terça-feira, 28 de agosto de 2012

NEIL ARMSTRONG - MORRE O 1° HOMEM NA LUA

Neil Armstrong - (1930-2012) - Apollo XI

A humanidade perde o homem que deu o pequeno passo que entrou para sempre na história mundial. EVOLUTION NEIL !!!


O primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, morreu aos 82 anos nos Estados Unidos neste sábado (25), informou a família do astronauta em nota à imprensa.
"Estamos de coração partido ao dividir a notícia de que Neil Armstrong faleceu após complicações ligadas a procedimentos cardiovasculares", diz a nota. "Neil foi um marido, pai, avó, irmão e amigo amoroso."
Em 7 de agosto, ele passou por uma cirurgia de emergência no coração, após médicos encontrarem quatro entupimentos em suas artérias,  e desde então estava se recuperando no hospital em Cincinnati, onde morava com a esposa.
No Twitter, a Nasa ofereceu "seus sentimentos pela morte de Neil Armstrong, ex-piloto de testes, astronauta e primeiro homem na Lua."

Armstrong foi o comandante da Apollo 11, missão que chegou ao satélite da Terra em 20 de julho de 1969. Ao ser o primeiro ser humano a pisar em outro corpo celeste, Armstrong proferiu a frase: “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade.”
Nascido em 5 de agosto de 1930, Armstrong foi piloto da Marinha dos Estados Unidos entre 1949 e 1952 e lutou na Guerra da Coreia. Em 1955, se formou em engenharia aeronáutica pela Universidade de Purdue e se tornou piloto civil da agência que precedeu a Nasa, a Naca (Conselho Nacional de Aeronáutica).

Lá, entre outras aeronaves, pilotou o X-15 – avião experimental lançado por foguete onde ocorreram as primeiras tentativas americanas de chegar aos limites da atmosfera e à órbita do planeta. Em 2012, o X-15 ainda mantém o recorde de velocidade mais alta já atingida por um avião tripulado.
Em 1962, ele deixou a função de piloto de testes e passou a ser astronauta – com a Naca já transformada em Nasa. Sua primeira missão espacial foi como comandante da Gemini 8, em março de 1966, onde ele e o astronauta David Scott fizeram a primeira acoplagem de duas naves espaciais. Na ocasião, ele se tornou o primeiro civil americano a ir ao espaço.

Durante o voo, os dois quase morreram. Enquanto a nave estava sem contato com a Terra, a Gemini 8, acoplada na sonda Agena, começou a girar fora de controle. Inicialmente, Armstrong achou que o problema era com a Agena e tentou diversas opções para parar o giro – sem sucesso. Ao desacoplar as duas naves, o problema piorou. A instantes de perder a consciência pela velocidade com que a Gemini 8 girava, Armstrong usou os motores que serviam para a reentrada na Terra para controlar a espaçonave. A Gemini parou de girar e a dupla fez um pouso de emergência próximo ao Japão, sem completar outros passos da missão, como uma caminhada espacial que seria realizada por Scott.

Após a missão, Armstrong acompanhou o presidente americano Lyndon Johnson e outros astronautas em uma viagem à América do Sul que incluiu o Brasil. Segundo sua biografia oficial, escrita por James R. Hansen, Armstrong foi especialmente bem recebido pelas autoridades brasileiras por conhecer e conversar bem sobre a história de Alberto Santos Dumont.
Apollo 11 e a ida à Lua
Com o fim do programa Gemini e o início do Apollo, Armstrong foi selecionado como comandante da Apollo 11. Segundo a Nasa, não houve uma escolha formal inicial de quem deveria ser o primeiro a pisar na Lua. Todos os astronautas envolvidos no Apollo, segundo eles, teriam chances iguais.

As missões eram organizadas para cumprir uma crescente lista de tarefas. Assim, a Apollo 7 era um voo de teste do módulo de comando – o que era chamado de “missão tipo C”. A seguinte, 8, testou a viagem até a Lua. A 9 testou o módulo lunar, uma missão tipo “D”. Se houvesse qualquer problema em uma dessas missões, ela deveria ser retomada até dar certo.
Por isso, embora Armstrong e sua tripulação, Buzz Aldrin e Michael Collins, estivessem com a primeira missão do tipo “G”, que tentaria um pouso – não estava garantido que eles de fato fossem ser os primeiros a fazer isso. Qualquer problema nas missões anteriores e a 11 poderia ter que assumir etapas preparatórias.

