terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Aphrodite's Child (1967 - 1972)

 


Aphrodite's Child foi uma banda de origem na Grécia, mas radicada na França(com gravações no Reino Unido), que variou entre o rock e pop e posteriormente o rock progressivo e psicodélico em uma curto período de tempo, composta por artistas que posteriormente se tornariam famosos em suas carreiras solo, como o multiinstrumentista e compositor Vangelis e o cantor e baixista Demis Roussos, composta ainda pela baterista Loukas Sideras e  pelo guitarrista Argyris Kouloris em algumas gravações. Mesmo em seu curto período, a banda foi capaz de lançar singles que foram sucesso não só na Europa mas em várias partes do mundo. O grupo começou quando dois músicos gregos, Vangelis e Roussos já tocavam em outras bandas de rock de seu país, "Forminx" e "Idols" respectivamente, resolveram se juntar e montar nova banda com a inclusão de Sideras e Kouloris. Sua primeira gravação como banda foi para o álbum In Concert and in Studio de George Romanos, onde tocaram quatro músicas e foram creditados como "Vangelis and his Orchestra". No mesmo ano, eles gravaram uma demo de duas músicas e a enviaram para a Philips Records. Provavelmente foi ideia de Vangelis que a banda ainda anônima fosse transferida para Londres, que seria um ambiente mais adequado para sua música, já que seu país havia entrado em uma ditadura militar de direita em 1967. Esta decisão, no entanto, não foi isenta de problemas. Koulouris teve que ficar na Grécia para cumprir o serviço militar, enquanto a banda, a caminho de Londres, ficou presa em Paris, em parte porque não tinham as autorizações de trabalho corretas e em parte por causa das greves associadas aos acontecimentos de maio de 1968. Eles optaram pro gravar suas músicas em inglês para atingir um mercado mais global.

Em Paris, a banda assinou contrato com a Mercury Records(hoje subsidiária da Universal Music) e foi batizada de "Aphrodite's Child" por Lou Reizner, lançando seu segundo single "Rain and Tears", uma reformulação do Canon em Ré maior de Pachelbel. Com esta música a banda se tornou uma sensação da noite para o dia na França e em vários outros países europeus onde o single teve bom sucesso, apesar de a música ser cantada em inglês. Vendeu mais de um milhão de cópias e ganhou um disco de ouro. Com o caminho aberto, conseguiram contrato pra gravar seu primeiro álbum, seguido posteriormente de mais dois (inclusive um duplo), até que as tensões internas dos seus membros e indiferença da gravadora com seu último trabalho, fizeram a banda ser dissolvida e cada um seguir seu caminho solo a partir de 1972.



End of the World

(1968) - Álbum de estreia do Aphrodite's Child, lançado pela  Mercury Records e gravado no Philips Studio em Paris, França. Foi uma boa estreia para um grupo desconhecido. Principalmente pelo hit "Rain and Tears". A capa tem uma foto meio psicodélica com fotos dos membros do grupo destacando o nome e o single principal, que havia estourado. O início é com "End of the World", musica que dá nome ao álbum, que fala de um convite de um cara a uma moça pra fugirem até o fim do mundo. Ela começa com sons meio estranhos, mas vai ganhando um ar melódico na voz bela de Roussos, enquanto um clima melancolico  é criado por Vangelis com a bateria suave de Sideras.  A música seguinte é "Don't Try to Catch a River", aqui tem um rítmo mais balada rock 60, nada diferente pra época, mas dá uma boa agitada. "Mister Thomas", é um tipo de música contada em forma de estória sobre com fundo psicodélico de um tal de Mr.Thomas, aquele que não é jornal, mas para o contatante...uma boa notícia...Segue o hit/single "Rain and Tears", a música que ajudou a vender o álbum, já que foi o single de estreia que se tornou n°1 na França, Bélgica, Itália, Norueta...Indonésia e atingou o Top 30 no Reino Unido. A música que posteriormente foi até aproveitada por Roussos em seu repertório solo até o fim da vida e chegou a ser regrava algumas vezes, o maior sucesso da banda, é uma balada pop romântica mostrando os atributos vocálicos de Roussos e que fariam dele uma das maiores vozes da música. "The Grass is No Green", começa com um clima frio com teclados psicodélicos e voz quase vocalizadas de Roussos, passando para uma balada rock lenta com letras lisérgica, e logo muda para um rítmo mais rápido e cadenciado e vai variando até o final. "Valley of Sadness", tem em estilo romântico parecido com as bandas dos anos 60, com a belíssima voz de Roussos e uma pegada mais rock no final. "You Always Stand in My Way" tem uma pegada mais rock progressivo e mais pesada, com Roussos fazendo o uso de sua voz ao estilo parecido com Ozzy Osbourne e mais pro final os metais se intensificam. "The Shepherd and the Moon" parece uma balada mais oriental talvez com influências das músicas do oriente médio e em determinado momento Roussos troca a melodia por falas pra recomeçar novamente a música no mesmo rítmo inicial. "Day of the Fool" que fecha o álbum, é uma balada com um lindo clima criado por Vangelis com seus teclados primitivos, mas logo a melodia se transforme em um pouco de cacofonia para voltar a melodia, ainda com uma criação melódica étnica das canções do oriente próximo, são mais de 5 minutos de música, com um final saíndo do poético pra mais pesado com a percussão de Sideras e o clima mais sinistro de Vangelis. Em uma vista geral este primeiro álbum contem uma quantidades iguais de canções pop psicodélicas e baladas no estilo Procol Harum ou The Moody Blues. Não se deixem enganar pelo single arrebatador de "Rain and Tears", possivelmente presente no álbum por pressão da gravadora, mas ele completo mostra uma banda que viaja bastante no progressivo/psicodélico deixando o pop diluído no meio de tudo isto. Mas puxado pelo primeiro single, foi um sinal verde para um próximo álbum...



