Engraçado, a muitos anos tive uma ideia sobre um crossover
de Arquivo-X com Indiana Jones, pois as duas mitologias podem estar ligadas no
quesito mistério/misticismo. Agora que a Disney comprou a Fox, esta ideia já
não é mais impossível…
Entrevista com Ricardo A. Melo, autor da fan-fic “Arquivo X
- A Arca”.
P: Ricardo, pode falar um pouco sobre você e como se tornou
escritor ?
R: Primeiramente devo falar a todos que …não sou escritor.
Tirando redações e alguns textos de blog, não sou criador de estórias ou contos
em si, mas ao longo dos anos, após ver vários amigos (inclusive um primo já
falecido), se tornarem escritores, resolvi tirar esta ideia que tive da cabeça,
criar este conto e colocar no papel. E respondendo melhor a pergunta, sou um
jovem de 40 e poucos anos, Analista de TI, a quase vinte anos, interessado em
cultura pop em geral, que muitos chamam de cultura Nerd/Geek. Uma cultura que
cresceu bastante ultimamente inspirada nas séries de TV, quadrinhos, livros,
filmes e agora a internet.
P: O que te inspirou a fazer este conto sobre o Arquivo X e
com o Indiana Jones no meio ?
R: São duas estórias da cultura geek/nerd que sempre gostei,
“Arquivo X”, seriado que acompanhei religiosamente nos anos 90, com Indiana Jones, personagem de
cinema (e também TV e outras mídias), que acompanho desde que ele surgiu no
cinema com o filme “Caçadores da Arca Perdida”. Vou mais fundo, Indiana Jones
pra mim, é o maior personagem da história do cinema. O que me inspirou a fazer
este conto, foi levar o clima de mistério dos dois universos. Um vez eu havia
lido uma entrevista com o criador de Arquivo X, Chris Carter dizendo que sua
inspiração para se aventurar no mundo do entretenimento, foi o filme “Caçadores
da Arca Perdida”, além do mais em um episódio de Arquivo X, existe uma cena com
o Agente Mulder quase idêntica ao final de “Caçadores”. Em 2008, foi lançado o
último filme do Indiana Jones, “O Reino da Caveira de Cristal” e ficamos
sabendo que os grandes segredos dos EUA(incluindo a Arca da Aliança), estão
escondidos na famosa Área 51, lugar onde supostamente o governo americano
esconderia artefatos e peças relacionados a ufologia, incluindo os restos do
disco voador que supostamente caiu em Roswell nos anos 40. Deste então, surgiu esta ideia de ter o
Agente Mulder investigando isto com sua parceira Scully o que poderia contar
com a ajuda do Professor Jones, agora um senhor bem idoso com mais de 90 anos
de idade, igual ao mostrado na série “As Aventuras do Jovem Indiana Jones”,
exibido no Brasil na mesma época que Arquivo X também era exibido.
Scully e Mulder (Arquivo X)
P: Então é um crossover entre as duas séries ? Como isto
funciona ?
R: Não diria exatamente um crossover, mas um link quase
direto, pois em um determinado momento da estória Mulder e Scully deverão conhecer
melhor sobre a Arca da Aliança, objeto na qual o inimigo, “Canceroso”, também
está interessado, e a única pessoa no mundo que conheceu bem este objeto, foi o
Professor Jones. Como eu disse, as duas séries foram exibidas na TV, no mesmo
período, nos anos 90, mas o conto é uma estória Arquivo X com uma pitada de
Indiana Jones. No caso o Prof.Indiana Jones é um ancião, não o jovem do seriado
de TV ou a imagem do Harrison Ford do cinema. Indo mais fundo, eu diria que é
um conto fan fiction de “Arquivo X” com a participação especial do ancião Indy.
O velho Indiana Jones
P: A que recorreu para montar seu conto. Houve pesquisas ?
R: Sim, tive que escolher um período no tempo, na qual a
estória deveria passar, defini que poderia ser um conto entre a segunda com a
terceira temporada do seriado Arquivo X, pois queria incluir o personagem “Sr.
X”, o informante misterioso do Agente Mulder e
também o período que a primeira temporada de O Jovem Indiana Jones era
exibida na TV. Depois disto, defini no papel as ideias onde se passariam a
estória, na minha mente deveria ser em várias partes dos Estados Unidos, igual
a série de TV. Estudei cada um destes lugares, para ver localização de aeroportos, estradas, hotéis, lugarejos próximos. Também estudei um pouco a Defesa Americana,
para inclusão de personagens militares e assim como armamentos e veículos que
poderiam ser usados. E é claro, tive que estudar a personalidade de Mulder,
Scully, Canceroso, seus vícios, suas maneiras de falar, seus Hobbies… Tentei
passar tudo isto no conto.
P: Que recursos você usou montar seu conto, são apenas
textos ? Dividiu em capítulos ?
R: Como um conto, ele é basicamente texto, mas também
resolvi colocar ao longo deste conto, algumas imagens e fotos, para que o
leitor pudesse identificar a situação e ação descrita nos textos. Sobre os
capítulos, sim, houve uma divisão, com um prólogo no começo e um epílogo no
final, como se fosse um episódio de TV regular.
P: Como foi o processo de escrita, correção e lançamento do
mesmo ?
R: Tive a ideia do conto a mais de 10 anos, assim que os
primeiros trailers e imagens do quarto filme do Indiana Jones começara a
aparecer na mídia. Então comecei a escrever no notepad do Windows, o que seria
o inicio do conto, mas acabou que não tive a ideia de como desenvolver aquilo,
demorei algum tempo, foi só em 2016, que tive mais tempo para pensar um pouco e
comecei a retomar o conto. Fiz um estudo sobre a situação que os personagens
passariam a enfrentar . A maior dificuldade em bolar uma estória, não é começar
a mesma, mas uma forma de termina-la , chegar ao seu fim. Em se tratando de
Arquivo X, o fim nunca é o fim, como sabemos…(risos). Acabou que o conto ficou
com 50 paginas, e fiquei satisfeito com aquilo. Fiz revisão capítulo por
capítulo, usei revisor ortográfico, pois em matéria de Português, nunca foi meu
forte, sei fazer estória, mas escreve-la ainda é um problema. Mas antes de
colocar a mesma online, quero que alguns amigos façam uma revisão, então creio
que durante 2018, devo coloca-lo no ar nas comunidades que frequento no
Facebook e no meu blog:
P: Já procurou alguma produtora, editora ou site para lançar
seu conto ? Espera ganhar muito com ele ?
R: A resposta a esta pergunta é clara: NÃO !!! Não quero ganhar nada com ele, não
procurei ninguém e nem vou procurar , não espero ter lucro algum. Escrevi o
conto apenas porque sou fã dos personagens e surgiu esta ideia na cabeça. Vou postar em algumas comunidades e no meu
próprio blog, mas não quero ganhar nada com ele. Não tenho e não quero ter
qualquer direito sobre os personagens. Não fiz a estória apenas pra mim, mas
para todo mundo. Alguns irão gostar, outros não. Pra mim, será apenas mais uma
etapa. E nem tenho pretensões de ser escritor ou coisas do tipo.
P: Com a aquisição da Fox pela Disney em 2017, muda alguma
coisa ?
R: Interessante que isto permitiria a Disney, detentora dos
direitos do personagem Indiana Jones pela empresa Lucasfilm e a Fox, detentora
dos direitos de Arquivo X, passassem a ter o mesmo dono. Bom, já dei a ideia do
meu conto, eles podem fazer o que quiserem depois, pois são donos destas
franquias. Claro que não vejo nada multimídia nisto tipo um episódio ou filme, mas quem sabe um quadrinhos baseado. Existem vários crossovers que sugiram nos quadrinhos como "Alien X Predador", "Planeta dos Macacos x King Kong" e por ai vai.
P: Tem planos para escrever mais estórias , talvez outras
fan fictions ?
R: Sim, mas como eu disse, não quero ser escritor, é apenas
um Hobbie. Em verdade, ainda quero escrever uma estória sobre o seriado que
passei a admirar a pouco tempo, “Starlost”. Gostaria de fazer uma estória concluindo a série que nunca teve fim.
Eu tenho várias ideias sobre isto. Amaria fazer uma estória sobre
Sherlock Holmes, mas creio que não tenho uma capacidade mental para montar uma
estória tão complexa como é a mente de Sherlock. Talvez outra sobre Indiana
Jones, não sei…o céu é o limite. Gostaria de colaborar em contos e estórias de
amigos e amigas que tenham ideias legais também. Mas eu estou voltando a
dizer…Não sou escritor! (risos).
Em 04 de outubro de 1957, o mundo foi surpreendido por uma
notícia bombástica. A União Soviética lançava ao espaço, o primeiro satélite
espacial, o “Sputnik I” da base de Baikonur no Cazaquistão (a época, uma
república soviética). A notícia foi realmente um choque principalmente para os
Estados Unidos da América, que estavam dispostos a ter a supremacia da
tecnologia espacial neste período. URSS e EUA
viviam o período da Guerra Fria, na qual as duas super-potências
mundiais disputavam a hegemonia política , econômica e militar do mundo. Uma
guerra de palavras e fatos, nos quais as armas atômicas eram seus principais
meios de persuasão mundial .
Ao final da II Guerra Mundial, EUA e URSS, apareceram
como os grandes vencedores do conflito. Como aliados na Guerra, venceram a temível
Alemanha Nazista a custo de muitas vidas. Mas os dois países aliados no
conflito, eram opostos em doutrinas econômicas e políticas. EUA, representavam
o capitalismo e a URSS o comunismo. Após a II Guerra Mundial, eles dividiram o
mundo nestes dois blocos sempre em conflito de ideias. Os EUA lançaram as
bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki a fim de encerrar a guerra mundial
em agosto de 1945. Para surpresa dos americanos, os soviéticos testaram sua
primeira bomba atômica quatro anos depois, com informações roubadas dos
americanos. E desde então, os dois países passaram a travar esta guerra de
palavras e ideologias opostas, que ficamos conhecendo como Guerra Fria.
