segunda-feira, 25 de julho de 2022

Discografia completa PINK FLOYD (1967 - 2022)


 

O Pink Floyd é uma banda britânica, formada por estudantes universitários por volta de 1965. Eles bebem muito da fonte progressiva do rock, que estava em vigor no final dos anos 60, o chamado rock psicodélico o que posteriormente os colocariam como uma das mais influentes bandas de rock progressivo da história. Se destacaram por suítes longas e pelas apresentações ao vivo muito criativa, na qual usavam bastante os elementos de luz, projeções e imagens e figuras, arte e som, uma verdadeira viagem... Um dos grupos mais bem sucedidos comercialmente e influentes da história da música.  Alguns apontam o Pink Floyd como mais influente que os The Beatles. 


Inicialmente formado por Syd Barret(vocal/guitarra) com Roger Waters(Baixo), Rick Wright (piano) e Nick Manson, estabeleceram uma nova diretriz na música, posteriormente Barret, líder-fundador, acabou sendo substituído do David Gilmour, que levou o Floyd a um patamar mais comercial e a voos mais altos alcançando patamares além da imaginação. Enquanto os Beatles, começaram a aranhar diferentes formas de música dentro do rock, o Pink Floyd foi além, apontando diferentes direções progressivas ao longo da sua história. Um dos pioneiros no uso da eletrônica, orquestra, algo que os Beatles já tinha feito, mas sem aprofundamento . 



The Piper at the Gates of Dawn (1967) - Álbum de estreia do Pink Floyd, ainda com a liderança de seu enigmático vocalista, compositor Syd Barret. Já começa com uma capa com fotos dos membros da banda em um efeito caleidoscópico. Não é uma estreia totalmente comercial, eles não eram os Beatles ainda, que teve toda uma evolução musical, mas era uma banda que estava em um circuito alternativo e foram convidados a gravar seu primeiro registro pela poderosa EMI. O álbum tem letras caprichosas sobre espantalhos, gnomos, bicicletas e contos de fadas, juntamente com passagens instrumentais de rock psicodélico. Já mostra sua principal característica de longas suítes, muitas baseadas em Blues e Jazz americano...Não foi atoa que o nome da banda veio de dois Bluesmans, Pink Anderson e Floyd Council. Curiosamente, o álbum foi produzido no famoso estúdio londrino, Abbey Road, em sessões quase juntas as gravações de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. E parece que ambas as bandas trocaram impressões e influencias durante as sessões. Obviamente Sgt.Pepper's se tornou um marco na  história, mas o primeiro disco do Floyd, deixou uma boa impressão na crítica e público, de algo muito bom que ainda estava por vir. Muita influencia psicodélica e lisérgica, com muito experimentalismo.  Não seria um álbum realmente pra qualquer público. Os fãs mais acostumados com os clássicos do Floyd, irão estranhar bastante, mesmo porque a banda estava em seu começo e não temos hits ou clássicos nele. Chegou a ser o 7° álbum mais vendido no Reino Unido e o 131° nos EUA...



A Saucerful of Secrets (1968) - EMI, levou os rapazes do Floyd para os estúdios para um novo álbum. Mas a situação de Barret, estava piorando a cada dia, devido aos problemas com acido e drogas. Um amigo chamado David Gilmour, foi chamado para ser um quinto membro de apoio, ajudando também na composição e guitarra. Barret acabou sendo excluído da banda e Gilmour ocupando seu lugar em definitivo, o que atrasou bastante este lançamento. Foi o último álbum com Barret e o primeiro com Gilmour. Então temos uma parte com Barret e outra com Gilmour e apenas uma música com os 5 juntos("Set the Controls for the Heart of the Sun "). É um álbum muito mais interessante que o anterior, tem uma capa com uma ilustração bacana e psicodélica, e as músicas ainda existe um certo experimentalismo, mas a guitarra de Gilmour dá um novo e melhorado som a banda. Podemos distinguir os acordes e sentir um pré-The Dark Syde of the Moon, em alguns trechos.  Ganha força também os teclados de Richard Wright, na qual também faz uso de alguns synths primitivos em algumas faixas. Isto dá as músicas um ambiente mais "espacial" e psicodélico, algo que posteriormente ficaria definido como o 'rock espacial'. Waters, começa a tomar as rédeas junto com Wright para o direcionamento da banda, após o afastamento de Barret. Destaque aqui pra a viajada "Let There Be More Ligh", e a longa "A Saucerful of Secrets" de quase 12 minutos, na verdade foi um retalho de outras músicas e sessões para finalizar o material do álbum.  "Corporal Clegg" , tem uma cadência de batida militar, algo que o Roger Waters passou a usar quase como tema quando controlava a banda até 1983 e "Jugband Blues" , a única música composta Syd Barret, repetindo uma velha forma de blues e jazz do álbum anterior. Chegou a ocupar o 9° lugar das paradas britânicas...nos States demorou a emplacar, só anos depois no relançamento que conseguiu atingir a posição 36 da Billboard.



