum de estúdio da banda grega radicada na França, Aphrodite's Child. Aqui eles conseguem a proeza de gravarem o mesmo em Londres. O álbum começa com a faixa homônima "It's Five O'Clock, uma bonita balada na mesma linha do single "Rain and Tears" do álbum anterior, com destaque sempre para a brilhante voz de Roussos e a música de Vangelis. "Wake Up", a próxima música, tem um apelo mais pop/rock não difereciando muito das baladas rock dos anos 60. "Take Your Time", tem uma pegada anos 50 meio country e rhythm and blues bem interessante. "Annabella" uma música romântica com letra psicodelica muda de tom rapidamente e assim é a variação até o fim, com a tentativa de se criar um fundo musical que imita o mar, bem interessante, mas bastante datado para os teclados do Vangelis na época. "Let Me Love, Let Me Live", baladinha rock'n'roll comum dos anos 60, com boa pegada na bateria de Sideras. "Funky Mary" música de mais de 5 minutos com várias experimentações e percussão avançada e cantada sem muitas pretensões, bastante hippie. "Good Time So Fine" um rock mais robusto e interessante que as vezes lembra os Beatles na sua fase lisérgica final. "Marie Jolie", deliciosa e despretenciosa canção romântica na bela voz de Roussos. "Such a Funny Night", para surpresa de todos, é uma música despretenciosa e psicodélica instrumental da banda que fecha o álbum. Um veredito final é que existe poucas surpresas neste álbum, se foi pra tentar repetir o anterior  progressivo/psicodélico, deixou a desejar um pouco, faltou um 'tempero novo' nele. Mas por incrível que pareça, a banda já tinha conquistado fãs no disco anterior e este foi bem recebido também, foi 1° Lugar na França(com direito a disco de Ouro) e 6° na Itália. O certo é que se pensa que a banda poderia construir algo muito maior e melhor do que se repetir...




666 (1972) - 3° e último álbum do Aphrodite's Child também produzido pela Mercury.  Neste período os artistas da banda Demis Roussos e Vangelis já estavam  lidando com seus próprios materiais solos o que fez com que o início de produção deste album tivesse um atraso. Os artistas queriam algo que fosse inovador e foram autorizados pela Verdigo Records a gravarem um álbum duplo conceitual baseado...no Apocalipse da Biblia e em um livro sobre a "besta". O álbum foi gravado entre os anos de 1970 a 1971 e lançado apenas em 1972. As músicas do álbum formam uma narrativa não linear ao estilo de álbuns conceituais como  Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles e Tommy do The Who. O conceito central é uma interpretação contracultural do Livro do Apocalipse, em que um espetáculo de circo baseado no apocalipse é apresentado para um público ao mesmo tempo em que o verdadeiro apocalipse acontece fora da tenda do circo, e no final os dois se fundem em um único evento. Neste álbum além de Roussos/Vangelis e Sideras, temos a inclusão do guitarrista original da banda, Silver Koulouris, que após servir o exercito finalmente estava livre para ir ao estúdio gravar com os companheiros algo que infelizmente o fez ficar de fora dos álbuns anteriores. A banda começou a gravar o álbum na França em 1970, mas estouraram o orçamento e tiveram problemas com a gravadora. Houve muita tensão em estúdio entre Vangelis, e o resto da banda que queria permanecer com algo mais pop e comercial. Após a conclusão do álbum, a Mercury Records recusou-se a lançá-lo, objetando ao seu material não comercial e em particular à música "∞".Em 1971, a banda organizou uma "festa de aniversário de um ano" no Europa Sonor, para protestar contra o não lançamento do álbum. O pintor surrealista espanhol Salvador Dalí esteve presente na festa e ouviu o álbum. Dalí ficou muito impressionado com o trabalho, afirmando que o lembrava da Sagrada Família. E no meio de tudo isto, a banda acabou se separando sendo que cada um dos integrantes lançaram seus próprios álbuns solos. Finalmente em 1972, o álbum foi lançado com a banda já ter se debandado...Para a audição deste álbum é necessário tentar criar imagens na cabeça, mas imagina algo entre um circo ou parque de diversões com a temática apocaliptica. Não sei o estado lisérgico da cabeça destes caras (em especial Vangelis, que aqui praticamente além de compor comanda tudo). Meio que os outros membros foram meros auxiliares musicais ou musicos contratados. Nem Roussos comanda o vocal na maioria das faixas que é uma combinação de artistas convidados e faixas apenas instrumentais.