Sergei Korolev
Ainda durante a II Guerra, a Alemanha Nazista, vinha
desenvolvendo armas poderosas para poder usar no conflito mundial. Entre estas
armas, estavam o desenvolvimento de misseis balisticos, o mais mortal deles,
era o “V-2”, arma que foi jogada várias vezes sobre o Reino Unido. O
desenvolvimento destes foguetes de guerra estava a cargo do cientista alemão
Wernher von Braun (1912 -1977). Antes do fim da Guerra e vendo a aproximação
cada vez maior de tropas soviéticas e aliadas, Von Braun, junto com um grupo de
cientístas de sua equipe e vários de seus planos debaixo do braço, fugiram de
suas instalações nazistas e se entragaram as tropas americanas. Ao final da guerra, ele foi enviado com sua
equipe para os EUA onde passou a trabalhar para o governo americano no
desenvolvimento de seus próprios misseis com base no "V-2". Ao mesmo tempo que os soviéticos também
levaram para a URSS vários equipamentos e alguns técnicos, sob o comando de
Sergei Korolev(1907-1966).
Tanto americanos como soviéticos desenvolveram seus
foguetes e misseis com base nos estudos de Von Braun na Alemanha nazista e nos "V-2"
capturados.
Trabalhando em silêncio, os soviéticos liderados por
Korolev desenvolveram os misseis balísticos de ataque nuclear da URSS. O que os
soviéticos planejaram inicialmente foi a construção de um foguete de longo
alcance para o lançamento de bombas atômicas. Mas logo o Kremlin reconheceu que
lançar um satélite artificial causaria muito mais impacto do que apresentar ao
mundo um simples foguete. Korolev
recebeu a incumbência de montar o programa espacial soviético e o primeiro
passo deveria ser colocar em orbita um satélite espacial. Assim em 04 de
novembro de 1957 um foguete desenvolvido por Korolev, após ser lançado de
Baikonur no Cazaquistão, colocou em orbita o satélite artificial "Sputnik
I", através de um foguete propulsor "R7 Semyorka"(um míssil
balístico convertido a lançador de satélites).
O "Sputnik 1", era pequena esfera metálica de
58 centímetros de diâmetro e 83,6 quilos, circundava a Terra a uma distância
entre 200 e 900 quilômetros, demorando cerca de uma hora e meia para completar
uma elipse em torno do planeta. E emitia constantemente um bip para ser ouvido
em qualquer parte do mundo através de rádio
como uma foram de triunfo
simbólico da conquista do poder no espaço.
Lançamento do Sputnik I
O choque nos EUA perdurou anos. Os americanos passaram a
ver nos soviéticos uma ameaça à segurança de seu país, temendo que eles
pudessem lançar foguetes atômicos capazes de atingir os EUA.
O segundo choque não se fez esperar: já a 3 de novembro
do mesmo ano, os russos lançaram o Sputnik com a cadela Laika a bordo, o
primeiro ser vivo a circundar a Terra. Foi então que os americanos se viram
definitivamente ultrapassados pelos soviéticos.
O Kremlin tirou proveito político de seu sucesso na
corrida espacial, aumentando ainda mais sua influência sobre os Estados
satélites no Leste Europeu. E continuou investindo nas pesquisas, até o maior
de todos os golpes: a 12 de abril de 1961, foi para o espaço a primeira nave
espacial pilotada por um ser humano, o major soviético Yuri Gagarin.
Foi a gota d'água. Falando à nação no mesmo ano, o
presidente John F. Kennedy, estabeleceu a ambiciosa meta de levar um ser humano
à Lua até o fim daquela década.
Muitos anos se passariam até que o projeto se
concretizasse: a 21 de julho de 1969, Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar
na Lua. Os norte-americanos haviam recuperado terreno, 12 anos após o choque
causado pelo primeiro Sputnik.
O visionário diretor Steven Spielberg, que possui três
Oscars na bagagem (2 por diretor e um como produtor), é conhecido mundialmente
por suas fantasias, ficções-científicas e dramas históricos com vasto número de
efeitos especiais e temas sentimentais. Fascinado pelo espaço, Spielberg já
demonstrou isto em produções que exploram a possibilidade de existência de UFOs
e extra-terrestres como "Contatos Imediatos do 3° Grau"(1977),
"E.T. - O Extra-Terrestre"(1982), "A Guerra dos
Mundos"(2005) e "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal"
(2008).
Uma das marcas registradas do diretor, é inserir cenas de
estrelas cadentes em alguns de seus filmes e produções.
O fascínio do diretor por estrelas cadentes vem desde a infância, segundo a biografia ‘Steven Spielberg: A Biography’ de Joseph McBride, quando criança, seu pai Arnold Spielberg, durante a noite, inesperadamente o conduziu para fora da cama e colocou-o no carro para o que seria uma jornada decisiva. Seria a primeira vez que Steven testemunharia a beleza do espaço de primeira mão. Seria a primeira vez que ele viria uma chuva de meteoros de perto. Seria o ponto de partida para o seu interesse no espaço e seu uso de estrelas cadentes. O próprio Steve Spielberg relatou o evento:
"Eu não sabia o que estava acontecendo. Foi assustador. Minha mãe não estava comigo. Então pensei: 'O que está acontecendo aqui'? [Meu pai] tinha uma garrafa de café e trazia cobertores, e dirigimos por cerca de meia hora. Nós finalmente puxamos para o lado da estrada, e havia um par de pessoas, deitadas de costas, no meio da noite, olhando para o céu. Meu pai encontrou um lugar, espalhou o cobertor e nós dois nos deitamos.
Ele apontou para o céu e havia uma magnífica chuva de meteoro. Todos esses incríveis pontos de luz atravessavam o céu. Era uma exibição fenomenal, aparentemente anunciada antecipadamente pelo escritório meteorológico. Meu pai realmente me surpreendeu - Na verdade, ele estava com medo de mim! Ao mesmo tempo, no entanto, eu estava tremendamente atraído pela fonte, para o que estava causando isso ."
"TUBARÃO" (1975)
A primeira vez que isto ocorreu foi no filme "Tubarão"(Jaws) em 1975, em uma cena final na qual o personagem Chefe Martin Brody interpretado por Roy Scheider se prepara para enfrentar o terrível tubarão branco no seu barco "Orca". A cena foi gravada de manhã, e é possível ver em um determinado momento com o céu quase escuro, uma estrela cadente cortando a tela ao fundo. A cena foi rápida e... não foi proposital. Sim, não existe quaisquer efeitos especiais na cena, realmente quando estavam filmando a cena, uma estrela cadente apareceu na filmagem. Spielberg considerou aquilo como uma benção e passou a usar através de efeitos, as estrelas cadentes em vários de seus filmes.
CONTATOS IMEDIATOS DO 3° GRAU (1977)
Seu filme seguinte em 1977, "Contatos Imediatos do
3° Grau"( Close Encounters of the Third Kind), sobre o tema extra-terrestre e ufologia,
obviamente levou a uma nova cena com estrela cadente ao fundo da Devi's Tower,
antes do aparecimento da nave mãe.
INDIANA JONES E O TEMPLO DA PEDIÇÃO (1984)
Na única aventura do Indiana Jones em que uma estrela
cadente aparece, foi quando Indy(Harrison Ford) e Short Round discutem no alto
de um morro tendo a vila indiana de Mayapore ao fundo.
DE VOLTA PRA O FUTURO PARTE III (1990)
Não são apenas em alguns filmes dirigidos por Spielberg, mas também em suas produções, possivelmente uma homenagem do diretor do filme ao produtor Spielberg. Com foi o caso de “De Volta Para o Futuro III”(1990) dirigido por Robert Zemeckis. Em uma cena em que Doc Brown(Christopher Lloyd) e Clara Clayton(Mary Steenburgen) estão observando as estrelas e acabam se beijando é possível notar uma estrela cadente ao fundo.
Série britânica da ITV, produzida no final dos anos 60.
Criada e estrelada pelo ator Patrick McGoohan, a série narrava as aventuras de
um agente secreto inglês que, após se demitir do serviço secreto, é sequestrado
e levado para uma ilha conhecida apenas como A Vila. Lá ele encontra dezenas de
outras pessoas que não tem a menor ideia de como chegaram ali. Determinado a
descobrir o que está acontecendo, quem comanda a Vila e como escapar dela, o
agente, agora batizado pelos administradores como Número 6, precisa ainda
enfrentar as sessões de torturas psicológicas às quais é submetido para revelar
os motivos pelos quais pediu demissão. A Vila é comandada pelo Número 2, que se
altera de episódio para episódio, sendo também que suas identidades nunca são
reveladas. Para descobrir a principal informação que querem, o verdadeiro
motivo do agente ter pedido demissão, o Número 2 ordena uma série de ações
contra o Número 6, que inclui desde uso de drogas alucinógenas e roubo de
identidade até controle dos sonhos e coerção social. A Vila também possui um
sistema de defesa própria, na qual bolas gigantes, são usadas para perseguir
quem tenta fugir ou que vá contra as regras vigentes no lugar.
PRODUÇÃO:
A série foi uma ideia produzida em conjunto pelo ator
Patrick McGoohan e pelo escritor, roteirista e jornalista George Markstein. O
ator McGoohan, estava trabalhando em uma série sobre agente secreto chamada
"Danger Man" (entre 1960 a 1968), a espionagem estava em alta neste
período devido a Guerra Fria, tornando bastante popular ao público desde o
sucesso dos filmes do famoso agente James Bond-007. McGoohan, tinha o desejo de
sair da série e desde 1962 junto com o roteirista Markstein, já editavam o que
seria o plot principal de "O Prisioneiro". Junto com o produtor David
Tomblin, ambos escreveram o piloto da série, "The Arival" que foi
aprovado pela rede inglesa ITV. Markstein depois se instalou como editor de
roteiro da série. Mais tarde, ele descreveu o trabalho do editor de histórias
como "o homem-chave em qualquer série, ele é o homem em cujas mãos é o
ethos da série, o espírito da série, e é seu trabalho transmitir os escritores
e os autores de modo que um diretor dirija seus atores e as estrelas ".
Os detalhes exatos de quem criou quais aspectos do
programa são disputados; Crédito de opinião da maioria seria que McGoohan foi o
único criador da série. No entanto, um status de co-criador em disputa foi
posteriormente atribuído a Markstein depois de uma série de entrevistas de fãs
foram publicadas na década de 1980. O programa em si não possui "um criado
por". Isto gerou uma polêmica por anos sobre quem seria realmente o
verdadeiro criador da série.
Markestein queria uma série simples de ação, McGoohan
queria uma série intrincada, cheia de símbolos, sem explicação, deixando para o
público absorver e tentar entender seu significado. Quando Markestein defendeu
a idéia de dar um episódio final explicativo para o Prisioneiro, McGoohan se
opôs e a dupla se desfez, deixando McGoohan sozinho na produção da série. Além
de atuar, McGoohan também escreveu e dirigiu vários episódios.