More (1969) - Este terceiro álbum, é a primeira trilha sonora feita pela banda a convite de um estúdio. O filme More foi lançado no mesmo ano. Primeiro álbum sem a presença de Syd Barret. Como parte da trilha sonora, muitas músicas são ambientais, deixando o grupo livre para criarem um ambiente sonoro diversificado de acordo com o tema de cada cena. Tem momentos interessantes aqui, o rock espacial, os temas mais experimentais, tem até música espanhola. Ao que parece, o grupo já tinha várias músicas preparadas, antes de serem convidados para o filme. Estavam tocando material novo em shows e preparando outra trilha sonora de outro filme que não foi aproveitado. Tem partes com harmonia e outras com sons estranhos e barulhentos. A faixa "The Nile Song" e "Ibiza Bar" são surpreendentemente hard rock, "Green is the Colour" é uma balada folk,  "Quicksilver" e "Main Theme", são instrumentais, que terão ecos nos futuros trabalhos da banda,  "A Spanish Piece" é uma música com elementos das folclóricas musicais espanholas.  Sim, o trabalho bastante interessante, não tem clássicos aqui, mas dá pra ver que a banda está livre para criar, a EMI, conseguiu uma banda que ainda dará muitos lucro, então assim como os Beatles, que estavam chegando ao fim nesta época, o Floyd estava se tornando a nova banda capitânia da gravadora. Chegou a ocupar o 9° lugar no Reino Unido e apenas a 153 ° posição nos EUA. Ainda faltava algo para a banda estourar nos EUA. 



Ummagumma (1969) - A EMI, sentia o cheiro de lucro cada vez mais com o Pink Floyd, e autorizaram um novo álbum em 1969...um álbum duplo em seu quarto lançamento...O álbum mistura apresentações ao vivo com trabalho de estúdio. Tem uma capa bacana com fotografias da banda no mesmo lugar, só que em diferentes posições, sobrepostas, um trabalho da  Hipgnosis , um grupo artístico de Londres, que desenhava as capas do Floyd deste o primeiro álbum. O álbum começa com apresentações ao vivo bacanas de "Astronomy Domine" , "Careful with That Axe, Eugene", "Set the Controls for the Heart of the Sun" e "A Saucerful of Secrets", faixas conhecidas do álbuns anteriores e bem viajadas. Aqui os arranjos e solos ao vivo dão nova ênfase a estas viagens astrais e lembram em algum momento os futuros trabalhos. Então as músicas de estúdio deixam um pouco a desejar, "Sysyphus (Parts 1–4)"(do Wright), "Grantchester Meadows"(de Waters), "The Grand Vizier's Garden Party (Part 1: Entrance; Part 2: Entertainment; Part 3: Exit)" (de Manson) e "The Narrow Way (Parts 1–3)" (de Gilmour) , são faixas experimentais e longas com sons novamente estranhos e barulhentos misturados aos seus solos individuais. Não vi muita evolução do que já faziam nos álbuns anteriores. Então é um álbum de altos e baixos. Então é um álbum que vai do Rock espacial, ao experimental e psicodélico e um pouco de avant-garde. Apesar de o álbum ter sido bem recebido na altura da sua comercialização, e de ter chegado ao top 5 das tabelas de venda do Reino Unido, o próprio grupo não o vê como um bom trabalho, opinião expressa em entrevistas.