Quando ficou razoavelmente claro que a Apollo 11 seria a primeira missão a tentar o pouso, a mídia americana passou a informar que Buzz Aldrin seria o primeiro homem na Lua. A lógica dos jornalistas seguia o fato de que no programa Gemini o piloto – não o comandante – era quem saía da nave. Além disso, os primeiros materiais de divulgação feitos pela Nasa mostravam o piloto saindo primeiro e o comandante depois.
Em uma coletiva de imprensa feita em abril de 1969, a Nasa informou que a decisão de fazer Armstrong sair primeiro foi técnica, já que a porta do módulo lunar estava do lado dele. Em entrevistas dadas mais tarde, Deke Slayton, chefe dos astronautas na época, disse que a decisão foi “protocolar”: ele achava que o comandante da missão deveria ser o primeiro na Lua. As opiniões de Armstrong e Aldrin, segundo ele, não foram consultadas.

Após a decolagem em 16 de julho, Armstrong e Aldrin começaram a descida até a Lua em 20 de julho no módulo lunar, apelidado de “Eagle”. Durante a descida, a menos de dois mil metros de altura, dois alarmes soaram indicando que o computador estava sobrecarregado. Seguindo a orientação do controle de missão, Armstrong os ignorou e manteve o pouso.

Ao olhar pela janela, viu que o computador os estava levando para uma área com muitas pedras. O americano então assumiu o controle manual da nave e pousou. Ao encostar na Lua, restavam apenas 25 segundos de combustível no Eagle.
As primeiras palavras de seres humanos na Lua foram, na verdade, Armstrong e Aldrin fazendo a checagem pós-pouso. Termos técnicos como “parada de motor”, “controle automático ligado”, “comando do motor de descida desligado”. Apenas ao final dessa lista, Armstrong falou com a Terra: “Houston, Base da Tranquilidade aqui. A Águia [“Eagle” em inglês] pousou”.
Durante todo o processo de pouso, o controle na Terra se manteve em silêncio, permitindo que a dupla se concentrasse. Com o contato de Armstrong, o astronauta Charlie Duke, em Houston, respondeu bem humorado: “vocês têm um monte de caras quase ficando azuis aqui, estamos respirando de novo.”
Armstrong e Aldrin ficaram 21 horas e 36 minutos na Lua – duas horas e 36 minutos caminhando por ela. O tempo fora da nave foi progressivamente aumentado a cada missão Apollo – na última, a 17, os astronautas ficaram mais de 22 horas fazendo caminhadas lunares.

Neil Armstrong foi recebido como herói após sua volta, com condecorações de diversos países. A mais recente foi a medalha de honra, a mais alta honraria concedida pelos Estados Unidos, dada a ele e a outros pioneiros espaciais em novembro de 2011.

Após a missão de 1969, ele assumiu uma posição de gerência na Nasa e participou da investigação do acidente da Apollo 13. Ele se aposentou da agência em 1971.
Em 1970, obteve um mestrado em engenharia aeroespacial da Universidade do Sul da Califórnia. Depois, virou professor na Universidade de Cincinnati, onde morava, até 1979. Armstrong também fez parte da mesa diretora de algumas empresas americanas. Em 1986, a convite do presidente americano Ronald Reagan, participou da investigação do acidente do ônibus espacial Challenger.

Armstrong casou com Janet Shearon em 1956, com quem teve três filhos: Eric, Karen e Mark. Karen morreu de câncer no cérebro em 1962, aos três anos, e jamais viu o pai ir ao espaço. Ele e Janet se divorciaram em 1994, após 38 anos de casamento. No mesmo ano, ele se casou com sua segunda esposa, Carol Knight.

Armstrong viveu uma vida de reclusão após a Apollo 11. Convidado frequentemente por partidos americanos, ele se recusou a concorrer a um cargo político. Armstrong também raramente era visto em público e quase nunca dava entrevistas, além de não costumar tirar fotos ou dar autógrafos, porque não gostava que eles eram vendidos por valores que ele considerava “absurdos”. Sua única biografia autorizada foi publicada em 2005. Ele também costumava processar empresas que usavam sua imagem sem autorização e doar as indenizações recebidas à faculdade em que se formou. Em 2005, processou seu barbeiro por ter vendido fios de seu cabelo por US$ 3 mil. O barbeiro teve que doar o valor para a caridade.
Em 2007, 38 anos após a viagem à Lua, em uma rara aparição em público, Armstrong se definiu como "um engenheiro nerd". "Eu sou e sempre serei um engenheiro nerd, com meias brancas e protetores de bolso. E eu tenho um grande orgulho das realizações da minha profissão," disse.
Em 2009, ele fez uma viagem "secreta" ao Brasil, onde passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

A nota da família sobre a morte de Armstrong é encerrada com um pedido: "Para aqueles que perguntam o que podem fazer para honrar a Neil, temos um simples pedido. Honrem seu exemplo de serviço, feitos e modéstia, e a próxima vez que você der um passeio em uma noite clara e vir a Lua sorrindo para você, lembre de Neil Armstrong e dê uma piscadela para ele.”