Na opinião de McGoohan, ele não queria mais interpretar
um agente secreto a "la James Bond", que é expert em armas de fogo e
catador de mulheres. Pra ele, isto era bastante vazio. Ele pensou em outro tipo
de personagem, seu personagem deveria ser meio excêntrico, averso à violência,
utilizando o raciocínio para resolver seus casos, e tímido com as mulheres,
embora fingisse não ser. Isto já era um diferencial na sua série anterior,
"Danger Man", na qual chegou a brigar com os produtores para que se
realizassem mudanças do personagem neste sentido. Foi durante as filmagens do
seriado anterior, que McGoohan, conheceu o vilarejo-estancia gales de
Portmeirion, lugar que chamou bastante atenção do ator e onde se inspirou para
começar a escrever a série que depois seria "O Prisioneiro".
Tendo sido renovada para uma quarta temporada, agora a
cores, "Danger Man" iniciou a produção de seus primeiros episódios
quando Patrick McGoohan anunciou que não desejava mais estrelar a série. Em
troca, ofereceu "O Prisioneiro", que utilizaria a mesma equipe de
produção e seria exibida no lugar das aventuras do agente John Drake. Com a
série aprovada pela ITV e o início das filmagens agendados, com o vilarejo de
Portmeirion servindo de cenário, a produção apresentou o novo seriado à
imprensa inglesa.
Na apresentação da série à mídia, McGoohan apareceu preso
em uma jaula, confundindo os jornalistas presentes. A cada pergunta feita pelos
jornalistas, Patrick McGoohan respondia com outra pergunta, confundido ainda
mais o público presente que saiu dali sem saber direito do que se tratava a
série que eles deveriam divulgar.
McGoohan originalmente queria produzir apenas sete
episódios de "O Prisioneiro", mas Lew Grade,produtor da ITV
argumentou que mais shows eram necessários para que ele vendesse com sucesso a
série para a americana CBS. O número exato que foi acordado, juntamente com a
forma como a série terminou, é contestado por diferentes fontes. Segundo
algumas fontes a CBS estava disposta a bancar uma série com 26 episódios, mas
no final McGoohan só concordou com 17 episódios. Mas de acordo com "The
Prisoner: The Official Companion" para a série de TV clássica, ela deveria
ser executada por mais tempo, mas foi cancelada, obrigando McGoohan a escrever
o episódio final em apenas alguns dias.
A série estreiou na TV britânica em 29 de setembro de
1967 e seu último episódio foi ao ar no dia em 1° de Fevereiro de 1968.
A lista de episódios de "O Prisioneiro":
1)
Arrival
2) Free
For All
3) Dance
Of The Dead
4)
Checkmate
5) The
Chimes Of Big Ben
6) A, B
And C
7) The
General
8) The
Schizoid Man
9) Many
Happy Returns
10) It's Your Funeral
11) A
Change Of Mind
12)
Hammer Into Anvil
13) Do
Not Forsake Me Oh My Darling
14)
Living In Harmony
15) The
Girl Who Was Death
16) Once
Upon A Time
17) Fall
Out
A SÉRIE:
Algumas dúvidas são levantadas ao longo da série:
O personagem que representa o inimigo se apresenta como
“novo número 2”. Por que o novo número 2? Porque, durante a série o número é
trocado sistematicamente a cada episódio.
Há a pergunta “Quem é o número 1?”. Esta pergunta
percorrerá toda a série sendo o seu principal mistério.
Onde exatamente se
localiza a Vila?
O que aquelas
pessoas que vivem na Vila estão fazendo ali? Alguns são prisioneiros como o
número 6, outros podem ser infiltrados...
Qual foi o motivo
da demissão do agente antes de ser enviado para a Vila?
As tentativas de subversões contra a Vila ou seu sistema ou mesmo as fugas (impossíveis), eram punidas através de um sistema de auto-defesa do lugar chamado "Rover", que mais parecia uma bola branca gigante de borracha que perseguia e as vezes asfixiava os oponentes.
Entre as principais teorias ao longo dos anos feitos
pelos fãs da série se relaciona a verdadeira identidade do Número 6. Seu
verdadeiro nome nunca é revelado. Seria ele o espião protagonista da série
Danger Man, série anterior de Patrick McGoohan ? O próprio ator é silente a este respeito, sempre negando o
fato.
Existem ao longo do programa uma variedade grande de
citações bastante claras a outras obras de ficção como "Alice no País das
Maravilhas" e "Alice no Reino do Espelho" (num dos episódios há
um imenso jogo de Xadrez, e um dos personagens foi representado pelo mesmo ator
que representou o Chapeleiro Louco na versão televisiva do livro), O Processo
de Kafka (Patrick McGoohan fez uma ponta na versão de Orson Wells para o
cinema), o Gabinete do Dr Caligari. E que não poderia deixar de ser também, as
sociedades utópicas totalitárias presentes em livros como "1984" de
George Orwell ou "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley.
A série faz uso de tecnologias que só se tornaram
realidade muito tempo depois. Realidade virtual, técnicas de manipulação
psicológica (lembrando os pastores da TV de hoje), inteligência artificial,
controle mental através de drogas, transmutação de pensamento, etc.
Não podemos esquecer também uma crítica social que seria
a desumanização em frente à burocracia
estatal que reduz a pessoa a apenas um número em um banco de dados. O
protagonista sempre diz como lema :
"I am not a number, I am a free man!" (não sou um número, sou
um homem livre!).
O FINAL ENIGMÁTICO E AS CONSEQUÊNCIAS
O episódio "Fall Out", representou o fim da
série. Escrito e dirigido pelo próprio Patrick McGoohan, continuação direta do
anterior, " Once Upon A Time", na qual Número 2 tenta a todo custo
obter informações do Número 6, através de um método de regressão mental do
prisioneiro. Tentativas que acabam colocando a própria vida de seu algoz em
cheque no final. Finalmente no último episódio, o prisioneiro tem a
oportunidade de conhecer os subterrâneos da Vila em seus diferentes níveis, sendo
o nível mais baixo, onde encontrará finalmente o Número 1 e provocará uma
reação sem procedentes para o futuro de todos envolvidos. Uma verdadeira viagem
lisérgica e surrealista, com direito até a Beatles na trilha sonora.
O final enigmático e aberto da série, causou tanta
confusão que a rede ITV passou a receber inúmeros telefonemas indignados.
Patrick McGoohan teria sofrido inclusive ameças e pressões na própria casa com
os espectadores que não estavam contentes com o cancelamento do seriado, sem nenhuma
explicação.. "Eu ia ser linchado", McGoohan disse uma vez. "Eu
tive que me esconder nas montanhas por duas semanas".No começo dos anos
70, ele se mudou para a Suíça, e tornou-se mais recluso e não aceitando dar
entrevistas sobre o assunto...
CULTURA POP
"O Prisioneiro" teve curta duração no final dos
anos 60, mas por causa de reprises nos EUA uma década depois, ela passou a
atingir um status de cult. Livros, resenha, documentários , audio books, cards,
quadrinhos e várias outras coisas foram criados sobre ela. Ela também ajudou a
inspirar muita gente em especial diretores e roteiristas que fazem homenagens
ou paródios em outros filmes, cinemas e outros meios de mídia. Como por
exemplo:
A banda britânica de heavy metal, "IRON MADEN",
lançou a música "The Prisoner" no álbum "The Number of the
Beast" (1982) e " Back In The Village" no álbum
"Powerslave" uma homenagem a série. O início da música, podemos
escutar as palavras que o ator Patrick McGoohan diz junto com o número 2, na
abertura do programa.
No episódio " The Computer Wore Menace
Shoes" da 12° temporada do desenho
"Os Simpsons", produzido em 2000, o ator Patrick McGoohan foi
convidado para dublar a voz do "número 6" em uma estória na qual Bart
Simpson vai parar na Vila.
Isto só pra citar alguns, pois as referências são várias
em diversos programas, séries, filmes, músicas...
O diretor/produtor David Lynch, é um grande fã de "O
Prisioneiro", o seu famoso seriado "Twin Peaks", bebe muito da
fonte no quesito mistério . Ambas apresentavam uma similaridade muito grande,
onde o espectador via a maior parte da história, desde o ponto de vista do
protagonista, mas não conseguia compreender direito o que está se sucedendo.
Se a série introduziu a teoria de conspiração na TV,
também devemos lembrar do seriado "Arquivo X", nos anos 90, também
bebendo da mesma fonte. O que dizer do
produtor e diretor J.J.Abrams outro grande fã da série, que ao criar
"Alias", se inspirou muito na série, isto sem falar no seu maior
sucesso, "Lost", que praticamente 'chupa' várias ideias da série
sessentista e até mesmo "Fringe". Ron Moore, ao criar a nova versão
de "Galactica" para a televisão, deu o nome a personagem cylone,
"número 6", como inspiração ao personagem principal do seriado
"O Prisioneiro".
A série chegou até mesmo a ser teses em faculdades norte-americanas.
O que dizer então de filmes como The Truman Show(1998) ou
EDTV(1999) ?
Nos quadrinhos, na segunda metade dos anos 1970, a
editora americana Marvel Comics comprou os direitos para produzir uma série de
O Prisioneiro. A ideia inicial do projeto foi do escritor e então Editor-Chefe
Marv Wolfman, um apaixonado confesso pela série de TV. Isso deve ter acontecido
no final de 1975... A série deveria ser escrita por Steve Englehart e desenhada
por Gil Kane! No entanto, com a volta de Jack Kirby à Marvel para produzir uma
nova fase do Capitão América (que iria culminar no bicentenário da declaração
da independência dos EUA), além de 2001: A Space Odissey, Black Panther etc,
Stan Lee decidiu passar o projeto a ele. Uma história completa de 17 páginas
foi escrita e desenhada por Kirby em fevereiro de 1976. No entanto, antes que a
mesma fosse totalmente arte-finalizada e letrada por Mike Royer, o projeto
foi engavetado pelo próprio Lee. Recentemente, os manuscritos originais e não
acabados dos quadrinhos desenhados por Kirby, foram encontrados e levado a
leilão na internet. O seu comprador então resolveu escanear as páginas e colocar
online para todos lerem . A pouco tempo, o brasileiro Leandro Luigi Del Manto,
ex-editor da Globo e da Pandora Books e atual editor da Devir, traduziu e
letrou por conta própria em seu tempo livre, com o único objetivo de
compartilhar com outros fãs. O projeto, absolutamente sem fins lucrativos e com
o objetivo apenas de divulgação pode ser visto clicando-se aqui.