Atom Heart Mother (1970) - Já sem os Beatles que chegou ao fim, a EMI deu liberdade total ao Pink Floyd começa a definir algumas mudanças para seu quinto álbum. O famoso disco da "vaquinha". Foi o primeiro álbum do Pink Floyd a ser especialmente produzido em som quadrifônico de quatro canais, e no convencional estéreo de dois canais. Um grande trabalho de estúdio no Abbey Road. Aqui podemos dizer que chegamos a fase que a maioria das pessoas conhecem o Pink Floyd, com seu rock progressivo espacial, muito mais orgânico. Eles tentam deixar o avant-garde e o experimental de lado para partir para algo mais executável popularmente falando e levar o som a mais pessoas que não gostam de experimentação. O resultado é bem melhor, pois achei o álbum muito superior aos 4 primeiros.  Houve um salto considerável aqui. A faixa homônima que abre o álbum tem 24 minutos divididos em 6 partes !!! Com cada membro dando o seu melhor ali. O lado B, são faixas compostas individualmente como foi feito no álbum anterior, Ummagumma, com cada membro dando o seu melhor em cada faixa.  "If" é um rock bacana do Waters, "Summer '68"  uma balada legal do Wright,  "Fat Old Sun" deixa o compositor Gilmour, livre para sonhar na sua guitarra. Por fim a faixa  "Alan's Psychedelic Breakfast" é uma tentativa de retorno ao psicodelismo experimentalismo ainda presente, mas partes com um teclado de Wright, viajando em uma paisagem de som relaxado e o resto da banda cumprindo o seu papel.  Ainda não é o melhor do Floyd, mas mostra que eles estão acertando a sintonia para voos mais altos. Foi o primeiro álbum a chegar no todo das vendas no Reino Unido, com um brilhante primeiro lugar e sua melhor posição na América, 55° , longe ainda do topo, mas melhorando as posições dos anteriores...



Meddle (1971) -  O sexto álbum de uma banda já madura. Sem composições para trabalhar e sem uma ideia clara acerca da direção em que o álbum devia seguir, o grupo decidiu experimentar novas abordagens que acabaram por dar origem a Echoes. Embora muitos dos álbuns seguintes tivessem por base um tema central unificador, com letras escritas quase exclusivamente por Roger Waters, Meddle representou um esforço conjunto em que cada membro contribuiu com letras, e é considerado um álbum de transição entre as influências de Syd Barrett do final dos anos 1960 e os "novos" Pink Floyd. E já fica claro, desde o álbum anterior, "Atom Heart Mother", que o Pink Floyd irá seguir uma nova direção para atingir voos ainda maiores. Melodias mais acessíveis, e mais coeso que o trabalho anterior. o álbum se caracterizadas por diferentes estilos e emoções,  a instrumental "One of These Days"(um sucesso que tem sido executado em vários de seus shows futuramente)  é seguido de "A Pillow of Winds", um tema que, dos poucos da carreira do grupo, fala de amor, é calmo e acústico. A ligação destas duas músicas é feita com recurso a efeitos sonoros que simulam vento, antecipando a técnica que mais tarde seria utilizada em "Wish You Were Here". A faixa  "Fearless" faz uso de gravações do coro do Liverpool F.C. "San Tropez" por contraste, é uma música pop com influências de jazz, tocada num ritmo swing, composta por Waters no seu crescente estilo jovial e extemporâneo de escrever musicas." Seamus", um a pseudo-blues com um cachorro latindo ao fundo...e finalmente outra música marcante, "Echoes" de 23 minutos, uma verdadeira viagem sonora de ótima música, o Space Rock propriamente dito. Só ela já vale o álbum inteiro. Não temos mais tantas experimentações e lisérgicas que marcaram os álbuns anteriores, o fantasma de Syd Barret está longe de passar aqui. Guitarra de David Guilmour fluindo com melodias e riffs lindos. Teclado de Wright e bateria de Manson completam ainda com o baixo de Waters. Uma banda perfeita, que ainda nem mostrou todo o seu potencial. O álbum mais evoluindo até aqui da carreira Floyd...Apesar de no Reino Unido ter chegado ao terceiro lugar, a falta de divulgação por parte da Capitol Records resultou em poucas vendas nos EUA, e apenas alcançou o lugar 70 nas tabelas de vendas.



Obscured by Clouds (1972) - O sétimo álbum do Floyd foi feito para ser a trilha sonora do filme  'La Vallée' e como a banda estava preparando o seu próximo álbum 'The Dark Syde of the moon', muitos elementos são comuns nas duas produções. Apesar de ser trilha sonora, isto é, feito com pensamentos em determinadas cenas as músicas são muito melhores que as trilhas anteriores do Floyd, muito mais rock clássico com guitarras e solos de teclado e outros instrumentos. Não consegui enxergar aqui faixas épicas , como do álbum "Meddle", mas o som é realmente bom. Uma banda muito mais encorpada e longe do que fazia incialmente. Ele é mais curto do que os álbuns anteriores e tem um som mais pesado da guitarra. Liricamente, as músicas giram em torno do amor, um tema comum no filme em que o álbum foi inspirado. Na faixa " Obscured by Clouds " Richard Wright, faz uso do sintetizador  VCS 3 em algumas faixas, existe algumas influencias de country music e também faixas com violão. Manson faz uso de bateria eletrônica também. "When You're In" tem um estilo similar a anterior. "Wot's... Uh the Deal?" tem um solo bacana do Gilmour uma das suas características. "Childhood's End" do Gilmour foi inspirado no livro de Sir Arthur Clarke, 'O fim da Infância'. "Free Four" tem referencias a morte do pai de Roger Waters na II Guerra, algo que irá marcar bastante o artista e o Floyd ao longo dos anos. E as outras faixas são interessantes, mas não faz dele um álbum superior ao anterior, mas mostra que o Floyd tomou um caminho certo para algo que irá mudar a história da música muito em breve...O álbum foi nº6 no Reino Unido e 46° nos EUA, e 1° Lugar na França. 