Buzz Aldrin, segundo homem na Lua: “Fiquei muito triste ao saber da morte de Neil Armstrong hoje. Neil e eu treinamos juntos como parceiros técnicos mas éramos também bons amigos que ficaram para sempre conectados por nossa participação na missão Apollo 11.
Sempre que eu olho para a Lua, ela me lembra do momento há mais de quatro décadas em que eu percebi que, embora nós estivéssemos o mais longe da Terra que dois humanos já estiveram, nós não estávamos sozinhos.

O mundo todo fez parte daquela jornada memorável conosco. Eu sei que estou ao lado de milhões de outros ao sofrer a morte de um verdadeiro herói americano e o melhor piloto que eu já conheci. Meu amigo Neil realizou o pequeno passo e o grande salto que mudou o mundo e será para sempre lembrado como um momento chave da história da humanidade.
Eu realmente torcia para que em 2019 nós estivéssemos juntos ao lado do nosso colega Mike Collins para celebrar os 50 anos do pouso na Lua. Lamentavelmente, isso não vai acontecer. Neil com certeza estará conosco em espírito.
Em nome da família Aldrin, nós estendemos nossos mais profundos sentimentos para Carol e toda a família Armstrong. Eu vou sentir a falta de meu amigo Neil como sei que nossos cidadãos e as pessoas do mundo vão sentir a falta desse pioneiro da aviação e do espaço."

Michael Collins, piloto do módulo de comando da Apollo 11: "Ele era o melhor e eu sentirei sua falta terrivelmente.”

John Glenn, primeiro americano no espaço: "Ele era um bom amigo e sua falta será sentida."

Charles Bolden, administrador-chefe da Nasa: “Em nome de toda a família da Nasa, gostaria de expressar os meus mais profundos sentimentos a Carol e ao resto da família Armstrong pela morte de Neil Armstrong. Enquanto existirem livros de história, Neil Armstrong estará incluído neles, lembrado por tomar o primeiro pequeno passo da humanidade em um mundo além do nosso.
Além de ser um dos maiores exploradores da América, Neil carregava a si mesmo com uma graça e humildade que eram um exemplo para todos nós. Quando o presidente Kennedy desafiou a nação a mandar um homem à Lua, Neil Armstrong aceitou sem reservas.
Conforme entramos nessa nova era de exploração espacial, estamos em pé nos ombros de Neil Armstrong. Lamentamos a morte de um amigo, um colega astronauta e um verdadeiro herói americano."

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos: "Neil é para mim um dos maiores heróis americanos, e não apenas da atualidade, mas de todos os tempos. Quando ele e seus colegas decolaram a bordo da Apollo 11 em 1969, eles carregaram com eles as aspirações de toda uma nação.

Eles partiram para mostrar que o espírito americano pode ver além do que parece inimaginável – que com suficiente vontade e engenhosidade, tudo é possível. E quando Neil pisou na superfície da Lua pela primeira vez, ele entregou um momento de conquista humana que jamais será esquecido.
Seu legado vai perdurar, fortalecido por um homem que nos ensinou o enorme poder de um pequeno passo".

Marcos Pontes, astronauta brasileiro: “É muito triste quando isso acontece. Ele foi um ícone. Um herói. Tive a honra de conhecê-lo duas vezes em Houston, conversamos rapidamente. Era um homem muito sério, objetivo e profissional.
Lembro de vê-lo andando na Lua pela TV quando eu tinha seis anos. E essa é uma das imagens que ficaram na minha cabeça pelo resto da vida, que influenciaram as decisões da minha carreira.
É uma pessoa que faz parte da história. Fisicamente pode não estar mais entre nós, mas ele sempre vai fazer parte da história da Humanidade. Ele fez a diferença na vida de todos nós É uma pessoa tão importante, que parece que foi alguém da sua família. É um dia muito triste para o mundo.".

FONTE: G1