Entre 1988 a 1989, a mini-série "Shattered
Visage" em quadrinhos Graphic Novel baseado no seriado, escritas e
desenhadas por Dean Motter e Mark Askwith,
foi lançada como pela DC COMICS, e depois em edição completa em 1990.
Ele chegou ao Brasil no mesmo ano , como "O Prisioneiro". A estória
se passa 20 anos após a evacuação da Vila e o retorno do número 6.
REMAKE DE 2009
Por volta de 2005/2006, a BBC anunciou que um remake da
série “O Prisioneiro” estaria sendo preparado pelo canal britânico a cabo SKY
ONE, como uma mini-serie de 6 partes. O Diretor de Programa do canal prometeu
uma "reinvenção emocionante" do drama sobre um ex-agente secreto
preso em uma aldeia isolada. "Se Doctor Who definiu o padrão, O
Prisioneiro levantará o bar", disse ele.
O ator britânico Christoper Eccleston, recém-saído do seriado Doctor
Who, teria sido atachado ao projeto, como o novo "Número 6". "Este projeto sofreu um nível de atenção
sem precedentes, atraindo uma série de atores e escritores de primeiro
nível", disse a editora Elaine Pyke. A nova série será feita pela TV
Granada a partir de um roteiro de Bill Gallagher, escritor da premiada série
Clocking Off."O Prisioneiro é como a caixa de Pandora - é o thriller de
conspiração final", disse Damien Timmer, produtor executivo do show.
"Como 24, a nova série irá atrapalá-lo da cena de abertura. Esperamos que
ele toque o seguimento de culto existente deste icônico show, criando uma nova
geração de fãs".
Apenas em 2008, que novos detalhes do remake foram
divulgados na ComicCon San Diego daquele ano. Um avião-publicitário sobrevoou o
evento no céu de San Diego com a faixa "Procure o número 6".
Mas foi só na ComicCon San Diego de 2009, que foram
revelados os detalhes da nova série, incluindo um trailer de 9 minutos e um
painel de discussão com o elenco e
produção. A série foi exibida finalmente em 15 de novembro de 2009, nos States,
pelo canal AMC e no Reino Unido pela ITV. Apesar da chama e todo o marketing em
cima, ela dividiu opiniões entre os fãs.
No lugar de Patrick McGoohan, temos o ator Jim Caviezel (Paixão de
Cristo) e como número 2, o ator Sir Ian McKellen (O Senhor dos Aneis e X
Men). A mini-serie foi dividida em 6
capítulos e filmada na Namíbia, na costa da Africa. O ator Patrick McGoohan, foi convidado para
uma ponta no primeiro episódio, mas declinou. Segundo o produtor, ele chegou a
sugerir ser o "número 2" desta vez. Pouco antes do lançamento da
mini-serie, Patrick McGoohan faleceu em 13 de Janeiro de 2009 aos 80 anos .
Antes de apresentar esta minissérie, a AMC, transmitiu
todos os 17 episódios da série original de televisão. O remake recebeu uma
recepção dividida tanto do público como da crítica especializada. Alguns
gostaram do espetáculo e outros simplesmente a detestaram.
Episódios:
01 –
Arrival
02 –
Harmony
03 –
Anvil
04 –
Darling
05 –
Schizoid
06 –
Checkmate
UMA IMPROVÁVEL VERSÃO DE CINEMA...
Uma versão de cinema baseado no seriado original, tem
sido tentado a muitos anos. O próprio ator Patrick McGoohan já tentou lever a
estória para a tela grande sem sucesso.
A Polygram havia comprado os direitos da série e pretendia fazer um filme,
através de sua produtora subsidiária Propaganda. Como parte das negociações de
direitos originais, Patrick McGoohan tornou-se e Produtor Executivo e foi
comissionado para escrever o primeiro rascunho do roteiro por volta de
1996(nesta época, ele estava interessado que Mel Gibson fizesse o Número 6,
Patrick estava trabalhando como ator no filme de Mel, "Coração
Valente" como o tirano Rei da Inglaterra). Quando o rascunho foi entregue
(vários anos depois), PMG e Michael Kuhn (então chefe do Polygram) entraram em
uma briga pública sobre a natureza do projeto. PMG então se envolveu em outras
coisas e assumiu o banco de trás no desenvolvimento do filme de "O
Prisioneiro".
O diretor de filmes de ação Simon West (ConAir e Tomb
Rider), grande fã do seriado, se envolveu na produção de um remake para o
cinema,quando os direitos eram propriedade da produtora Propaganda(subsidiária
do grupo Polygram). Depois eles foram passados para a USA Films e finalmente
passados para a Universal Studios, após uma disputa com outros estúdios de
cinema. O projeto então passou a ser
supervisionado por volta de 1999, pela produtora U Prexy Kevin Misher. Quando ainda estava com os direitos do filme,
a produtora Propaganda decidiu não levar a cabo o script de McGoohan, mas sim,
criar um novo roteiro a cargo de Larry Konner e Mark Rosenthal.
West, disse que trabalhou repetidamente com Larry Konner
e Mark Rosenthal por vários anos para garantir que o filme não fosse apenas um
remake qualquer. Ele queria filmar já em 1999, assim que terminasse o filme
"A Filha do General" para a Paramount. Mas devido as constantes
mudanças dos direitos do filme, acabou esperando uma decisão que seria da
Universal Studios. Com a luz verde dada pela Universal as filmagens começariam
no final de 2000, nos estúdios Pinewood,na Inglaterra.West iria ajudar a
co-produzir o filme com sua produtora Wychwood Prods. A ideia de West, fã do seriado original, era
desenvolver a estória do filme por conta própria, baseado no livro
"Shelley's Garden", cujo roteiro Lloyd Fonvielle (A Mumia) estava
desenvolvendo para a Paramount . "Shelley's Garden", é baseado na avó
de Simon West, que teve um grande impacto na paixão do diretor pelo seriado
"O Prisioneiro", pois levava ele quando jovem a Portmeirion, lugar
das filmagens da série.
Segundo West: "Meu pai me mostrou a série no final
dos anos 60, e fiquei tão obcecado que, quando visitei minha avó no País de
Gales, a fiz dirigir comigo por quatro horas para o set ", disse West.
"Esta aldeia construída por Lord William Clough Reese Ellis no norte do
País de Gales que replicava esses edifícios da Itália. Aqui está essa mulher
que dificilmente poderia andar ou ver, e eu a fazia andar por esta aldeia
comigo uma e outra vez. Eu quero que seja tão radical como era a série na
época, com o tema de um homem lutando contra o sistema depois que ele cai no
buraco do coelho".
O que se sabe sobre esta versão final do roteiro de Larry
Konner e Mark Rosenthal, estava definido que a estória se passaria em futuro
próximo (definitivamente depois da Guerra Fria) e o Número 6 agora é americano,
trabalhando para algo como a CIA no campo antiterrorista. A Vila não seria em
Portmerion, mas outro lugar. O filme não seria apenas explosões e perseguições
de carro. Traria também uma boa dose de psicodélica original, truques
filosóficos e jogos de mentalidade psicológica que tornaram a série de TV tão
grande. Sobre o ator principal, não chegou a ser definido, mas se falavam muito
na época em Mel Gibson, fã do seriado original e amigo de Patrick McGoohan
(cujo o filme dirigido por Mel, "Coração Valente", ele tem o papel de
Rei da Inglaterra).
Por volta de 2000, chegou
a ser anunciado que o produtor Barry Mendel (O Sexto Sentido) estaria
assumindo a produção deste remake, com a contratação de Chris McQuarrie (Os
Suspeitos) como novo roteirista. West ainda estava anexado a direção do filme,
tendo Patrick McGoohan como Produtor Executivo . O produtor Mendel chegou a
dizer a imprensa nesta época que "Para mim, este projeto é uma grande
responsabilidade porque há um culto seguindo para a série. Com Simon West e
Chris McQuarrie vai ser um filme legal e comercial. Quando cheguei à Universal,
este era exatamente o tipo de filme que eu queria fazer. ''
Problemas no roteiro de Chris McQuarrie, que teve que ser
reescrito, levaram ao adiamento das filmagens em um ano (2001). Simon West
também esperava ao aval de Patrick McGoohan para o roteiro de McQuarrie,
inclusive para que o ator pudesse participar do filme atuando de alguma forma,
já que vivia recluso com a família em Los Angeles. Neste período, o ator Clive
Owen, chegou a ser cotado como novo "Número 6".
Apesar da vontade de Simon West em dirigir e produzir o
remake para o cinema, o projeto acabou não indo pra frente, e foi arquivado
pela Universal.
Notícias sobre um remake só foram aparecer por volta de
2006, quando foi anunciado que a Universal estava quase fechando um acordo com
o diretor Christopher Nolan (Batman Begin), para ele assumir a direção do
filme, agora com novos roteiros de Janet e David Peoples (Os 12 Macacos). Nolan
assumiria as filmagens assim que terminasse de filmar "Batman : The Dark
Knight" e teria produção de Scott Stuber, Mary Parent, Barry Mendel e Emma
Thomas. Durante uma entrevista para divulgar o seu primeiro filme do Batman, o
diretor falou sobre seu desejo em dirigir o novo filme. "O Prisioneiro é
algo que eu tenho interessado por muito tempo, e acho que descobriu a maneira
como abordaríamos isto. A relevância disso hoje. David e Janet Peoples são
fantásticos, quem sabe escreve coisas como
Blade Runner e Os 12 Macacos ... Todos os tipos de filmes excelentes.
Eles estão trabalhando no script agora. Eu não gostaria de falar sobre isto
então estou muito ansioso para ver o que eles inventaram. " Foi justamente neste período que a produção
da mini-série remake para a TV começou. Infelizmente em 2009, o produtor Barry
Mendel, disse em entrevista que Nolan acabou se desligando do projeto e
assumindo o filme "A Origem" no lugar. Mesmo assim, Mendel, não se
dava por vencido, pois achava que o roteiro escritpo por Janet e David Peoples
era brilhante. Mendel não achava que a mini-serie da Sky One poderia ser um
impecílio para a produção do filme para o cinema. Segundo ele: "A execução
dele [o filme] é tão diferente que eu acho que é irreconhecível, enquanto o
programa de TV é uma versão bem-feita e atualizada do show original, mas muito mais
fiel ao show original".