The Dark Syde of the Moon (1973) - Oitavo álbum...e um dos mais históricos e importantes álbuns da história da música. A capa do álbum é uma das mais icônicas da história. Uma Obra Prima .!!! Se o Floyd praticamente começou a gravar seu 1° álbum lá em 1967, durante a sessão de gravação de um dos maiores discos da história, "Sgt Pepper's Lonely Heart Club Band" dos Beatles, agora estavam criando o seu próprio Sgt Peppers...ou seu álbum mais importante revolucionário, o álbum conceitual. A EMI não deixou por menos, atendendo todos os pedidos da banda pra fazer deste disto um clássico, marcando também uma nova era para seus membros, com letras mais bem elaboradas e pessoais, ao mesmo tempo que ainda se voltavam para sons experimentais, mas desta vez para as massas, contendo alguns dos mais complicados usos dos instrumentos e efeitos sonoros existentes na época, incluindo o som de alguém correndo à volta de um microfone e a gravação de múltiplos relógios a tocar ao mesmo tempo. Ou risadas... Os temas explorados na obra são variados e pessoais, incluindo cobiça, doença mental e envelhecimento, inspirados principalmente pela saída de Syd Barrett, integrante que deixou o grupo em 1968 depois que sua saúde mental se deteriorou. O conceito básico do disco foi desenvolvido quando a banda estava em turnê, e muito do novo material foi apresentado ao vivo, muito antes de ser gravado. Como álbum conceitual, desta vez as músicas não são longas suítes, mas cada música ao terminar se conecta na outra, permanecendo assim até o final, como um álbum coeso. "Speak to Me", começa com risadas e falas só indicando que um minuto depois viria "Breath", que já começa em uma viajada jazzeada e cantada lentamente, seguido por "On the Run", com sons estranhos , parece que estamos assistindo a algum objeto voador, que passa sobre nossas cabeças. Então chega "Time", com efeitos de milhares de relógios despertando seguido de uma marcação pulsante, pra mais em frente se tornar uma canção mais pesada e poderosa e com guitarra solística do Guimour arrasando. "The Great Gig in the sky", é uma canção exemplo de space rock que o Floyd ajudou a criar. O teclado do Wright está bem afinado seguido de uma linda soprano soltando a voz sensacionalmente. Então entra os sons de maquinas registradoras, estamos em "Money", falando sobre dinheiro e tudo que o ele representa. "Us and Them", uma das músicas mais bonitas do álbum, com solo de guitarra, piano, baixo e bateria, com lindo coral. "Any Colour you like", teclado e guitarra, bastante uso de sintetizadores, EMS VCS 3 e Synthi A. Então chegamos a "Brain Damage", sobre um lunático, possivelmente uma homenagem ao Syd Barret, musica que não deixa o álbum cair de forma alguma no obvio e conformismo. Então chegamos a "Eclipse", música que fecha o álbum maravilhosamente, uma balada sensacional dentro do top 10 das melhores músicas do Floyd. Enfim. Não há palavras certas pra descrever um álbum tão sensacional. Eu na minha opinião pessoal acho superior até ao "Sgt.Pepper's" dos Beatles. Talvez o álbum mais emblemático do rock. Ele foi nº 2 no Reino Unido (contesto, creio que sempre foi 1°) e finalmente conquistou a América e logo o mundo com o 1° Lugar do topo das paradas. A partir daqui, ninguém mais poderia parar o Pink Floyd.