Lado 1
O álbum conceitual começa com uma faixa pequena e introdutoria chamada "System", com um coro que lembra uma opera cantando algo como 'foda-se o sistema'uma letra  inspirada no panfleto de Abbie Hoffman, apenas prepara o público para  "Babylon", faixa interessante com uma pegada progressiva, que lembra bastante Sgt.Pepper's dos Beatles, a música de rock acústico com um riff de guitarra enérgico, e as letras apresentam o tema apocalíptico, referindo -se à queda da Babilônia, o Grande do Apocalipse 18.  "Loud, Loud, Loud" tem uma pegada mais lenta quase falada que combina um vamp de piano de dois acordes de Vangelis com a narração de Daniel Koplowitz. O título é cantado por um coral, que não é creditado no álbum. A narração reflete um espírito de otimismo contracultural, falando de "O dia em que os jovens param de se tornar soldados/e soldados pararão de jogar jogos de guerra". Segue "The Four Horsemen", com uma pegada lisergica pois altera entre a balada lenta com mais rápida com muita bateria e guitarra além de sentir uma parte orquestral e a música lida com os quatro cavaleiros do Apocalipse, suas letras parafraseando o texto do Apocalipse 6. A estrutura da música é marcada por um contraste dinâmico, com Roussos cantando sobre um drone de teclado ecoado ecoado nos versos, a música culmina em um solo de guitarra de dois minutos de Koulouris sobre bateria pesada de Sideras e um repetido canto de fundo "fa fa fa" de Roussos. Não preciso dizer que esta música é a melhor do álbum e influciou outras bandas...como The Rolling Stones...."The Lamb", é uma faixa instrumental influenciado pela música, com cantos vocais seguindo a melodia principal. "The Seventh Seal" uma faixa instrumental com uma melodia repetida de teclado e instrumento de cordas e narração com compensação britânica de John Forst, descrevendo o cordeiro que abriu o último dos sete selos, novamente com base no Apocalipse 6.
Lado 2
"Aegian Sea", uma faixa instrumental calma, com um ambiente meio jazz, bastante interessante pois lembra futuras composições de Vangelis como por exemplo algo como "Memory of Green" do álbum Blade Runner, a faixa se torna depois mais progressiva a medida que avança e do meio pra frente apresenta voz cantada de forma distorcida. um instrumental com outro solo de guitarra de Koulouris, trabalho de teclado elaborado de Vangelis e vocalização sem palavras.  A narração de John Forst é incluída sob o solo de guitarra de Koulouris, reafirmando a quebra dos dois selos em "The Sétimo Selo" na primeira pessoa e apresentando três repetições da frase "eles não sofrerão mais de fome, eles não vão Mais sofre de sede ". A narração de Forst é desacelerada em arremesso e levada ao canal estéreo direito, com o Echo sendo ouvido no canal esquerdo. Segue com "Seven Bowls" que tem uma introdução que tenta criar por exemplo, uma cavalgada e fica mais sombria com um texto adicionado em forma de contagem. A faixa é uma peça de efeito sonoro no qual um coro narra os efeitos das sete tigelas (mudando o eufrato secando e terremoto das duas últimas tigelas para as estrelas que saem e o ar transformando -se em veneno), que, por sua vez, crossfades no instrumental misterioso seguinte "The Wakening Beast", que por sua vez é outra faixa instrumental estranha, curta e sombria, que usa sinos de vento revertido.  "Lament", parece uma música de lamentação e começa com uma nota de vibrafone repetida interpretada por Vangelis, seguida por Roussos cantando um lamento por "The Human Race" em um apoio mínimo. Vangelis fornece vocais de apoio adicionais, que refletem seu interesse na música bizantina. As próximas faixas seguintes, é um ponto interessante de mudança, "The Marching Beast" é uma instrumental com sons tentando recriar um ambiente árabe/oriental, algo que já foi tentado em álbuns anteriores pela banda e trata-se de uma peça instrumental com uma melodia repetida tocada em guitarra, baixo e saxofone, com um arranjo gradualmente em desenvolvimento que inclui um solo de piano e uma flauta influenciada por Jethro Tull. As duas faixas seguintes "The Battle