It's Five O'Clock (1969) – 2° álbum de estúdio da banda grega radicada na França, Aphrodite's Child. Aqui eles conseguem a proeza de gravarem o mesmo em Londres. O álbum começa com a faixa homônima "It's Five O'Clock, uma bonita balada na mesma linha do single "Rain and Tears" do álbum anterior, com destaque sempre para a brilhante voz de Roussos e a música de Vangelis. "Wake Up", a próxima música, tem um apelo mais pop/rock não difereciando muito das baladas rock dos anos 60. "Take Your Time", tem uma pegada anos 50 meio country e rhythm and blues bem interessante. "Annabella" uma música romântica com letra psicodelica muda de tom rapidamente e assim é a variação até o fim, com a tentativa de se criar um fundo musical que imita o mar, bem interessante, mas bastante datado para os teclados do Vangelis na época. "Let Me Love, Let Me Live", baladinha rock'n'roll comum dos anos 60, com boa pegada na bateria de Sideras. "Funky Mary" música de mais de 5 minutos com várias experimentações e percussão avançada e cantada sem muitas pretensões, bastante hippie. "Good Time So Fine" um rock mais robusto e interessante que as vezes lembra os Beatles na sua fase lisérgica final. "Marie Jolie", deliciosa e despretenciosa canção romântica na bela voz de Roussos. "Such a Funny Night", para surpresa de todos, é uma música despretenciosa e psicodélica instrumental da banda que fecha o álbum. Um veredito final é que existe poucas surpresas neste álbum, se foi pra tentar repetir o anterior  progressivo/psicodélico, deixou a desejar um pouco, faltou um 'tempero novo' nele. Mas por incrível que pareça, a banda já tinha conquistado fãs no disco anterior e este foi bem recebido também, foi 1° Lugar na França(com direito a disco de Ouro) e 6° na Itália. O certo é que se pensa que a banda poderia construir algo muito maior e melhor do que se repetir...




