WASHINGTON (Reuters) - Missões espaciais internacionais encontraram gelo na lua e mais evidência de gelo em Marte, uma boa notícia para a futura colonização espacial humana e para os cientistas que buscam vida extraterrena.
Quatro artigos publicados na edição de sexta-feira da revista Science mostram claras evidências de água, provavelmente congelada, nas superfícies desérticas da lua e de Marte.
A Nasa, agência espacial dos EUA, disse que sua sonda Moon Mineralogy Mapper, ou M3, encontrou moléculas de água em toda a superfície lunar. O instrumento M3 foi levado para lá em outubro do ano passado pela nave Chandrayaan-1, parte da primeira missão espacial indiana.
"A água congelada na lua foi algo como um santo graal para os cientistas lunares durante um longuíssimo tempo", disse Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, em Washington.
"Quando dizemos 'água na lua' não estamos falando de lagos, oceanos nem mesmo de poças. Água na lua significa moléculas de água e hidroxila (hidrogênio mais oxigênio) que interagem com moléculas de rocha e poeira especificamente nos milímetros superiores da superfície da lua", disse Carle Pieters, da Universidade Brown, de Rhode Island, em nota.
Jessica Sunshine, da Universidade de Maryland, e seus colegas usaram o mapeamento infravermelho da sonda Deep Impact para mostrar que há água em toda a lua. Roger Clark, do Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA, e seus colegas usaram um espectrômetro -que separa as ondas de luz para analisar elementos e substâncias químicas que a refletem- da sonda Cassini para identificar a água.
Marc Norman, da Universidade Nacional Australiana, em Canberra, disse em nota que, devido às características dessa água, "não poderemos bombeá-la como água do solo, mas teremos de coletar volumes bastante grandes do solo lunar e então extrair e armazenar a água para uso."
No quarto artigo, a Nasa disse que sua sonda Mars Reconnaissance Orbiter localizou gelo em cinco novas crateras marcianas, provavelmente criadas por impactos de meteoros.
"Agora sabemos que podemos usar os locais de impactos como sondas para procurar gelo na subsuperfície rasa", disse em nota Megan Kennedy, dos Sistemas de Ciência Espacial Malin, de San Diego, que trabalhou no estudo.
FONTE: Reuters/Brasil Online