Novamente
demoraria mais um tempo, até que aparecessem novas notícias sobre uma versão de
cinema. Em janeiro de 2016, foi anunciado que a Universal estava sondando o
diretor Ridley Scott (Alien, Blade Runner), para que ele assumisse a direção do
filme. A coprodução seria da Bluegrass Films(produtores Scott Stuber e Dylan
Clark). Se Scott assinar o contrato, sua produtora, a Scott Free, deverá entrar
como coprodutora também. O novo roteiro esta a cargo de William Monahan (Os Infiltrados,
Cruzada).
PATRICK MCGOOHAN (1928 - 2009)
Patrick McGoohan nasceu em 1928 em Nova Iorque, Estados
Unidos. Ainda criança foi levado para a Irlanda por seus pais irlandeses pouco
depois e sete anos depois a família se instalou em Sheffield, no Reino Unido.
Na escola, ele era um grande boxeador e, depois de sair da escola com 16 anos,
trabalhou em uma fábrica de cordas, uma fazenda de frangos, como funcionário do
banco, um motorista de caminhão e um gerente de palco no Sheffield Repertory
Theatre. Embora ele nunca tenha considerado atuar, quando um dos atores ficou
doente no último momento, McGoohan ficou de pé e ficou convencido de que era o
que ele queria fazer com sua vida.
Uma mistura do arrojado, o perigoso e o moralmente
correto, McGoohan rapidamente começou a conquistar papéis principais, e com sua
aparência se tornou um favorito do público.
Foi representando em Sheffield que ele também se
apaixonou pela atriz Joan Drummond, a quem escreveu cartas de amor todos os
dias até que ela concordou em se casar com ele. Em 1951, eles se casaram e
tiveram três filhas. O casal ficou junto até o falecimento do ator em 2009.
Logo ele estrelou no West End, impressionando as críticas
com sua personagem do homem jovem e irritado, e os papéis de pouso, como o
padre acusado de ser gay em 'Serious Charge', 'Henrique V' no Old Vic e pouco
tempo depois interpretou um padre acusado de ser um homossexual na peça
“Serious Charge”, que impressionou o grande ator e diretor Orson Welles, que o
chamou para outras peças. Depois assinou um contrato com a produtora européia
Rank Organisation, onde apareceu em alguns filmes. Com a TV logo veio um chamando do chefe de ATV, Lew
Grade, que em 1960 lhe ofereceu o papel principal como um espião para o novo
seriado "Danger Man". O sucesso deste levou a outro, que escreveu,
produziu e ajudou a dirigir, "O Prisioneiro", da qual será sempre
lembrado. O sucesso fez dele uma das pessoas mais bem pagas do país.
Após a curta temporada de "O Prisioneiro", o
ator mudou para a família por um breve período para a Suiça no início dos anos
70, onde se tornou recluso por um período. McGoohan, que era um homem religioso
e profundamente moral, por isto recusou papéis de James Bond e do seriado
"O Santo" por achar os personagens vazios.
Foi para a Suiça com a família, mas depois se estabeleceu
nos Estados Unidos, morando em Los
Angeles, onde começou a trabalhar em Hollywood. Ele estrelou e dirigiu
episódios do seriado Columbo (pelo qual ganhou dois prêmios Emmy), também pode
ser visto em filmes como " Trinity e Seus Companheiros"(1975) com
Terence Hill, "O Expresso de Chicago" (1976) com Gene Wilder e Richard Pryor, "O Homem da máscara de
Ferro" (1977) com Richard Chamberlain," Alcatraz - Fuga
Impossível"(1979) com Clint Eastwood,
"Scanners - Sua Mente Pode Destruir"(1981) com direção de
David Cronenberg, " Coração
Valente" (1996) com Mel Gibson, "O Fantasma" (1996) com Billy
Zane e "Tempo de Matar" (1996).
Suas últimas atuações foram vozes para animações. Como o
famoso episódio de "Os Simpsons" em 2000, na qual retorna como
"Número 6" e na animação dos
estúdios Disney," Planeta do Tesouro" em 2002.
O ator faleceu em Los Angeles no dia 13 de janeiro de 2009, depois de uma curta
batalha contra uma doença. Seu corpo foi
cremado e as cinzas passadas a família. O ator deixou a esposa, três filhas,
cinco netos e um bisneto.
Com uma frase o ator definiu bem sua ligação com o
personagem mais famoso:
"Mel Gibson será sempre Mad Max e eu serei sempre o Número 6"
2017 é um ano que vai ficar marcado no mercado eletrônico
mundial. Após anos de estudo e produção, meu amigo Dlaivision Ribamares,
mineiro de Belo Horizonte, está lançando seu primeiro álbum na sua vindoura
carreira. Trata-se de “Sign of Us”.
Segundo o artista no site oficial do projeto:
“O projeto Sign of Us iniciou há algum tempo, como uma ideia que me perseguia sobre a compreensão de nosso papel no universo e o
entendimento desse papel. Essa busca de ter essa compreensão pode nos levar a
diversos caminhos… numa busca interior e exterior sobre entender o micro e o
macro. Em minhas buscas sempre tive a clara ideia de que há um sorriso sutil e
singelo em todas as coisas, como se fosse uma forma de assinatura. Consigo
entender conexões entre pessoas e certas coisas e essa leitura me permitiu
perceber a presença dessa inteligência, seja nossa, ou externa e que denota
seus padrões em todas as coisas como uma forma de assinatura ou símbolo.”
O álbum apresentado em uma linda embalagem digipack, com
encartes e textos em inglês, trás informações detalhadas das músicas e da
produção, com os devidos agradecimentos. A concepção artística do álbum e do
seu material online disponível na internet, também é caprichada e de primeira.
De cara se nota a qualidade do produtor e de que não estamos falando de um
simples músico amador, mas de alguém com vasto conhecimento cultural ao longo
dos anos que pensou nos mínimos detalhes para que este trabalho fosse
apresentado com sua grande qualidade gráfica como artística. Talvez o
lançamento do ano para quem quer algo de primeira linha em ambient music, new
age ou música progressiva.
O álbum (disponível também em meios digitais), leva os
ouvintes a uma verdadeira viagem para o universo da imaginação. A música
eletrônica hoje perdeu seu sonho antigo de levar seus ouvintes a viajar dentro
da mente, hoje tudo é feito com base em batidas,grooves e metais, deixando a
emoção musical de fora. Tudo hoje tem sido criado para ser esquecível, mas não
este excelente trabalho.
O álbum de Dlaivison tem como ideia universal as
“assinaturas” ou “sinais” que se fazem presente em todas as coisas, sejam elas:
pessoas, objetos, energias ou elementos da natureza. "Sign Of Us"
apresenta dez músicas, em que o compositor relata sua visão; e porque não dizer
sensações que as diversas assinaturas de seus elementos tais como a natureza
lhe emitem o conceito de expressão musical e conexão com o todo visível e
invisível no universo e de compreensão através da música.
Quem gosta de música na linha de Jean Michel Jarre, Mike
Oldfield, Vangelis ou Giorgio Moroder, vai gostar deste álbum.
Analisando o álbum faixa a faixa:
1 - Dreams - Primeira faixa chega bem enérgica, como o
próprio nome diz, "sonhos" na tradução mais literal. Uma viagem a
paisagem de sonhos. Batida cadenciada e sons de fundo evocando algo na linha de
Chronologie do Jarre e um pouco de tecnopop.
2 - The Wind's Valse - Uma faixa bastante
"oxygenada", bastante influenciada nos primeiros trabalhos de Jean
Michel Jarre. Algo realmente sideral e viajante. Com o título diz, "A
valsa do vento".
3 - Belle - Uma música que começa bastante bonita.
Lembrando sons de uma trilha de um filme romântico.
4 - Calyx - Uma viagem no mundo da imaginação. Com uma
batida e cadência legal. Perfeita para uma trilha sonora criada na nossa
cabeça. Uma das mais legais do álbum. Poderia ser o hit.
05 - Horizons - Assim como a anterior, merece ser um hit.
Poderia ser tema de uma série tipo "Twilight Zone - Além da
Imaginação". Com um final no piano com muita emoção.
06 - Heroes - Uma faixa com uma viajada mais lenta, o que
não deixa de ser bela, criando uma atmosfera e ambiente mais relaxante.Mas a
música tem um crescimento gradual ao longo dela.
07 - Angels - Na linguagem dos anjos. Um encontro com o
celestial. Que música bem viajada.Sua segunda parte tem uma pegada mais dance.
Talvez a única do álbum.
08 - Amazon - Uma viagem profunda dentro de uma floresta,
que pode ser a nossa Amazônia. Sons de animais podem ser sentidos aqui.
09 - Sinus - Uma verdadeira viajem sideral.
10 - The Journey - Nada como fechar o álbum com uma
jornada...sons do mar, praia...mas não na forma melancólica igual a Jarre,
algo pra deixar um espaço para a esperança no final a canção. Valeu a
Jornada!!!
O álbum termina com gosto de quero mais...então vamos
aproveitar o máximo “SIGN OF US” e torcer para um novo trabalho de Dlaivison
Ribamares.
Obs: Para quem comprou o álbum físico em CD, existem alguns easter eggs no mesmo. Prestem atenção ao "QR"...
Mais informações acesse o site oficial e conheça mais
sobre as músicas, produção e do próprio Dlaivison.
Em um mundo futurista
pós-2029, é bastante comum o aperfeiçoamento do corpo humano a partir de
inserções tecnológicas. O ápice desta evolução é a Major Mira Killian (Scarlett
Johansson), que teve seu cérebro transplantado para um corpo inteiramente
construído pela Hanka Corporation. Considerada o futuro da empresa, Major logo
é inserida no Section 9, um departamento da polícia local. Lá ela passa a
combater o crime, sob o comando de Aramaki (Takeshi Kitano) e tendo Batou
(Pilou Asbaek) como parceiro. Só que, em meio à investigação sobre o
assassinato de executivos da Hanka, ela começa a perceber certas falhas em sua
programação que a fazem ter vislumbres do passado quando era inteiramente
humana.
A versão live-action do anime está sendo lançada agora
nos cinemas, em uma superprodução da Dreamworks/Paramount Pictures com outras
produtoras da join-venture Amblin Partner. Um verdadeiro parto diga-se de
passagem, cujo produto final, pode não agradar a todos, devido as polêmicas
referentes a uso de atores ocidentais em um material cujo original é orienta,
mas o tempo dirá que o filme se tornará talvez um cult um dia.