Wish You Were Here
(1975) - Nono disco, gravado com uma banda já madura e sabendo o que quer.  Para provar que o álbum anterior, uma obra prima sonora não foi algo feito de sorte, este seguinte tem muito do anterior, começando que também é um álbum conceitual. O novo álbum, com uma capa bem estranha de uma pessoa cumprimentando outra que está queimando,  explora temas como ausência, indústria musical e a deterioração mental de Syd Barrett, um dos fundadores do conjunto, que curiosamente chegou a visitar o estúdio durante a gravação e que não chegou a ser reconhecido inicialmente. O conceito do álbum é praticamente todo do Roger Waters, que aos poucos também, começa a ter seu visão de líder contestada pelos outros membros. Mas aqui, ainda flui bastante a camaradagem para começar a música com a primeira parte de "Shine On You Crazy Diamond", na verdade são 5 partes menores, uma verdadeira viagem nos teclados de Richard Wright e na guitarra solística de Gilmour. As vezes com algumas intervenções cantadas por Waters. Seguem duas músicas mais roqueiras, "Welcome to the Machine"  e "Have a Cigar", uma pegada mais pesada, entra então a música que se tornaria um clássico da banda, "Wish You Were Here" que por si só, já valeria todo o disco, e finaliza com a segunda parte de "Shine On You Crazy Diamond", divididas entre partes 6 e 9. Fechando o disco com maestria. É incrível como os sintetizadores de Wright, se associava facilmente com guitarra e baixo e bateria, verdadeiras operas rock espaciais...O álbum foi primeiro a ser 1° no Reino Unido e 1° nos EUA, mercado praticamente conquistados pela banda.



Animals (1977) - Décimo álbum, com uma sequência ótima de grandes álbuns e música boa, o Floyd segue sua legado pelos anos. Como os dois anteriores, também é um álbum conceitual, que faz críticas às condições político-sociais da Inglaterra dos anos 1970, além de apresentar uma notável mudança no estilo musical do grupo. Sua capa já virou icônica, um porco sobrevoando entre duas chaminés da Usina Termelétrica de Battersea...mas durante o disco inteiro, não consegui encontrar qualquer música conhecida, épica ou clássica. Foi uma surpresa, pois estamos no auge da banda. O conceito do álbum é baseado no livro "A Revolução dos Bichos" de George Orwell, uma crítica ao comunismo, mas o álbum é o contrário, é uma crítica ao capitalismo. O álbum abre com "Dogs" tem alguns desempenhos 'explosivos' da guitarra de Gilmour as vezes bom batidas mais hard rock com teclados de Wright, "Pigs", lembra muito "Have a Cigar" do disco anterior, com uma pegada blues das guitarra de Gilmour. "Sheep", tem versos dos Salmos com alterações e "Pigs on the Wing" é uma canção mais romântica pequena. Eu penso que o álbum está muito do modo automático. Foi a partir deste álbum que os desentendimentos de Roger Waters(compôs 90% das canções) com o resto da banda, pelo controle começara a aparecer(Richard Wright por exemplo, não tem qualquer composição escrita).  Acho que o mesmo poderia ser melhor trabalhado. Não que seja um álbum ruim, mas acho que faltou algo. O álbum chegou ao Top 2 do Reino Unido e ao Top 3 dos EUA. Floyd ainda vendia muito.



The Wall (1979) - Décimo primeiro álbum. O último projeto a contar com a participação dos quatro membros que compõem a chamada formação clássica. Álbum duplo baseado nas apresentações ao vivo em uma turnê fantástica e um projeto para um filme de cinema com direção do aclamado Alan Parker. Mais um álbum conceitual, tratando de temas como abandono e isolamento pessoal. The Wall é uma ópera rock centrada em Pink, um personagem fictício baseado em Waters. As experiências de vida de Pink começam com a perda de seu pai durante a Segunda Guerra Mundial, e continuam com a ridicularização e o abuso de seus professores, com sua mãe super protetora e, finalmente, com o fim de seu casamento. Tudo isso contribui para uma auto imposta isolação da sociedade, representada por uma parede metafórica. Talvez este seja o seu álbum mais popular da carreira. The Wall é na minha opinião um dos melhores álbuns lives já feitos. Boa parte com composições exclusivas da turnê. Uma opera rock sensacional. Vi alguns vídeos antigos da turnê original e me impressionei. Mas pelo que sabemos, mesmo vendendo horrores desde o início dos anos 70, os membros do Pink Floyd chegaram quase falidos ao final da década, vitima da má aplicação e conduta por parte dos administradores financeiros da banda. The Wall teria sido feito para sanar estas dívidas... e o ego de Roger Water que praticamente queria mandar em tudo, fazendo o relacionamento com os outros integrantes esfriar durante as gravações. Em algum ponto da produção, Richard Wright não aguentou a pressão e saiu, embora tenha continuado no processo de gravação como um músico pago, apresentando-se com o grupo na turnê The Wall.. É interessante que não sinto ruindade de forma alguma neste álbum duplo, são músicas fantásticas e que se tornaram clássicos do rock. A introdução grandiosa começa com "In the Flesh?", seguindo um ritmo com canções, baladas, mais pesado ao logo do álbum. "Another Brick in the Wall" virou um clássico atemporal, que milhões de pessoas reconhecem instantaneamente. "Goodbye Blue Sky", uma balada mais lenta para algo maior a vir, "Mother" musica linda sobre a superproteção materna, "Hey You", com uma cadência que aumenta a cada verso, "Comfortably Numb"  se tornou minha música preferida do Pink Floyd de todos os tempos..."Run Like Hell", outra que cantarolo sempre. Enfim, um álbum perfeito.  Eu tenho ele na versão de 1999, "In the Flesh - The Wall", remasterizada e expandida ... com um bootleg lindo.  O álbum foi 1° lugar nos EUA e chegou em 3° no Reino Unido.