666 (1972) - 3° e último álbum do Aphrodite's Child também produzido pela Mercury.  Neste período os artistas da banda Demis Roussos e Vangelis já estavam  lidando com seus próprios materiais solos o que fez com que o início de produção deste album tivesse um atraso. Os artistas queriam algo que fosse inovador e foram autorizados pela Verdigo Records a gravarem um álbum duplo conceitual baseado...no Apocalipse da Biblia e em um livro sobre a "besta". O álbum foi gravado entre os anos de 1970 a 1971 e lançado apenas em 1972. As músicas do álbum formam uma narrativa não linear ao estilo de álbuns conceituais como  Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles e Tommy do The Who. O conceito central é uma interpretação contracultural do Livro do Apocalipse, em que um espetáculo de circo baseado no apocalipse é apresentado para um público ao mesmo tempo em que o verdadeiro apocalipse acontece fora da tenda do circo, e no final os dois se fundem em um único evento. Neste álbum além de Roussos/Vangelis e Sideras, temos a inclusão do guitarrista original da banda, Silver Koulouris, que após servir o exercito finalmente estava livre para ir ao estúdio gravar com os companheiros algo que infelizmente o fez ficar de fora dos álbuns anteriores. A banda começou a gravar o álbum na França em 1970, mas estouraram o orçamento e tiveram problemas com a gravadora. Houve muita tensão em estúdio entre Vangelis, e o resto da banda que queria permanecer com algo mais pop e comercial. Após a conclusão do álbum, a Mercury Records recusou-se a lançá-lo, objetando ao seu material não comercial e em particular à música "∞".Em 1971, a banda organizou uma "festa de aniversário de um ano" no Europa Sonor, para protestar contra o não lançamento do álbum. O pintor surrealista espanhol Salvador Dalí esteve presente na festa e ouviu o álbum. Dalí ficou muito impressionado com o trabalho, afirmando que o lembrava da Sagrada Família. E no meio de tudo isto, a banda acabou se separando sendo que cada um dos integrantes lançaram seus próprios álbuns solos. Finalmente em 1972, o álbum foi lançado com a banda já ter se debandado...Para a audição deste álbum é necessário tentar criar imagens na cabeça, mas imagina algo entre um circo ou parque de diversões com a temática apocaliptica. Não sei o estado lisérgico da cabeça destes caras (em especial Vangelis, que aqui praticamente além de compor comanda tudo). Meio que os outros membros foram meros auxiliares musicais ou musicos contratados. Nem Roussos comanda o vocal na maioria das faixas que é uma combinação de artistas convidados e faixas apenas instrumentais.
Lado 1
O álbum conceitual começa com uma faixa pequena e introdutoria chamada "System", com um coro que lembra uma opera cantando algo como 'foda-se o sistema'uma letra  inspirada no panfleto de Abbie Hoffman, apenas prepara o público para  "Babylon", faixa interessante com uma pegada progressiva, que lembra bastante Sgt.Pepper's dos Beatles, a música de rock acústico com um riff de guitarra enérgico, e as letras apresentam o tema apocalíptico, referindo -se à queda da Babilônia, o Grande do Apocalipse 18.  "Loud, Loud, Loud" tem uma pegada mais lenta quase falada que combina um vamp de piano de dois acordes de Vangelis com a narração de Daniel Koplowitz. O título é cantado por um coral, que não é creditado no álbum. A narração reflete um espírito de otimismo contracultural, falando de "O dia em que os jovens param de se tornar soldados/e soldados pararão de jogar jogos de guerra". Segue "The Four Horsemen", com uma pegada lisergica pois altera entre a balada lenta com mais rápida com muita bateria e guitarra além de sentir uma parte orquestral e a música lida com os quatro cavaleiros do Apocalipse, suas letras parafraseando o texto do Apocalipse 6. A estrutura da música é marcada por um contraste dinâmico, com Roussos cantando sobre um drone de teclado ecoado ecoado nos versos, a música culmina em um solo de guitarra de dois minutos de Koulouris sobre bateria pesada de Sideras e um repetido canto de fundo "fa fa fa" de Roussos. Não preciso dizer que esta música é a melhor do álbum e influciou outras bandas...como The Rolling Stones...."The Lamb", é uma faixa instrumental influenciado pela música, com cantos vocais seguindo a melodia principal. "The Seventh Seal" uma faixa instrumental com uma melodia repetida de teclado e instrumento de cordas e narração com compensação britânica de John Forst, descrevendo o cordeiro que abriu o último dos sete selos, novamente com base no Apocalipse 6.
Lado 2
"Aegian Sea", uma faixa instrumental calma, com um ambiente meio jazz, bastante interessante pois lembra futuras composições de Vangelis como por exemplo algo como "Memory of Green" do álbum Blade Runner, a faixa se torna depois mais progressiva a medida que avança e do meio pra frente apresenta voz cantada de forma distorcida. um instrumental com outro solo de guitarra de Koulouris, trabalho de teclado elaborado de Vangelis e vocalização sem palavras.  A narração de John Forst é incluída sob o solo de guitarra de Koulouris, reafirmando a quebra dos dois selos em "The Sétimo Selo" na primeira pessoa e apresentando três repetições da frase "eles não sofrerão mais de fome, eles não vão Mais sofre de sede ". A narração de Forst é desacelerada em arremesso e levada ao canal estéreo direito, com o Echo sendo ouvido no canal esquerdo. Segue com "Seven Bowls" que tem uma introdução que tenta criar por exemplo, uma cavalgada e fica mais sombria com um texto adicionado em forma de contagem. A faixa é uma peça de efeito sonoro no qual um coro narra os efeitos das sete tigelas (mudando o eufrato secando e terremoto das duas últimas tigelas para as estrelas que saem e o ar transformando -se em veneno), que, por sua vez, crossfades no instrumental misterioso seguinte "The Wakening Beast", que por sua vez é outra faixa instrumental estranha, curta e sombria, que usa sinos de vento revertido.  "Lament", parece uma música de lamentação e começa com uma nota de vibrafone repetida interpretada por Vangelis, seguida por Roussos cantando um lamento por "The Human Race" em um apoio mínimo. Vangelis fornece vocais de apoio adicionais, que refletem seu interesse na música bizantina. As próximas faixas seguintes, é um ponto interessante de mudança, "The Marching Beast" é uma instrumental com sons tentando recriar um ambiente árabe/oriental, algo que já foi tentado em álbuns anteriores pela banda e trata-se de uma peça instrumental com uma melodia repetida tocada em guitarra, baixo e saxofone, com um arranjo gradualmente em desenvolvimento que inclui um solo de piano e uma flauta influenciada por Jethro Tull. As duas faixas seguintes "The Battle of the Locusts" e  "Do It" são hard rocks com batidas de bateria e guitarra muito bem cadenciadas o que até surpeende pela época, uma influência grande para o heavy metal/hard rock. Ambas faixas começam com Forst recitando seus títulos e são tocados em um formato de trio de poder, com intrincados solos de bateria e guitarra rápida. O título de "Do It" vem do livro de Jerry Rubin Do It!: Cenários da Revolução. "Tribulation" curta faixa estranha experimental e até meio engraçada com uma influência no jazz com introdução de um saxofone. "The Beast" que apesar do nome, não é uma faixa sombria, mas uma música satírica para a surpresa dos ouvintes, que esperavam algo mais denso. É a primeira música com os vocais principais de Loukas Sideras, que canta "Quem pode lutar com a besta?" na voz dele normal e "ela é grande/é ruim/é perversa/é triste" em uma voz mais baixa e mais baixa. A música apresenta um ritmo e a experimentação de estúdio influenciados pelo funk, com o primeiro golpe dos versos que o reverb de placa se aplica a ele. Durante a gravação, Vangelis tinha um microfone para dirigir a banda, e a mistura final da música inclui alguns de seus comentários rítmicos de canto e estúdio. Ele diz PAME! ("Vamos lá!") Perto do clímax da música, e Teliounome Edho Pera, Etsi? ("Estamos fechando aqui, lembra?") Na medida final da música. "Ofis", faixa curta é um breve interlúdio no qual Yiannis Tsarouchis recita uma linha da peça de fantoche das sombras Alexandre, o Grande e da Seda Serpente com Slapback Echo, aplicado à sua voz. A linha, Exelthe Ofi Katiramene, Dhioti e Dhen Exelthe Essey, que Exelthe Ego! Ou! Ou! Ou!, Se traduz em "sair, amaldiçoar serpente, porque se você não sair, eu farei você sair!".
Lado 3
 "Seven Trumpets" que continua como uma narração dramática que serve para introduzir "Altamont". O Head Heritage o interpretou para representar o momento em que a "cortina da realidade" é destruída, e, portanto, o apocalipse real e o show de circo apocalipse começam a se entrelaçar conforme o conceito de Ferris. Então  "Altamont", faixa com uma batida forte que no final deixa a instrumentação para  introduzir uma voz de discurso, contém um ritmo repetitivo influenciado pelo funk, Roussos Scatting junto com a linha de baixo, vibrafone de Vangelis e uma clarineta adicional por halkitis. A segunda metade da música introduz narração adicional, referindo -se às imagens das músicas anteriores e descrevendo a visão do apocalipse como "as imagens do que era, do que é, do que está por vir". Uma das linhas da narração: "Somos as pessoas/as pessoas rolantes". "The Wedding of the Lamb", mais uma faixa instrumental com uma pegada árabe/oriental, praticamente se conectando com o final da música anterior. O instrumental, por sua vez, crossfades em "The Capture of the Beast"", um solo de tambor de Sideras que faz uso pesado de instrumentos de TOMS e percussão, realizada sobre os drones e efeitos do teclado de Vangelis. As músicas são ligadas por breves linhas faladas recitadas de maneira que anunciam seus títulos. Chegamos a  "∞" (ou infinito), é uma das mais polêmicas, pois trata-se de uma música cadenciada com um possível orgasmo feminino, que de tão louco deixa todos atônitos, ela consiste na atriz grega Irene Papas cantando "Eu estava, eu estou, estou por vir" sobre uma faixa de percussão esparsa, gradualmente se formando em um frenesi orgásmico. Vangelis descreveu a faixa como transmitindo "a dor do nascimento e a alegria da relação sexual". Mas a improvisação de Papas foi escolhida porque causou uma impressão mais forte, a faixa por sua vez seria uma  "cacofonia aumentada" que marca a progressão em direção ao apocalipse. "Hic et Nunc" tem novamente uma pegada Beatles pós-Sgt Peppers, bem psicodélica que faz dela uma música pop animada com piano em fases, saxofone e voz de Michel Ripoche, uma multidão cantando "Aqui e agora!" no refrão, uma reutilização do efeito sonoro do público de "Babylon" e o canto "We got the system to fuck the system" de "The System" durante o solo de piano de Vangelis, prenunciando a "montagem" final.
Lado 4
"All the Seats Were Occupied" - Faixa grande bem cacofônica e lisérgica com misturas de ritmos na base do experimentalismo ou parecendo com os primeiros trabalhos do Pink Floyd.Ela começa como um instrumental lento influenciado pelo raga antes de incorporar outros gêneros como o funk e culminar em uma "montagem" de música concreta. E incorporta samplers de outras faixas do álbum.A frase "todos os assentos estavam ocupados" foi retirada de um registro de ensino de inglês da BBC. A música termina com um final caótico e uma amostra do gemido de dor de Papas em "∞". Então finalmente chegamos a "Break", uma faixa bem pop/rock dos anos 60 no estilo Beatles, a música é uma balada cantada por Sideras, acompanhada por piano e órgão. Vangelis canta backing vocals, com o objetivo de tirar sarro do clima dramático da música. Ela finaliza com uma euforia melancôlica e termina com um acorde de piano e órgão, seguido após 6 segundos de silêncio por uma amostra de Forst dizendo "Do it!", Som final do álbum.
Embora a Melody Maker tenha afirmado que "Break" "poderia facilmente ter entrado nas paradas se tivesse sido lançado como single", nem o álbum nem o single tiveram sucesso comercial no lançamento, o álbum não conseguiu entrar nas paradas e o single apenas entrou no Paradas holandesas em 24º lugar. Dois anos depois, Vangelis disse que o álbum vendeu bem nos Estados Unidos. Mas o tempo mostrou qeu o álbum havia se tornando cult para vários artistas e fãs futuramente. A impressão que fica deste álbum conceitual é mostrar que eles eram músicos que não se importavam com o mainstream ou que as gravadoras queriam, por ser algo "não comercial". Minha crítica final é que apesar de ser bastante interessante, muita coisa nele não me agradou, mas outras, dá pra ver que Vangelis queria seguir um caminho novo na carreira e isto é positivo. Eu posso chama-lo de...anti-album e por sua vez 666 é um album de rock progressivo/psicodélico com uma mistura de art-rock.