A ORIGEM E DIFERENTES FORMATOS:
Masamune Shirow
MANGA:
O início de tudo foi o mangá (popular quadrinho japonês)
“Ghost in the Shell”, de influências cyberpunk, criado por Masamune Shirow. Foi
lançado no Japão pela Editora Kodansha entre 1989 a 1990, mas só chegou ao
Brasil pela Editora JBC, em 2016, na esteira do lançamento do novo filme. O
manga gerou duas continuações "Ghost in the Shell 2: Man/Machine
Interface" (entre 1991 a 1997) que é a continuação oficial do primeiro
mangá. E depois "Ghost in the Shell 1.5: Human Error Processor"
(entre 1991 a 1996) que inclui uma série de histórias que seriam originalmente
publicadas em "Ghost in the Shell 2: Man/Machine Interface".
ANIME:
O sucesso levou a criação de filmes de anime baseado no
manga. " Ghost in the Shell", lançado no Japão em 1995, e lançado diretamente
para VHS no Brasil como "O Fantasma do Futuro".Dirigido por Mamoru
Oshii e escrito por Kazunori Itô e pelo próprio autor original Masamune Shirow.Foi
o primeiro filme anime a ser lançado ao mesmo tempo no Japão, Grã-Bretanha e os
Estados Unidos. Foi uma das principais inspirações para a trilogia de filmes
Matrix. A história do filme se passa num futuro distante e começa quando um
grupo policial tenta encontrar um hacker que rouba informações do governo. Em
2008, uma nova versão do filme original - Ghost in the Shell - foi relançada em
alguns cinemas japoneses, com gráficos e som retrabalhados.
O filme teve uma continuação intitulada "Ghost in
the Shell 2: Innocence" lançado em 2004. Também dirigida por Oshii, ela
teve como protagonista o personagem Batou. Este filme anime foi o primeiro a
conseguir uma indicação a Palma de Ouro em Cannes - 2004.
Em junho de 2013 foi iniciada uma nova franquia de filmes
com a série "Arise". O primeiro "Ghost in the Shell: Arise -
Border:1 Ghost Pain", contando uma nova história original que aborda o
início da Section 9. Em novembro do mesmo ano foi lançada a continuação
"Ghost in the Shell: Arise - Border:2 Ghost Whispers", seguida por
"Ghost in the Shell: Arise - Border:3 Ghost Tears" em junho de 2014 e "Ghost in the Shell:
Arise - Border:4 Ghost Stands Alone" em setembro do mesmo ano, e para
fechar a série, em agosto de 2015 foi lançado " Ghost in the Shell: Arise
- Pyrophoric Cult" .
Previsto para junho de 2015 um novo filme animado, com o
nome de "Ghost in the Shell: The New Movie (2015), o filme tem ligações
com o enredo de "Ghost in the Shell: Arise", principalmente nos
episódios Pyrophoric Cult da série "Arise - Alternative Architecture".
Ambientado após os eventos de Arise, o filme envolve o assassinato do
Primeiro-Ministro do Japão que é publicamente descrito como o "maior
evento desde a guerra". Cabe a Secção de Segurança Pública 9, liderada
pelo Major Motoko Kusanagi, descobrir a verdadeira natureza do assassinato.
Eles são auxiliados pelo filho do Primeiro-Ministro, Osamu Fujimoto.
SÉRIE DE TV
A franquia iniciada pelo mangá, foi também adaptado para TV em uma série
animada, com o nome de "Ghost in the Shell: Stand Alone Complex". A
direção foi feita por Kenji Kamiyama, trazendo um enredo alternativo e separado
daquele elaborado por Mamoru Oshii nos filmes e por Masamune Shirow nos mangás
originais. O foco é na carreira da personagem Motoko Kusanagi e sua equipe, com
alguns elementos baseados no filme e no mangá. O sucesso da série rendeu ainda
uma segunda temporada, "Ghost in the Shell: S.A.C. 2nd GIG" e o filme
- "Ghost in the Shell: S.A.C. Solid State Society" - que estreou na
emissora SKY Perfect em 1 de Setembro de 2006, finalizando a franquia SAC.
Em abril de 2015, um novo anime intitulado "Ghost in
the Shell: Arise - Alternative
Architecture" iniciou sua exibição. O anime deve ser finalizado com 10
episódios. Série baseada na pentalogia de cinema, "Arise".
No Japão, também foram lançados, livros e games baseados
na série.
PRODUÇÃO DO FILME
O sucesso de "Ghost in the Shell" seja em
anime, série de TV ou manga pelo mundo, fez com que sua produtora, Production
I.G, companhia do criador do anime, Mamoru Oshii, começa-se a abrir negociação
com estúdios de Hollywood para consolidar a ideia, a partir de Janeiro de 2007.
Em Abril de 2008, depois de negociações com a Universal e a Sony, a DreamWorks
Pictures comprou os direitos do mangá lançado em 1989. O filme seria realizado
com atores, como planejado, com a intensão de ser totalmente desenvolvido com
tecnologia de projeção 3-D! O nome do cineasta Steven Spielberg estava por trás
desta aquisição, já que ele foi um dos fundadores do estudio DreamWorks. Para a
Variety ele disse : "Ghost in the
Shell é uma das minhas histórias favoritas. É um gênero ao qual damos
entusiasmadas boas-vindas na DreamWorks". A DreamWorks também foi
responsável pela distribuição dos animes japoneses nos Estados Unidos, então
houve realmente a preferência por este estúdio. Os produtores de filmes da
Marvel, Avi Arad e seu filho Ari Arad, foram confirmados como os produtores do
filme ao lado de Steven Paul. O roteiro inicial ficou a cargo de Jamie Moss(Os Reis da Rua). Mas pelas sua
complexidade, a produção do filme demorou muitos anos ainda pra que se pudesses
concretizar.
Em 2009, a roteirista Laeta Kalogridis (Ilha do Medo,
Alexandre, Terminator 5), foi chamada para criar uma nova versão do roteiro,
iniciado plo Jamie Moss. Em 2010 ela deu uma entrevista falando sobre o roteiro
que tinha escrito ao site Shock Till You Drop que a adaptação do mangá
cyberpunk era o seu próximo trabalho. "Eu tenho Ghost in the Shell, que é
uma adaptação de outro mangá e anime que a DreamWorks e Steven (Spielberg) vão
produzir e que eu espero terminar o primeiro roteiro muito em breve, com a
esperança de que ele goste. Além disso, estou meio que aberta porque não sei
muito bem o que quero fazer. Eu amo Ghost In The Shell há muitos e muitos anos.
Acho que poderiam ser três filmes de duas horas, que é o que eu votei. Mas é o
texto seminal do cyberpunk, tipo um Neuromancer. É mesmo e não há nada que
chegue nem perto dele", desabafou a roteirista, que assumiu o projeto no
lugar de Jamie Moss, atual roteirista de X-Men: First Class, do Bryan Singer.
Rupert Sander no set de filmagens de Ghost in the Shell
Só teriamos notícias novamente sobre o projeto apenas em
janeiro de 2014, quando o diretor britânico Rupert Sander (Branca de neve e o
caçador), foi contratado pela DreamWorks para dirigir a adaptação . Também foi
contratado um novo roteirista, William Wheeler (O vigarista do ano) para criar
uma nova versão do roteiro, mas ainda não havia previsão de fimagens. Sander
falou em entrevista a revista brasileira PREVIEW, seu envolvimento no projeto:
"Eu conhecia bem o anime, já assisti várias vezes.
Eu havia feito uma reunião com Steven Spielberg, que estava desenvolvendo o
projeto, e ele se aproximou de mim e perguntou: '-Você estaria interessado em
Ghost in the Shell?', e era óbvio que eu estava. Vi o esboço que ele havia
feito. Era um grande filme com efeitos explosivos. Mas eu queria explorar a
essência da série original.Então comecei a capturar fotogramas do anime
original, de 'Fantasmas do futuro 2: Inocência' e de 'Stand Alone Complex'. Em
seguida, escrevi um rascunho da história e coloquei o texto ao lado das
imagens. Levei este projeto de volta para Steven e falei que era assim que
gostaria que o filme fosse feito. Originalmente, eu queria fazer a versão da
primeira animação. Mas é uma história complexa, com tantas introspecções
filosóficas, achei difícil que sua adaptação rendesse um bom filme."
Esboço inicial de Margot Robbie como Major.
Começou-se então uma corrida para encontrar a atriz
perfeita para o papel da Major . Em Setembro de 2014, a atriz australiana
Margot Robbie (O Lobo de Wall Street), entrou em negociações com a DreamWorks
pelo papel principal. Em Janeiro de
2015, a Variant, anunciou que a DreamWorks acertou com a atriz Scarlett
Johansson para o papel principal. Margot Robbie desistiu do filme para ficar
com o papel de Alerquina no vindouro Esquadrão Suicida. Scarllet teria recebido
U$ 10 milhões pelo papel, o que a coloca entre as atrizes mais bem pagas de
Hollywood. Em outubro de 2015, um novo roteirista foi contratado para o
projeto, Jonathan Herman, escritor iniciante que assina o roteiro final de "Straight
Outta Compton - A História do N.W.A."
Perguntada pelo Collider sobre o fato de ter sido
escolhida para o papel, Scarllet Johansson respondeu: "Não sei se sou a
pessoa certa, mas acredito que o (diretor) Rupert Sanders e eu compartilhamos a
mesma visão do personagem. Logo de cara, quando tivemos essa mesma conversa,
acho que cabe ao público decidir se sou a pessoa certa para o papel."
Scarllet Johansson no set de filmagem de Ghost in the Shell
Em seguida, Johansson passou a argumentar a favor de si.
"Acho que posso ser desafiada, e tentar fazer isso. Acredito que tenho
algo a contribuir. E acho que, nesse caso, minha simpatia pela experiência
desta personagem me fez sentir capaz de interpretar o papel", explica a atriz.
"E claro, adoro fazer a parte física. É sempre
divertido para mim, é desafiador, e me ajuda como uma outra maneira de aprender
habilidades que aprimoram o meu trabalho. Ghost in the Shell vai tornar as
gravações de Vingadores 3 e 4 mais fáceis para mim", argumenta.