The Final Cult (1983) - 12° álbum da banda Pink Floyd...já sem Richard Wright, com Roger Waters se transformando em principal criador e "dono" da banda , deixando o resto dos músicos com meros músicos de apoio, então nos apresenta um álbum que parece...ser quase uma cópia ou material perdido de The Wall...o que pra muita gente considera um dos álbuns mais fracos do grupo, na minha opinião eu acho...justamente o contrário. Eu gosto bastante. Sim, tem bastante pegada do The Wall, tem o tema anti-bélico e perda do pai, que Roger Waters, ficou obcecado, mas ainda é um álbum interessante. Tá certo que a falta das teclas do Wright fazem falta, mas fico imaginado apenas que seria um álbum perfeito, se ele estivesse no time. Sei que o Gilmour que tocou neste álbum, diz que apenas "duas músicas prestam" e não morre de amores por ele. Acho exagero. É mais um álbum conceitual do Floyd, como seus trabalhos a partir dos anos 70. Um curta metragem bacana, foi feito para divulgação do mesmo. Lembro de ter visto na TV e revisto outro dia no Youtube, o que ainda acho sensacional. Temas sombrios continuam, anti-guerra das Malvinas, anti-Margareth Tarcher na faixa "The Fletcher Memorial Home", anti-guerra nuclear na faixa "Two Suns in the Sunset". Tem a pegada pesada e a pegada balada, comuns nos discos do Floyd. Minhas duas favoritas, "Your Possible Pasts" e é claro, "Not Now John" (principalmente por causa de um comercial da LEVI'S que passava na TV). Escute e tire suas dúvidas. A revista Rolling Stone deu ao álbum cinco estrelas, com Kurt Loder classificando a obra como "uma conquista superlativa... a principal obra-prima do art rock".Foi 1° lugar no Reino Unido e 6° nos EUA...Apesar de tudo, foi o último álbum de Roger Waters com Gilmour e Manson. Em 1984, entrou com um processo para liquidação da banda e fim do Pink Floyd...algo que não foi bem aceito por Gilmour e Manson...na qual a pendenga foi parar na justiça..



A Momentary Lapse of Reason (1987) - 13° Album...com o Pink Floyd sobe nova direção. Vocês acham que Gilmour e Manson iria deixar a banda acabar assim do nada ? Entraram na justiça e conseguiram o direito sobre ela, tirando Roger Waters de qualquer controle, que declarou guerra aos antigos companheiros. Richard Wright foi recontratado, mas foi colocado apenas com músico convidado, já que uma decisão na justiça anterior, impedia ele se ser membro do Pink Floyd novamente. Então o que temos aqui neste disco ??? O álbum não é um trabalho conceitual ao contrário dos anteriores, nem temático, sendo assim um apanhado de canções de rock escritas por David Gilmour. Canções na qual Gilmour esta livre para destrinchar sua guitarra, fazendo ela chorar com os teclados do Wright e batidas do Manson. Um álbum bem 'up', ou contrário dos tons sombrios dos anteriores, o que de certa forma pode fazer muita gente torcer o nariz. Falta realmente um pouco do espírito de Roger Waters, e o próprio Gilmour sabe disto, deixando o álbum mais com cara de trabalho solo. Então, destaco duas músicas que fizeram sucessos nas rádios e são muito boas "Learning to Fly" e "On the Turning Away"  .  Ambas já valem o álbum inteiro que não tem muitas ousadias que os anteriores.. Fica até difícil de julgar. Foi Top 3 tanto nos EUA quanto no Reino Unido...isto é...Pink Floyd ainda vende...