Conclusão: Apesar de sua curta existência e da falta de singles de sucesso fora da Europa, a banda ainda é considerada cult para apreciadores de rock progressivo. O álbum 666 é frequentemente considerado sua obra-prima, além de ser um dos primeiros álbuns conceituais do rock. O álbum chamou a atenção de muitos músicos do rock progressivo, incluindo o vocalista do Yes, Jon Anderson, que mais tarde colaboraria com Vangelis (como Jon e Vangelis). Bandas contemporâneas de rock progressivo como Astra também citaram a banda como uma influência. Também não devemos esquecer que tanto o vocalista Demis Roussos(1946 - 2015) quanto o tecladista Vangelis (1943 - 2022), conquistaram fama gigantescas em volta do globo, devido a suas próprias carreiras solos.

Composições :  3 de 5

Artistas:  4 de 5






domingo, 31 de dezembro de 2023

Discografia completa revista - The Police (1977 - 2008)

 


Falar em The Police, lendária banda britânica do baixista e vocalista Sting, com os outros excelentes músicos Andy Summers (guitarra) e  Stewart Copeland (bateria), é falar de uma banda, que misturava  pós-punk New Wave com reggae rock ,  pop rock e até uma pitada de jazz, sendo um dos precursores do ska. Criaram hits imortais como  "Don't Stand So Close to Me" ou a onipresente  "Every Breath You Take". Tiveram uma vida curta, mas marcante. Surgiram na esteira do sucesso do punk com uma nova linguagem musical dentro do rock, mas infelizmente os constantes desentendimentos entre seus membros e as atitudes do vocalista Sting, querendo centralizar tudo em cima dele, fizeram com que a banda fosse encerrada em 1986, com alguns rápidos retornos em 1992, 2003 e 2008. Venderam ao tudo 75 milhões de discos pelo mundo. Em 2003, foram induzidos no Rock'n'Roll of Fame.

Summers tocava em uma banda de rock progressivo inglesa chamada Curved Air e conheceu Sting que tocava uma espécie de rock jazz-fusion, em uma banda chamada  Last Exit. Com o fim dos dois projetos, eles montaram o The Police, em 1977 com outro guitarrista, Henry Padovani, posteriormente com a saída de Padovani, entrou  Andy Summers e esta foi a formação que decolou.