Definido o papel principal para Scarlett Johansson,
começaram a se definir os outros papéis do filme, em novembro de 2015 o site
ComicBook anunciou o dinamarquês Pilou Asbæk (Lucy, Game of Thrones) seria
Batou, o segundo em comando na unidade da major Mokoto Kusanagi. O ator inglês
Sam Riley (Malévola, Na Estrada) entrou em negociações para assumir o vilão da
trama, mas o acordo acabou não saindo, só em fevereiro de 2016, que este papel
foi preenchido pelo ator Michael Pitt para viver o antagonista The Laughing
Man, personagem que é meio humano meio máquina. Outros atores foram contratados
para completar o elenco, incluindo o veterano ator japonês Takeshi Kitano
(Verão Feliz), no papel de Daisuke Aramaki, fundador e líder da Sessão 9 e a
atriz francesa Juliette Binoche, como
Dra. Ouelet, uma cientista que assume, direta ou indiretamente, um papel
materno na vida da Major. Uma adição também ao elenco foi a atriz japonesa Rila
Fukushima (Wolverine), para viver a androide geisha assassina.
A DreamWorks sabia que um projeto desta magnitude deveria
ser realizado em cooperação com outro estúdio gigante de Hollywood, a primeira
opção foi a Walt Disney Productions. O lançamento do filme foi originalmente
agendado pela Walt Disney Studios Motion Pictures para o dia 14 de abril de
2017, através de sua subsidiária Touchstone Pictures. O filme era parte do
acordo de distribuição da DreamWorks Pictures com Walt Disney Studios, que
começou em 2009. Em abril de 2015, a Disney mudou a data de lançamento do filme
na América do Norte para o dia 31 de março de 2017, com a Paramount Pictures
lidando com a distribuição internacional. No entanto, foi relatado em setembro
de 2015 que a DreamWorks não renovou seu acordo de distribuição com a Walt
Disney Studios Motion Pictures que terminaria em agosto de 2016, em janeiro do
mesmo ano, a Disney se retirou do filme depois que DreamWorks Pictures assinou
um acordo de distribuição com a Universal Pictures em dezembro de 2015.
Os direitos de distribuição de Ghost in the Shell na
América do Norte que ficaria com a Walt Disney Studios Motion Pictures foram
transferidos completamente para a Paramount Pictures que anteriormente faria
somente a distribuição internacional e à partir de agora fará em ambos os
mercados, mantendo o lançamento do filme na segunda data estipulada pela Walt
Disney Studios Motion Pictures para o dia 31 de março de 2017.
FILMAGENS
As filmagens principais do filme começaram em 1° de
fevereiro de 2016 e foram realizadas em Wellington, Nova Zelândia
onde também foram desenvolvidos os efeitos especiais principais, a cargo
da WETA (empresa de efeitos de Peter Jackson, responsável por Senhor dos Aneis
e Hobbit), com finalização em 3 de Junho daquele ano. Então a produção seguiu
para Hong Kong na China, a partir do dia 7 a 16 de junho. A cidade que o anime
original lançado em 2005 se passava, não era identificada com precisão. O local
era uma megalópole que união várias características de capitais orientais como
Toquio, Singapura ou Pequim. "Vamos trazer esta mesma sensação de
estranhamento e familiaridade que o anime passava. Filmamos em muitas cidades e
unimos isto para criar um ambiente únicos", segundo o produtor Arad.
Para ser fiel ao anime original a produção procurou a
WETA WORKSHOP para criar os efeitos e desenhos artísticos do filme. Todos
equipamentos que o elenco usa, vieram da WETA, incluindo a roupa e o esqueleto
da Major. Robbie Gillies, chefe de desenho de produção, disse: "Tudo que
será exibido na tela de cinema busca uma referência no anime. Demos nosso
toque, mas foi algo que fizemos muito próximo ao pessoal que desenhou o
original e que agora entende como esta visão pode ser atualizada."
Em uma entrevista com o IGN, o produtor-executivo da
adaptação com atores de Ghost in The Shell, Michael Costigan, comentou sobre
como ele acredita que o filme é muito fiel ao material original, e que acha que
os fãs vão gostar do resultado final.
"Eu me sinto tanto como um geek fazendo este filme
porque realmente estamos o trazendo à vida tão fielmente," Costingan
afirmou. "Estamos trazendo coisas que vimos no anime à frente em
live-action então eu estou muito animado pelos fãs."
Making of (por trás das câmeras) - parte 1 e parte 2
Os diretores das animações originais, Mamoru Oshii e
Kenji Kamiyama, foram ao set de filmagens em Hong Kong e participaram da
produção com ideias, apresentadas ao diretor Sanders. Oshii aliás, foi um ótimo
conselheiro para Sanders, e falou que estava bastante animado pela produção. O
criador do mangá original, Masamune, não quis se envolver com a produção.
Visita de Mamoru Oshii ao set de gravações :
Em 13 de novembro de 2016 a Paramount Pictures divulgou
em suas redes sociais o primeiro trailer do filme. A Paramount realizou um evento em Tóquio, no Japão, para
apresentar o filme ao público. Minutos antes de o trailer de Vigilante do
Amanhã: Ghost in the Shell ser revelado ao mundo, o diretor Rupert Sanders
estava em um palco repleto de jornalistas e convidados. Participante de um
"painel" com perguntas já combinadas previamente, Sanders foi
questionado sobre qual assinatura traria para a adaptação americana do clássico
criado por Masamune Shirow e dirigido em animação por Mamoru Oshii. "Tudo
o que fiz foi pegar o trabalho destes dois mestres e colocar na tela",
afirmou Sanders, em tom de brincadeira.
Diretor Sanders e elenco na premier do filme em Tóquio no Japão
A colocação de Sanders, entretanto, não poderia ser mais
séria. Quando se fala em versões hollywoodianas de obras da cultura pop
japonesa como animes, mangás e light novels, é impossível não se lembrar de
pérolas como Dragonball Evolution, com sua total falta de compromisso com o
material adaptado. Frente a um cenário como este e em meio a críticas em torno
da escalação de Scarlett Johansson para o papel da protagonista Motoko
Kusanagi, Ghost in the Shell afirmou, com convicção, que quer enterrar a má
fama dos filmes de anime em Hollywood.
Muito além dos segredos do trailer e sua aproximação com
o material original, o evento diz muito sobre a intenção de Sanders, Johansson
e a equipe que produziu o filme. Não apenas por trazer a mídia de
entretenimento global para Tokyo, cidade onde se situa a história original e
que respira cultura pop japonesa como nenhuma outra no planeta, mas também pelo
que foi apresentado por lá.
Comparação entre o filme e o anime original.
O lançamento no Brasil, também teve cópias legendadas e
dubladas. Para dar voz a um dos mais desejados símbolos sexuais da história do
cinema foi uma tarefa que a dubladora paulista Fernanda Bullara encara com um
sabor de desafio ao assumir o papel principal – o de ninguém menos do que
Scarlett Johansson – na versão brasileira de A Vigilante do Amanhã: Ghost in
The Shell. Na ativa desde criança, a atriz de 32 anos – que dubla desde os 6 –
enxerga na esperada ficção científica do diretor Rupert Sanders um tom mais
seco no timbre vocal da estrela americana a quem já cedeu sua garganta no
passado.
“Dublei Scarlett num filme dos anos 2000 chamado
Falsária, quando ela era mais jovem e eu também”, diz Bullara, que já emprestou
sua voz a outras atrizes de Hollywood como Mila Kunis e Christina Ricci.Agora, neste filme, que está sendo super esperado, ela fala baixo, num tom mais
grave. O meu maior desafio foi encontrar esse tom. Um ator de cinema tem o
olhar para traduzir suas emoções. Nós, na dublagem, não: a emoção tem que ser
concentrada na voz”. "Ela começa o filme séria, muito direta, num clima
misterioso, mas, aos poucos, vai vendo o quanto é humana e vai ficando cada vez
mais nervosa”, explica Bullara, que dublou desenhos como Naruto (Ino) e Sakura
Card Captors (Tomoyo). “A dublagem brasileira hoje tem um espaço muito grande
não apenas pelo mercado aberto nos games, como pelo reconhecimento dos fãs de
animês”.
Trailer da versão dublada brasileira
TRILHA SONORA
Para um filme onde o futurismo e a tecnologia de ponta
são os temas principais, obviamente que isto também deveria ser sentido na
criação da trilha sonora do filme. Ela ficou a cargo de dois proficionais da
área, Lorne Balfe e Clint Mansell. Grandes nomes da música eletrônica mundial
também foram convidados para participar do projeto. Após Steve Aoki lançar o
remix oficial da música do game, “Utai IV Reawakening”, de Kenji Kawai, o
tracklist do álbum com as músicas presentes no longa ficou assim:
01) Kenji
Kawai– “Utai IV Reawakening” (Steve Aoki remix)
02)
Johnny Jewel – “The Hacker”
03) Boys
Noize – “Cathryn’s Peak”
04) DJ
Shadow ft. Nils Frahm – “Scars”
05)
Above & Beyond – “Surge”
06) IO
Echo – “Aokigahara Forest” (Album Only)
07)
Tricky – “Escape”
08) Ki:
Theory – “Enjoy The Silence” (Album Only)
09)
Johnny Jewel – “Free Fall”
10) Gary
Numan – “Bed Of Thorns”
11)
Johnny Jewel – “The Key”
12)
Kenji Kawai– “Utai IV Reawakening”
Entre os nomes confirmados estão Above & Beyond, Boys
Noize, DJ Shadow entre outros. O álbum, intitulado, "Music Inspired by the
Motion Picture Ghost in the Shell", foi lançado em serviços de streaming
no dia 31 de março, um dia depois da estreia do longa nos cinemas . Segundo o
diretor Sanders e o produtor Arad: "Trouxemos boa parte da equipe que
trabalhou no anime Ghost in the Shell, para ajudar na composição da trilha.
Queremos muita fidelidade nesta área, mas ao mesmo tempo, queremos dar um pouco
da nossa cara ."
A versão de Ki Theory para o clássico do Depeche Mode,
"Enjoy the Silence", que toca apenas no trailer de divulgação do
filme:
Polêmica do "whitewashing"
Desde o anúncio das compras dos direitos cinematográficos
por um estúdio americano, houve debates acalorados de fãs com relação ao uso de
atores ocidentais brancos para os papéis principais, já que o material de
origem é japonês. Este termo em
Hollywood é conhecido como "Whitewashing" (limpeza branca). Houve
inclusive uma petição para a mudança da atriz principal. A questão ainda incomoda alguns fãs da do
anime/ mangá e atores, como é o caso de Ming-Na Wen, de Agents Of SHIELD, ela
escreveu no seu perfil do Twitter:
“Nada contra Scarlett Johansson. Na verdade, sou uma
grande fã. Mas tudo contra esse Whitewashing de um papel asiático.”