Delicate Sound of Thunder (1988) - 2° album live do Pink Floyd, com Gilmour levando a turnê do  "Momentary Lapse of Reason" pelo mundo. As principais faixas do novo álbum do Pink Floyd sem Roger Waters, até que são bem executadas, e ganham mais vida ao vivo, principalmente pelo improviso da guitarra de Gilmour e a cadência das batidas de Manson, auxiliados por outros músicos e coro feminino excelente. Então, músicas do "Momentary..." como "Yet Another Movie", "Round and Around" e "Sorrow" ganham em qualidade sonora e o público aceitou mais facilmente, outro grande destaque é  "The Dogs of War", um rock mais pesado com ecos do período Waters que era obcecado pelos temas anti belicistas. Os singles "Learning to Fly" e "On the Turning Away", foram músicas novas de fácil assimilação e cantadas pelo público. Mas talvez o principal ali, eram os clássicos do Pink Floyd como "One of These Days", "Time", "Money", "Wish You Were Here", "Comfortably Numb", "Shine On You Crazy Diamond", e é claro, "Another Brick in the Wall (Part 2)". Serve como coletânea de tanto sucesso. Assista ao show de vídeo lançado em VHS, DVD e BluRay totalmente restaurado. Os álbuns foram 11° lugar tanto no Reino Unido como nos EUA, quase atingindo o TOP 10...



The Division Bells (1994)  - 14° álbum e 2° de estúdio da fase sem Roger Waters. Gilmour, Manson e Wright (agora oficialmente membro reintegrado da banda), partiram para mais um álbum de estúdio, após o retorno das atividades em 1987. E novamente sem Roger Waters, para guiar os temas, temos mais um álbum de músicas soltas bem soft/pop, em alguns casos beirando quase a new age music. E mesmo não sendo um dos melhores trabalhos do PF, chegou a primeiro lugar em diferentes partes do mundo além de EUA, Reino Unido, sendo até disco de platina no Brasil. Principais temas musicais: a falta de comunicação, junto com outras questões como o isolamento, conflitos e autodefesa.  Pega também parte do momento político vivido no mundo no período do fim da guerra fria. A canção "A Great Day for Freedom" justapõe a euforia geral, como a queda do Muro de Berlim com a limpeza étnica e o genocídio que se seguiu na Iugoslávia. "Keep Talking" foram utilizadas amostras de voz de Stephen Hawking, famoso cientista. Dois destaques principais que viraram singles "Take It Back" (cujo clip passou no Fantástico) e "High Hopes". Ainda destaco "Lost for Words" , uma balada que começa bem suave e se torna mais energética e progressiva.  Álbum melhor que "A Momentary Lapse of Reason" ? Sim, muito melhor produzido...mas longe de ser os grandes discos da banda que realmente ficaram no passado.



P.U.L.S.E. (1995) -  3° álbum live do Pink Floyd da fase Gilmour, Manson e Wright (sem Waters). Registro em álbum duplo da turnê mundial do álbum The Division Bells. Aqui temos uma melhora bastante significativa dos shows em relação ao "Delicate Sound of Thunder", que já era um espetáculo. Uma banda bem a vontade e afiada, tocando seus clássicos de forma bem executada com apoio do público. O disco 1, começa com a abertura de "Shine On You Crazy Diamond(Part I-V)", e para surpresa de todos, traz a esquecida "Astronomy Domine" escrita pelo Sid Barret do primeiro álbum do Floyd lançado em 1967. "What Do You Want From Me" , "Keep Talking" e "Coming Back To Life", são faixas novas do The Division Bells, aqui a banda consegue melhorar bastante nas apresentações ao vivo. "Learning To Fly", hit do álbum anterior, foi trazida de volta nesta turnê. "High Hopes" foi hit do novo álbum, também muito bem trabalhada. E ainda temos as surpresas, duas faixas escritas por Roger Waters : "Hey You" e "Another Brick In The Wall" (Part 2) do álbum The Wall, fazendo a galera delirar. O disco 2 é uma surpresa, a banda toca por completo ao vivo o álbum "The Dark side of the Moon", com faixas como "Time", "Money", "Us And Them", "Brain Damage" e "Eclipse", ganhando muita vida e delirios. Pra fechar o álbum, temos três faixas especiais das mais conhecidas músicas clássicas da banda: "Wish You Were Here", "Comfortably Numb" e "Run Like Hell". Melhor impossível. Este álbum mostra que a banda está bem afiada ao vivo mesmo sem Roger Waters, mas seria bastante interessante se tivesse ele...1° lugar no Reino Unido , EUA e várias partes do mundo. 