of the Locusts" e  "Do It" são hard rocks com batidas de bateria e guitarra muito bem cadenciadas o que até surpeende pela época, uma influência grande para o heavy metal/hard rock. Ambas faixas começam com Forst recitando seus títulos e são tocados em um formato de trio de poder, com intrincados solos de bateria e guitarra rápida. O título de "Do It" vem do livro de Jerry Rubin Do It!: Cenários da Revolução. "Tribulation" curta faixa estranha experimental e até meio engraçada com uma influência no jazz com introdução de um saxofone. "The Beast" que apesar do nome, não é uma faixa sombria, mas uma música satírica para a surpresa dos ouvintes, que esperavam algo mais denso. É a primeira música com os vocais principais de Loukas Sideras, que canta "Quem pode lutar com a besta?" na voz dele normal e "ela é grande/é ruim/é perversa/é triste" em uma voz mais baixa e mais baixa. A música apresenta um ritmo e a experimentação de estúdio influenciados pelo funk, com o primeiro golpe dos versos que o reverb de placa se aplica a ele. Durante a gravação, Vangelis tinha um microfone para dirigir a banda, e a mistura final da música inclui alguns de seus comentários rítmicos de canto e estúdio. Ele diz PAME! ("Vamos lá!") Perto do clímax da música, e Teliounome Edho Pera, Etsi? ("Estamos fechando aqui, lembra?") Na medida final da música. "Ofis", faixa curta é um breve interlúdio no qual Yiannis Tsarouchis recita uma linha da peça de fantoche das sombras Alexandre, o Grande e da Seda Serpente com Slapback Echo, aplicado à sua voz. A linha, Exelthe Ofi Katiramene, Dhioti e Dhen Exelthe Essey, que Exelthe Ego! Ou! Ou! Ou!, Se traduz em "sair, amaldiçoar serpente, porque se você não sair, eu farei você sair!".
Lado 3
 "Seven Trumpets" que continua como uma narração dramática que serve para introduzir "Altamont". O Head Heritage o interpretou para representar o momento em que a "cortina da realidade" é destruída, e, portanto, o apocalipse real e o show de circo apocalipse começam a se entrelaçar conforme o conceito de Ferris. Então  "Altamont", faixa com uma batida forte que no final deixa a instrumentação para  introduzir uma voz de discurso, contém um ritmo repetitivo influenciado pelo funk, Roussos Scatting junto com a linha de baixo, vibrafone de Vangelis e uma clarineta adicional por halkitis. A segunda metade da música introduz narração adicional, referindo -se às imagens das músicas anteriores e descrevendo a visão do apocalipse como "as imagens do que era, do que é, do que está por vir". Uma das linhas da narração: "Somos as pessoas/as pessoas rolantes". "The Wedding of the Lamb", mais uma faixa instrumental com uma pegada árabe/oriental, praticamente se conectando com o final da música anterior. O instrumental, por sua vez, crossfades em "The Capture of the Beast"", um solo de tambor de Sideras que faz uso pesado de instrumentos de TOMS e percussão, realizada sobre os drones e efeitos do teclado de Vangelis. As músicas são ligadas por breves linhas faladas recitadas de maneira que anunciam seus títulos. Chegamos a  "∞" (ou infinito), é uma das mais polêmicas, pois trata-se de uma música cadenciada com um possível orgasmo feminino, que de tão louco deixa todos atônitos, ela consiste na atriz grega Irene Papas cantando "Eu estava, eu estou, estou por vir" sobre uma faixa de percussão esparsa, gradualmente se formando em um frenesi orgásmico. Vangelis descreveu a faixa como transmitindo "a dor do nascimento e a alegria da relação sexual". Mas a improvisação de Papas foi escolhida porque causou uma impressão mais forte, a faixa por sua vez seria uma  "cacofonia aumentada" que marca a progressão em direção ao apocalipse. "Hic et Nunc" tem novamente uma pegada Beatles pós-Sgt Peppers, bem psicodélica que faz dela uma música pop animada com piano em fases, saxofone e voz de Michel Ripoche, uma multidão cantando "Aqui e agora!" no refrão, uma reutilização do efeito sonoro do público de "Babylon" e o canto "We got the system to fuck the system" de "The System" durante o solo de piano de Vangelis, prenunciando a "montagem" final.