Outlandos d'Amour
- 1978 - Primero álbum do The Police, lançado pela  A&M Records. Mostra uma banda bastante versátil com um disco que mistura vários ritmos do rock. Começa com a música  "Next to You" e logo de cara mostra os rapazes bastante afiados com um rock e com a raiz punks, com batidas pesadas e guitarras de poucos acordes, mas mostrando um ótimo entrosamento musical e que chegou a ser música de abertura de seus shows iniciais...e este foi apenas o aperitivo...segue para "So Lonely" , 2° single, sensacional canção que trabalhou bastante nas rádios, com uma pegada new wave e Reggae rock, já mostrando que eles seriam bastante versáteis nas músicas. "Roxanne", foi o 1° single do grupo, que foi trabalhado nas rádios antes do lançamento do álbum, assim como a anterior mais com uma pegada Reggae rock New Wave, e que se tornou hit imediato após seu lançamento.  "Hole in My Life", faixa seguinte, segue uma linha reggae rock mais lenta podemos definir como um ska. "Peanuts", tem uma batida mais pesada, algo mais punk rock de raiz (pode lembrar um pouco Ramones). "Cant't Stand Losing You", esta é outra faixa que estourou, sensacional refrão que gruda da cabeça, uma balada rock com pitadas de Punk/New Wave, não foi atoa que se tornou single e mirou as rádios do mundo inteiro. "Truth Hits Everybody", segue a linha balada rock com pegada da influência punk e  a seguinte, "Born in the 50's", segue uma linha mais pesada nos metais com vocais cadenciados no refrão gritado, fazendo uma dela uma balada agitada.  "Be My Girl—Sally", começa como uma balada despretensiosa sobre uma namorada, mas logo depois se transforma em um monólogo falado pausadamente pra depois finalizar com o mesma balada de início. "Masoko Tanga", é uma balada ska, com ritmo bem reggae rock no estilo da banda com batidas de percussões variadas e desta forma eles finalizam o álbum. Um LP de estreia bastante interessante, lançado em 1978, com forte concorrência de variadas bandas de rock de diferentes estilos. Se formos contar só as faixas de singles(3 ao todo) deste álbum já valeria o álbum inteiro que por sua vez tem outras músicas legais. Uma grande estreia. Convenceram bem que poderão brilhar. Foram 6° lugar nas paradas britânicas e 2° lugar na Holanda. 23° lugar nos EUA (Billboard). Vários discos de platina e ouro pelo mundo. ..A trilha de sucesso estava traçada para a banda...



Reggatta de Blanc
- 1979 - Segundo álbum do The Police, lançado pela A&M Records. O grande sucesso do primeiro álbum mostrou que os garotos do The Police era uma nova mina de ouro para a gravadora explorar. Sinal verde para produzir muitos álbuns com a banda. Nesse álbum fica mais evidente a influência do reggae jamaicano em fusão com o punk rock e a new wave, inclusive no próprio título. Reggatta de Blanc significa reggae de branco. O disco se inicia com o primeiro single, que já foi logo atingindo as paradas, pois é uma música muito boa: "Message in a Bottle" , com muita pegada reggae/punk/New Wave, uma delícia, com refrão cativante que não sai da cabeça e com uma instrumental perfeita dos 3 membros, principalmente a batera do Stewart Copeland. Foi o primeiro single do The Police a alcançar o primeiro lugar nas paradas de sucesso do Reino Unido.  "Reggatta De Blanc" , é uma faixa instrumental, com grande ênfase no percussão do Copeland, com muita pegada ska (reggae rock). "It's Alright For You", rock básico com refrão pegajoso, serve pra esquentar uma festa. "Bring On the Night", é uma balada ska bem calma , chegou a ser um dos singles do álbum. Eu lembro de uma versão mais agitada que se apoiava bastante no vocal do Sting. "Deathwish", é mais agitada, não deixa de ser ska-reggae rock, o interessante são o baixo de Sting casando com a batera de Copeland. O Lado B deste álbum começa com o single que fez sucesso e ainda continua a agitar, "Walking on the Moon", em seu estilo new wave ska/dub, musica despretensiosa mas que até hoje é bastante executada e lembrada nas coletâneas do grupo. "On Any Other Day", pegada ska/rock/punk um rock básico inspirado nos anos 60. "The Bed's Too Big Without You", a batida de entrada depois iria ser bastante copiada pela banda Paralamas do Sucesso na música 'Eu uso óculos', a música segue o ritmo jamaicano focado no reggae, mas com som mais polido no rock, mais uma vez, um reggae de branco. "Contact", esta tem uma uma pegada despretensiosa, mais lenta mas com o ritmo conhecido do ska do The Police.   "Does Everyone Stare", música mais lenta com uma pegada mais jazz, parece muito uma jam session de amigos em fim de festa. "No Time This Time", tem uma boa pegada rock punk, com uma ótima bateria do Copeland e uma voz mais potente do Sting. Em geral é um bom álbum, mas mostra muita pouca mudança do primeiro álbum, lançado a um ano antes para este novo. Temos destaques de duas músicas dos 4 singles lançados: "Message in a Bottle" e "Walking on the Moon". Os outros dois singles : "Bring On the Night", foi melhor retrabalhado depois e "The Bed's Too Big Without You" tem uma batida que influenciou uma penca de banda pelo mundo. O álbum conseguiu atingir o 1° lugar nas paradas britânicas, austríacas e holandesas, foi 25° nos States e discos de ouro e platina em diferentes partes do mundo. A banda já tinha criado um publico cativo e as gravadoras também sabiam disto...Bora botar estes caras no estúdio para produzir mais...


Zenyatta Mondatta
- 1980 - Não deu nem tempo de respirar, a gravadora queria um disco por ano, o terceiro lançado no ano seguinte ao segundo, pela A&M Records. O resultado por ser um álbum que ainda remete seus antecessores, que deram certo, mas já preparando uma nova direção musical. O álbum abre muito bem com a música que virou hit, "Don't Stand so Close to Me", que bebe bastante da fonte ska/punk e que posteriormente seria retrabalhada para ser mais pop em coletânea futura. "Drive to Tears" é um ska muito parecido com as músicas do álbum anterior, dando a impressão que veremos o mais do mesmo..."When the World is Running Down, you make the best of what's sill around", música com título grande, mas com uma pegada mais new wave, lembrando até o Blondie, a primeira música não ska do álbum. Segue "Canary in a Coalmine", uma faixa alegre meio ska/punk e que lembra uma algazarra caribenha. "Voices Inside My Head" é um rock instrumental interessante. "Bombs Away", outra música despretensiosa meio new wave. Então chegamos ao novo single e hit fácil devido ao refrão até meio bobinho, mas que não conseguimos tirar da cabeça: "De Do Do Do, De Da Da Da", a formula do sucesso está toda lá. "Behind My Camel" é um ska mais leve,  "Man In A Suitcase" é um lindo tema instrumental, que vale bastane com os hits do disco, muito bonita e bem executada.  "Shadows In The Rain" é um ska mais jazzeado, com a voz suave de Sting e o álbum fecha com "The Other Way Of Stopping", mais uma instrumental, um ska mais solto com uma percussão bacana caribenha e punk de Copeland. O álbum em si apresenta dois hits e faixas instrumentais interessantes, é um ponto de evolução da banda, parece que estão muito mais soltos, apesar de ter um gosto dos dois álbuns anteriores. Assim como o anterior lançado um ano antes, Zenyatta Mondatta atingiu o primeiro lugar das paradas britânicas, além da Austrália e da Espanha (país que recebeu bastante bem o The Police). Ainda foi o segundo lugar no Canadá e Holanda, e terceiro lugar na Nova Zelândia e o impressionante 5° lugar na Billboard americana. Com varios discos de ouro e platina espalhados pelo mundo. The Police era um grupo imbatível e sua fama aumentava a cada dia.