Em vista disto, os produtores do filme Paramount e a
DreamWorks encomendaram testes de efeitos visuais para deixar a protagonista
com visual mais asiático durante a pós-produção.
O teste teria sido conduzido pela Lola VFX, responsável
por O Curioso Caso de Benjamin Button e uma das melhores empresas do chamado
processo de “embelezamento” dos filmes de Hollywood, que deixam atores mais
jovens, mais magros, mais fortes, etc. O site diz que, após a revisão do teste,
que foi feito de forma digital sem a participação da atriz fisicamente, a ideia
foi descartada pelos produtores. A Paramount afirmou que houve um teste, mas
não confirmou que foi para fazer a mudança de etnia e disse que tudo aconteceu
com outro ator, e não com a protagonista.
Scarllet caiu como uma luva no papel da Major
Depois da polêmica sobre testes para mudar a etnia de
Scarlett Johansson em Ghost in the Shell , Sam Yoshiba, diretor da divisão
internacional da editora Kodansha, afirmou que gostou da escalação da atriz e
que uma atriz japonesa nunca foi cogitada (via THR):
“Olhando para a carreira dela até agora, Scarlett
Johnsson é uma escolha de elenco muito boa. Ela tem uma coisa meio cyberpunk
sabe. E, desde o começo, nós nunca imaginamos que seria uma atriz japonesa”,
afirmou Yoshiba. A Kodansha é a editora responsável por publicar o mangá de
Ghost In The Shell em 1989.
“É a chance de uma propriedade japonesa ser vista ao
redor do mundo”, completou o executivo dizendo ainda que visitou o set do filme
na Nova Zelândia e ficou impressionado com o respeito da equipe ao material
original.
Em entrevista ao Buzzfeed, o produtor Steven Paul
justificou a escolha de Scarlett Johansson para estrelar a versão americana de
Ghost in the Shell e reagiu à controvérsia do "whitewashing" - a
tendência hollywoodiana de diluir etnias e escolher caucasianos em papéis-chave
para supostamente não perder o apelo do público americano médio:.
Rupert Sanders, Scarlett Johansson e Mamoru Oshii.
"Eu acho que todo mundo vai terminar ficando bem
feliz com o filme. [Os fãs] ficarão contentes quando virem o que de fato
realizamos com o mangá, e não acho que as pessoas vão sair desapontadas",
começa Paul. "Acho que honramos o mangá, e os fãs vão ficar felizes porque
estamos pagando um grande respeito ao mangá."
Sobre o "embranquecimento", o produtor diz que
o filme terá "um mundo internacional". "Estamos utilizando todo
tipo de pessoa e nacionalidade no mundo de Ghost in the Shell. É gente de todas
as partes do mundo. Temos japoneses, chineses, britânicos, americanos",
diz. "Eu não acho que seja uma história só japonesa. Ghost in the Shell
era uma trama bem internacional, não só focada no Japão, a ideia era que fosse
um mundo todo. Por isso em acho que o enfoque internacionalista é o melhor
enfoque."
Masamune Shirow, o AUTOR original, o cara que criou o
mangá que deu origem ao filme e ao anime, aprovou a escolha de Scarlet. Mais:
ele disse que mangás são obras 'apátridas', obviamente salvo se forem sobre
samurais e outros elementos históricos japoneses. No fim das contas, deviam
aprovar a DIVERSIDADE exibida no filme, no Japão, um dos países mais
etnicamente uniformes do mundo.
Por fim a própria atriz principal, Scarlett Johansson,
falou sobre a polêmica. Em entrevista à Marie Claire comentou: "Eu
certamente nunca me atreveria a interpretar outra raça de uma pessoa.
Diversidade é importante em Hollywood e nunca gostaria de sentir que estava
interpretando uma personagem que era ofensiva. Além disso, ter uma franquia
estrelada por uma mulher é uma oportunidade tão rara. Eu certamente sinto a
pressão disso, o peso de uma franquia tão grande nos meus ombros",
explicou a atriz.
Em verdade é que a personagem original do manga/anime não é exatamente asiática, apesar da estória de passar em algum lugar da Asia, seus traços são bem ocidentais, ela tem olhos grandes e até olhos claros. Alias, ela é um androide, então ela pode ser qualquer coisa. No filme também vemos atores orientais como é o caso de Takeshi Kitano e Rila Fukushima, entre outros.
Resultado final e bilheterias
Poster para o mercado japonês
O filme foi lançado em 29 de Março em várias partes do
mundo e logo, começaram a aparecer as primeiras críticas, positivas em sua
maioria, mas o filme não conseguiu ter uma abertura boa nos Estados
Unidos/Canadá, e estreou apenas em terceiro lugar, ficou atrás de O Poderoso
Chefinho — estreante da semana — e de A Bela e a Fera, que foi para sua
terceira semana em cartaz. O blockbuster da Paramount arrecadou apenas US$ 19
milhões e nem chegou perto de cobrir o seu orçamento de produção. Ghost in the
Shell teve um orçamento de US$ 110 milhões e, no mundo todo, o filme arrecadou
na estreia US$ 59 milhões. A segunda semana foi ainda pior, somou apenas US$
7,3 milhões, chegando a um total acumulado de US$ 31,45 milhões nas bilheterias
domésticas, uma queda de 60%. A surpresa, foi onde o filme foi bem...no mercado
asiático, que muitos pensavam que o filme também fracassaria devido a polêmica
do "whitewashing", o filme foi o lider da semana de estreia na China,
onde já tinha arrecadado US$ 21,4
milhões. Outra supresa foi no Japão, país de origem da franquia, o sci-fi teve uma estreia surpreendente, se
comparado com o mesmo final de semana de abertura nos Estados Unidos. Arrecadando US$ 3 milhões em seus primeiros
três dias no cinema, ‘A Vigilante do Amanhã’ teve uma recepção muito positiva
entre os japoneses, apesar de toda a revolta gerada pelo ‘embranquecimento’ com
a escalação de ScarJo para o papel da cyborg japonesa.
De acordo com o site de cinema do Yahoo japonês, a
produção contabilizou a pontuação de 3.56 entre os fãs, número maior que o da
animação original. O site The Hollywood Reporter também conversou com algumas
pessoas que foram aos cinemas assistir ao sci-fi e a maior parte das opiniões
sobre o filme foi positiva. Dentre os aspectos mais elogiados estão os efeitos
visuais, a atuação de ScarJo e de forma geral a abordagem feita do material de
origem.
Graças à bilheteria global, a produção deu uma boa
recuperada, acumulando um total de US$ 124.373 milhões, sendo que mais de US$
90 milhões vieram de fora dos EUA. Mas, ainda ficará abaixo do esperado,como
consequência o filme deve sofrer um prejuízo grande, pois alcançando sua
projeção de US$ 200 milhões arrecadados mundialmente, a produção ainda ficará
no vermelho. Juntando os custos de produção e de publicidade, o filme custou
mais de US$ 250 milhões, o que geraria uma perda de aproximadamente US$ 60 milhões.
A publicação também reporta que fontes próximas do longa informaram que o
orçamento de “A Vigilante do Amanhã” – listado em US$ 110 milhões – na verdade
está mais próximo de US$ 180 milhões. Caso isso se confirme, o prejuízo será
ainda maior, podendo ficar em torno de US$ 100 milhões. O que se pode dizer que
o futuro no cinema, parece que se encerrou já no primeiro filme e dificilmente
veremos alguma continuação de algum grande estúdio.
Paramount Pictures, produtora do filme, comentou o caso e
culpou parte do fracasso na polêmica da escolha de um elenco não asiático,
principalmente no caso de Scarlett Johansson como protagonista:
‘’Tínhamos esperanças de melhores resultados no mercado
interno. Acho que a conversa com relação ao elenco impactou os comentários”,
admitiu Kyle Davies, chefe de distribuição doméstica da Paramount, durante
entrevista à CBC. “Você tem um filme que é muito importante para os fãs, uma
vez que é baseado em um filme de anime japonês”, completou.
Para Davies, a ideia de transformar uma história asiática
em global é um desafio muito difícil de ser feito. “Então você está sempre
tentando enfiar essa agulha entre honrar o material de origem e fazer um filme
para um público em massa. Isso é desafiador, mas claramente os comentários não
ajudaram”, lamentou.
CRITICAS DE SITES GEEKS BRASILEIROS
- Boa parte dos sites e blogs de cultura Nerd e Geek,
deram reviews positivos ao filme, sendo que muitos também apontaram alguns
problemas nesta adaptação.
“Ghost in The Shell ganhou um filme digno de sua
importância. Corajoso, fiel e diferente como deveria ser.”
“Por fim, A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell é um
blockbuster com pretensões de trazer questões temáticas e estéticas que se
diferenciem do atual cenário do cinemão. Se essa versão de Ghost in the Shell
pode não chegar ao status de cult movie, trazer características e ideias que
fogem do padrão é sempre muito bem-vindo.”
“No fim das contas, A VIGILANTE DO AMANHÃ é um filme que
até tem uma cota de pontos positivos, que o torna interessante até para ser
revisto. Nem que seja para ficar novamente deslumbrado com o desenho de
produção e as cores, que não saem prejudicadas pelo 3D, aqui usado de maneira
atraente e elegante.”
" Então Ghost In The Shell, entre hipnótico e
monótono, a maior obra audiovisual do cyberpunk. Cyberpunk que era o mundo das
idéias de então: a chegada da revolução digital às ruas e às nossas almas, ao
business e à guerra, além das fronteiras, para o bem e para o mal.
Como chamávamos então, pela sigla: GITS. Balas voando e
Baudrillard, Philip K. Dick e Mecha, política, pop e espiritualidade. A
presciência do século 21, do impacto que a nascente internet teria, a intuição
das discussões de gênero e identidade e classe e geopolítica que viriam. E
Major, uma protagonista feminina capaz, complicada, fria e quente, quente como
só um cérebro humano em um corpo artifical poderia ser."
Profissional de TI, mais de 10 anos de vivência em informática. Tem como hobby assistir seriados de TV, ir ao cinema e namorar !!!).
Fã de Rock'n'Roll, música eletrônica setentista, ficção-científica e estudos relacionados a Astronáutica.
Quis ser astronauta, mas moro no Brasil...