Lado 4
"All the Seats Were Occupied" - Faixa grande bem cacofônica e lisérgica com misturas de ritmos na base do experimentalismo ou parecendo com os primeiros trabalhos do Pink Floyd.Ela começa como um instrumental lento influenciado pelo raga antes de incorporar outros gêneros como o funk e culminar em uma "montagem" de música concreta. E incorporta samplers de outras faixas do álbum.A frase "todos os assentos estavam ocupados" foi retirada de um registro de ensino de inglês da BBC. A música termina com um final caótico e uma amostra do gemido de dor de Papas em "∞". Então finalmente chegamos a "Break", uma faixa bem pop/rock dos anos 60 no estilo Beatles, a música é uma balada cantada por Sideras, acompanhada por piano e órgão. Vangelis canta backing vocals, com o objetivo de tirar sarro do clima dramático da música. Ela finaliza com uma euforia melancôlica e termina com um acorde de piano e órgão, seguido após 6 segundos de silêncio por uma amostra de Forst dizendo "Do it!", Som final do álbum.
Embora a Melody Maker tenha afirmado que "Break" "poderia facilmente ter entrado nas paradas se tivesse sido lançado como single", nem o álbum nem o single tiveram sucesso comercial no lançamento, o álbum não conseguiu entrar nas paradas e o single apenas entrou no Paradas holandesas em 24º lugar. Dois anos depois, Vangelis disse que o álbum vendeu bem nos Estados Unidos. Mas o tempo mostrou qeu o álbum havia se tornando cult para vários artistas e fãs futuramente. A impressão que fica deste álbum conceitual é mostrar que eles eram músicos que não se importavam com o mainstream ou que as gravadoras queriam, por ser algo "não comercial". Minha crítica final é que apesar de ser bastante interessante, muita coisa nele não me agradou, mas outras, dá pra ver que Vangelis queria seguir um caminho novo na carreira e isto é positivo. Eu posso chama-lo de...anti-album e por sua vez 666 é um album de rock progressivo/psicodélico com uma mistura de art-rock.



Conclusão: Apesar de sua curta existência e da falta de singles de sucesso fora da Europa, a banda ainda é considerada cult para apreciadores de rock progressivo. O álbum 666 é frequentemente considerado sua obra-prima, além de ser um dos primeiros álbuns conceituais do rock. O álbum chamou a atenção de muitos músicos do rock progressivo, incluindo o vocalista do Yes, Jon Anderson, que mais tarde colaboraria com Vangelis (como Jon e Vangelis). Bandas contemporâneas de rock progressivo como Astra também citaram a banda como uma influência. Também não devemos esquecer que tanto o vocalista Demis Roussos(1946 - 2015) quanto o tecladista Vangelis (1943 - 2022), conquistaram fama gigantescas em volta do globo, devido a suas próprias carreiras solos.

Composições :  3 de 5

Artistas:  4 de 5