Ghost in the Machine
- 1981 - A banda tinha pouco tempo para respirar após as turnês de seus discos lançados, eram imediatamente enviados aos estúdios para gravar mais um álbum  para lançar no ano seguinte. O quarto álbum da banda, não deixou de seguir esta formula, já que os rapazes era uma mina de ouro. As primeiras diferenças criativas entre Sting com Summers e Copland dentro do estúdio começaram a aparecer mas mesmo assim, este álbum começa a introduzir de forma mais evidente dos sintetizadores, com Sting se aproveitando para criar novos fundos musicais com estes instrumentos. Deixando o ska/reggae de um lado e abraçando uma new wave mais pop. "Spirits in the Material World", mostrando que os synths dão as caras muito bem longo no começo, sem abandonar o som ska, foi lançado como 3° single do álbum.   "Every Little Thing She Does Is Magic"  é caracterizada como uma canção new wave, pop rock e power pop com elementos de reggae, também outro hit single(2°) do álbum como o anterior. "Invisible Sun", música maravilhosa cheio de camadas, um lindo synthpop, pós-punk new wave mostrando que o Police é uma banda bem versátil e com uma letra ligada as pessoas que vivem em cidades devastadas pela guerra como o conflito na Irlanda do Norte e a Guerra do Líbano que estava acontecendo naquele período. "Hungry for You (J'aurais toujours faim de toi)", novamente tem um rock com pegada de ska comum da banda desde o início.  "Demolition Man", parece uma jam session com misturas de ritmos com mais de 5 minutos, as vezes se torna instrumental com algumas intervenções da voz de Sting. Posteriormente foi regravada pela cantora Grace Jones em uma versão mais reggae. "Too Much Information", diria que se parece bastante com um electro-jazz misturado com ska, uma mistura de ritmos bastante interessante. "Rehumanize Yourself" é um ska padrão mais lento e a seguinte, "One World (Not Three)"   é um ska padrão mais pesado com muita cadência na bateria de Copland. "OmegaMan" é uma faixa diferente, tem uma introdução mais synth e uma pegada new wave, diferente das anteriores. Chegamos então as duas últimas musicas: "Secret Journey" faixa que poderia servir de trilha sonora de um documentário bem intimista com bastante uso de synths e "Darkness", também faz o uso de synths, e aqui tem uma pegada de uma balada de banda de rock progressivo mais pop, tipo ELO ou ASIA. Além dos teclados a mais no álbum, a seção de vinte minutos que compreende “Hungry for You (J'aurais toujours faim de toi)” até “One World (Not Three)” inclui muitas harmonias de saxofone, enquanto a abertura de “Secret Journey” apresenta o Roland GR-300 Sintetizador de guitarra. O álbum consegue sair do mais do mesmo ska/rock/punk/reggae e agrega a cultura new wave synthpop da década. E isto mostra uma evolução positiva pra banda, temos 3 hits de sucesso gerado nele. Não precisa nem dizer que o álbum conseguiu ter melhor aceitação ainda que os anteriores, 1° lugar no Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, atingindo a sensacional posição de 2° lugar na Billboard Americana....então eles estavam no topo em quase todo mundo, recebendo discos de ouro e platina em várias partes. Inclusive estiveram no Brasil(1982) neste período, em uma época que ninguém vinha pra nosso país...


Synchronicity
- 1983 - O The Police era a mina de ouro da gravadora A&M Records, mas tiveram que esperar um pouco mais pra lançar o álbum do ano seguinte, que saiu em 1983. A primeira faixa, "Synchronicity I", tem uma pegada pós-punk, com uso de sintetizador no começo, um legítimo representante da New Wave daquela época. "Walking in Your Footsteps", tem uma pegada de sintetizador e música caribenha". Já "My God", é surpreendentemente uma música legal, boa batida, eu apesar do início ska, corre perfeitamente pela new wave da época, com um baixo cadenciado legal do Sting coordenação do resto da banda. "Mother"  é surpreendentemente diferente e não é boa, parece uma cacofonia e bagunça sonora. "Miss Gradenko", volta os temas mais trabalhados da banda e é interessante. "Synchronicity II", que pelo nome seria uma continuação da primeira música do álbum, é um delicioso rock new wave com batida legal, eletrônica sutilmente bem trabalhada, voz do Sting perfeita refrão bem cantante.  E aqui o álbum começa a melhor a cada faixa, já que a próxima, e abrindo o Lado B do álbum,  é o maior clássico do Police de todos os tempos e uma das músicas mais reconhecidas do rock, "Every Breath You Take", musica lindíssima que infelizmente não é exatamente uma música romântica apesar de seu apelo pop romântico e que faz com que erroneamente muita gente manda tocar em festa de casamento. A música é uma estória de obsessão doentia e perseguição de um stalker a uma mulher. "King of Pain" é outra música clássica da banda, uma soul/new wave , foi um single de sucesso do álbum. Ela possui aquele gancho de piano cantante, o baixo melódico e um solo simples e eficaz de Summers e a voz encantadora de Sting, transformam em um pop excelente. "Wrapped Around Your Finger", outra faixa legal, também single do álbum, a letra dá  uma abordagem complexa da dinâmica de poder nos relacionamentos, mais uma faixa composta por Sting, meio blues, tocada de forma lenta e que depois lembraria bastante o que Sting faria em sua carreira solo logo a seguir. O álbum finaliza com duas faixas em estilo Jazz, "Tea in the Sahara" mais lenta e "Murder by Numbers", um pouco mais rápida e possivelmente faixas que combinaram com o futuro estilo que Sting usará na sua carreira solo. Não preciso dizer que o álbum continuou atingindo os topos e indo além em vários países como 1° lugar no Reino Unido , Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Espanha....e o 1° Lugar nos EUA (Billboard). Discos de ouro, platina etc, em várias partes do mundo. Um álbum cheio de música legal, a gente até perdoa a cacofonice de "Mother". Uma pena que este seria o último álbum da banda, pois as diferenças criativas e brigas internas já estavam atingindo níveis insuportáveis. Sting estava muito mais interessado na sua carreira solo e os outros membros querendo seguir outras direções. Uma pena, eles simplesmente acabaram no auge sendo que poderiam produzir muito mais.