Echoes: The Best of Pink Floyd (2001) - Coletânea da banda Pink Floyd, com um apanhado de toda sua carreira, onde as faixas desta coleção de hits e outros, estão dispersas e não em ordem cronolígica de lançamento. Outra curiosidade é que os álbuns More, Ummagumma, Atom Heart Mother and Obscured by Clouds, não possuem músicas representadas na coleção. Roger Waters, deu até uma contribuição a coleção...o título, pois segundo ele, o que o resto da banda queria seria ridículo. Aqui estão incluídos os dois primeiros singles "See Emily Play" e "Arnold Layne" lançados em 1967, que antecederam o álbum de estreia da banda, mas que curiosamente NÃO ESTÃO no "The Piper at the Gates of Dawn" e em nenhum outro álbum de estúdio.   A primeira música, é bem ao estilo beatlemaniaco da fase intermediária após "Help", algo que o Floyd não repetiu em seu álbum de estreia, passando direto para a psicodélia. "Astronomy Domine" está muito bem trabalhada apesar da viajada lisérgica psicodélica. Então, se vc quer iniciar em Pink Floyd, e escutar suas principais músicas incluindo seus singles iniciais que não foram lançados em álbuns, está ai uma boa pedida. O álbum foi n°02 tanto nos EUA quanto no Reino Unido e ganhou vários discos de ouro e platina. 



The Endless River (2014) - Em 2005, o improvável aconteceu. Para marcar os eventos do Festival Live Earth (dos mesmos organizadores do famoso Live Aid), Roger Waters, concordou em deixar suas diferenças de lado com o resto da banda, e voltaram a tocar todos juntos o concerto de reunião do Pink Floyd, em 2 de Julho de 2005. Waters, Gilmour, Manson e Wright tocaram seus maiores sucessos em um show aberto no Hyde Park de Londres...mas infelizmente, apesar de tentativas de aproximação (com Gilmour e Manson, tocando de surpresa em um show do Roger Waters em 2011), infelizmente as relações entre eles voltaram a estremecer...Um ano depois, em 2006, o gênio fundador e a muitos anos afastado, Syd Barret faleceu...e Rick Wright infelizmente morreu de câncer em 2008. Aquele show do Live Earth foi o retorno e a ...despedida do Pink Floyd com os membros originais...e os lançamentos da banda, ficaram na base de coleções e coletâneas...até 2014, quando Gilmour e Manson, autorizaram o lançamento do 15° álbum do Pink Floyd...sem Waters. O projeto é baseado em sessões excluídas do último álbum, The Division Bell, o qual contém várias contribuições do finado tecladista e compositor Richard Wright. As músicas, grande parte são formadas por longas suítes ao estilo jazzisticas com grande apoio das teclas de Wright, criando um ambiente sonoro que quase chega a ser New Age Music..A última faixa - "Louder Than Words" - é a única música do álbum que possui vocais principais, com as letras escritas pela esposa de David Gilmour, Polly Samson. Uma versão deluxe, contem outras faixas de sobras das gravações anteriores, cujo destaque é "Nervana", um hard rock que daria uma ótima música se fosse gravada com vozes. Então, ainda é um disco ambiental e instrumental bacana, mas longe dos grandes anos dourados do Floyd... Mas serve como homenagem final ao Richard Wright. Chegou ao 1° lugar no Reino Unido...e 3° lugar nos EUA. Ainda mostra que qualquer coisa do Pink Floyd vende muito...



Bonus: Hey Hey Rise Up (Single) (2022) - Mais uma vez, o improvável aconteceu, em apoio aos músicos da Ucrânia, país que está sofrendo ações militares pela Rússia, David Gilmour e Nick Manson, gravaram esta música junto com  Andriy Khlyvnyuk do Bloombox, banda ucraniana. A faixa leva a pegada mais hard rock do Floyd e é um grito contra a guerra da Ucrânia. Roger Waters, não quis se manifestar sobre o lançamento...mas é uma música bem interessante pela pegada mais pesada. O single físico também possui a faixa:  "A Great Day for Freedom", do álbum Division Bells (1994), em uma versão alternativa bem interessante, recriada por David Gilmour a partir da fita master registrada na época.



Conclusão: O Pink Floyd é uma banda fenomenal, mesmo que seus membros já estejam bastantes desgastados e perdemos já alguns deles, os músicos Gilmour e Waters, ainda mostram certa versatilidade com seus projetos paralelos e turnês levando o som do Floyd pra muito mais gente. Comparado aos Beatles, o Floyd pegou e moldou o som para a melhor recepção e continuou a usar a música como forma de expressão e propaganda política e social. Foram revolucionários em muitos sentidos, apesar dos Beatles, sempre procurava descobrir novos sons, mas sem ficar preso as tendências. O Som do Floyd é viajante, as vezes louco , as vezes sólido, são muitas variações. Quase ninguém conseguiu chegar ao nível deles e sempre será uma referência para várias gerações. 


Nota para banda :  5 de 5

Nota para Composições: 5 de 5

Tudo perfeito. Banda Evolution  !!!


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