Every Breath You Take: The Singles
  - 1986 - Uma coletânea lançada  pela  A&M Records. Após a turnê do álbum Synchronicity, finalizada em 1984, os planos para um 6° álbum de estúdio foram postergados sempre mais pra frente. Sting, Summers e Copeland, cada um saíram para fazer seus projetos pessoais, como cinema, álbuns solos, trilha sonoras, produção de outros artistas e nada de reunir a turma em estúdio pra gravar, pois todos estavam sendo bem sucedidos em suas carreiras próprias, principalmente Sting. Em 1986, os três se reuniram de novo para uma turnê da Anistia Internacional, mas já havia muita tensão entre eles. Chegaram a ir pra estúdio gravar um novo álbum, mas Sting não estava disposto a compor nada novo e Copland se acidentou ao cair de um cavalo. Saíram do estúdio frustrados sem conseguirem gravar algo novo. Então optaram para lançar uma coletânea com seus grandes sucessos, com uma nova versão realmente fantástica e new wave de "Don't Stand So Close to Me " que por si só já valeria muito a coletânea. Ela alias foi o último single da banda. Nesta coletânea de singles, temos sucessos dos 5 álbuns da banda. Como eles estavam no topo, nem preciso dizer que venderam horrores...incluindo eu ...Conseguiu atingir o 1° lugar no Reino Unido e na Nova Zelândia, com boas posições em outros países. Nos States foram 7° lugar na Billboard, mostrando que eles eram um fenômeno da música. Mas...infelizmente...tudo que é bom dura pouco...Após o lançamento foi anunciado o fim do grupo...



Live!
- 1995 - Para um banda que estava no auge, seu fim, foi um duro golpe nas gravadoras. Em 1995, a A&M Records, teve a ideia de capitalizar mais um pouco o legado do The Police e lançar um álbum ao vivo, algo que a banda já planejava durante a atividade nos anos 80, mas nunca tinha acontecido. Com apoio total dos ex-membros "Live!" foi lançado em um álbum duplo com Disco 1, contendo um show em 1979 em Boston e o disco 2 um show gravado em Atlanta. Ambos nos Estados Unidos.  O interessante é que são shows de duas turnês diferentes. 
O Disco 1 , do show de Boston em 1979, abre com o primeiro single da banda, "Next to you". Se a original de estúdio já era enérgica, ao vivo, nem se fala, pois a música abre com muita força os shows do Police no seu início. A conhecida "So Lonely", vem logo em seguida, mostrando outra faixa que se deu muito bem ao vivo, com bastante improvisação. "Truth Hits Everybody", outra faixa do primeiro álbum, também enérgica e bem trabalhada."Walking on the Moon", com sua pegada Reggae rock tem improvisações legais. "Hole in My Life", música com pegada reggae pop/ska que contagia o publico com muitas viradas na percussão e bateria de Copeland e vocal de Sting. "Fall Out", é uma música com uma pegada mais hard rock também bastante contagiante. Acima de tudo é uma música que foi lançada como lado B do single "Nothing Achieving" , do primeiro álbum da banda . Deveria ter entrado naquele álbum.  "Bring On the Night", mais um single de sucesso, aqui ao vivo e muito bem executada com várias improvisações e muito melhor que a faixa de estúdio original. "Message in a Bottle", outro single memorável, com uma esticada na musica e mais improvisações, mais uma faixa muito bem executada ao vivo. "The Bed's Too Big Without You", outro single, mas desta vez menos conhecido, é uma esticada música mais jazz rock, algo que o Sting passou para sua carreira solo alguns anos depois, mas logo começamos com uma sequência boa, a frenética, "Peanuts" e as clássicas "Roxanne", cantada com muita maestria e uma versão arrebatadora de mais de 7 minutos de "Can't Stand Losing You", com direitos a viradas, reviradas e muita garra da bateria de Copeland e guitarra com direito a 'choros' de Summers, sem tirar o carisma de Sting em cima da música e até este momento, a melhor faixa do disco. Então entra "Landlord", música que tem uma introdução mais Hard/Heavy bem surpreendentemente, ela havia sido lançada apenas como Lado B e segue coladinho com "Born in the 50s", musica que continua o resgate do bom e velho rock'n'roll e fecha com "Be My Girl – Sally", também bem delineada na guitarra de Summers e bateria de Copland, deixando sempre o show bastante agitado. Temos um show muito enérgico registrado no final dos anos 70, com muita influência punk rock/hard sem deixar o ska que a banda é comprometida. Segura bastante o show , tem hits e é bastante comprometido.

O Disco 2, é o outro show de outra turnê, gravado em Atlanta em 1983, quase no finalzinho da banda. Aqui eles já são os queridinhos da galera e estrelas de primeira grandeza. Eles abrem com as músicas homônimas que dão título ao álbum e turnê: "Synchronicity I" e "Synchronicity II", tocadas em sequência que dá um toque bastante especial, já que no álbum elas estão separadas em juntas, parecem parte de uma grande sinfonia de rock, um início de show bastante animador. Segue "Walking in Your Footsteps", umas música mais jazz rock, com várias improvisações, então chega novo clássico "Message in a Bottle", que já havia sido executado no disco 1 e aqui ganha novas improvisações e leva bastante a galera. Segue o show com uma versão bacana do ska  "O My God", que agita bem a galera que é emendada (vc quase não percebe) com  o hit "De Do Do Do, De Da Da Da", onde dá pra escutar a galera gritando de alegria. Segue outro clássico, a lenta "Wrapped Around Your Finger", com a grande voz de Sting. Então temos também outra música mais jazz rock com elementos ska,  "Tea in the Sahara", continuando o clima mais lento. Então começa outra sequência matadora só com hits "Spirits in the Material World"  e  "King of Pain" preparam a galera sedenta por  hits já emendando uma belíssima versão de "Don't Stand So Close to Me" seguida do hit dos hits de todos os tempos do The Police, a fenomenal "Every Breath You Take", todas executadas com maestria por seus membros, soando simplesmente perfeitos. Mas não acaba por ai, a sequência final é matadora também, continuando os hits singles: "Roxanne", cantada em coro pelo público, "Can't Stand Losing You"/"Reggatta de Blanc" com prolongamento da canção  e "So Lonely", prolongada com direito a 'chorada' de guitarra do Andy Summers e interação de Sting com o público finalizando o show com uma fantástica performance da bateria de Copeland. 
Mesmo que este álbum duplo ao vivo tenha sido lançado quase uma década depois do fim da banda, ele foi um ótimo lançamento por resgatar tardiamente (melhor que nunca), dois shows antológicos do The Police, em dois momentos distintos um quase no seu início, com toda a influência do punk/pós punk e o outro quase no fim, mostrando uma fase mais new wave. Dois momentos sensacionais que mostram que ao vivo, a banda era tudo e muito mais que apenas artistas de estúdio. Mundialmente falado, apenas a posição 25º nos charts britânicos e 86º na Billboard, mesmo assim chegou a ganhar um disco de platina em terra americanas.

Epílogo :

Cada membro da banda continuou com sua carreira solo pelos próximos 20 anos, após 1986. Com destaque para Sting. Ele continuou gravando, fazendo turnês solo com grande sucesso e sendo um ativista dos direitos humanos e da natureza. Summers gravou vários álbuns, tanto como artista solo quanto em colaboração com outros músicos. Copeland tornou-se um prolífico produtor de trilhas sonoras de filmes e televisão e gravou e excursionou com duas novas bandas, Animal Logic e Oysterhead. Houve algumas tentativas de reunião dos membros, como no casamento de Sting, com a presença dos ex-membros que pressionados pelo publico do evento tocou duas músicas: "Roxanne" e "Message in a Bottle". Em 10 de março de 2003, o Police foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll e cantou "Roxanne", "Message in a Bottle" e "Every Breath You Take" ao vivo, como um grupo (a última música foi tocada ao lado de Steven Tyler, Gwen Stefani e John Mayer). A banda abriu o 49º Grammy Awards em 11 de fevereiro de 2007 em Los Angeles, anunciando: "Senhoras e senhores, somos o The Police e estamos de volta!" antes de lançar "Roxanne" .Finalmente entre 2007 a 2008, a banda se reuniu novamente para uma turnê dos 30 anos. Estiveram inclusive no Brasil. Infelizmente eles anunciaram aquela turnê como a reunião definitiva e despedida oficial do The Police ...o que não deixou de gerar um novo material audiovisual...


Bônus:

Certifiable: Live in Buenos Aires
  - 2008 - Álbum ao vivo duplo, lançado pela A&M/Polygram, da turnê reunião e despedida definitiva do The Police.Disco1: O show abre com uma introdução legal de percussão culminando com o hit "Message in a Bottle", tocada muito bem mostrando que apesar dos anos a banda havia voltado bastante afiada. E a sequência de músicas mostra isto: "Synchronicity II" com muita interação com o coro do público e "Walking on the Moon" prolongada para delírio geral. Então eles tocam uma faixa mista de duas músicas : "Voices Inside My Head" / "When the World Is Running Down, You Make the Best of What's Still Around", do primeiro álbum da banda, fazendo uma mistura ska, jazz-rock e pop, mostrando bastante interação do grupo. Segue a fantástica versão de "Don't Stand So Close to Me", que tenta ser um misto da versão original com a versão synth de 1986, também bastante aplaudida pelo público. "Driven to Tears" e "Hole in My Life", são mais duas não sendo singles que a banda toca muito bem, mesmo não sendo populares ainda deixa a galera bastante agitada. "Truth Hits Everybody", outra menos clássica e mais agitada tem direito até a algumas 'choradas' da guitarra de Summers. "Every Little Thing She Does Is Magic", uma música esperada devido a ação vocálica de Sting, mas aqui acho que ele não dá o seu melhor. "Wrapped Around Your Finger", talvez uma boa surpresa pois está bem executada, talvez para agitar mais após a música anterior mais lenta.

Disco2:O show continua com  o hit "De Do Do Do, De Da Da Da", dá pra ver que a voz de Sting já está meio cansada então o refrão é improvisado com o instrumental da banda e apoio vocálico do resto da trupe, o que seguram muito bem...a próxima é a fantástica "Invisible Sun", que mesmo ao vivo não perde o seu ar misterioso synth da versão original de estúdio. "Walking in Your Footsteps" tem um começo de percussão bacana e vai ficando muito interessante com a guitarra chorada floydiana em determinados momentos e as extensões vocálicas de Sting. "Can't Stand Losing You" / "Reggatta de Blanc" faixa seguinte é outra faixa clássica muito bem executada com direito a interações vocálicas de Sting com o público. "Roxanne", novo clássico que não impede o público de parar de cantar, apesar de já mostra um pouco de fadiga, ao final a faixa é estendida com o coro do público, então vem a linda "King of Pain", que impede o publico de ficar parado, sempre interagindo, e assim continua a versão bacana de "So Lonely" e culmina com o hit "Every Breath You Take", cantado perfeitamente, parecendo que eles estavam no seu auge ainda. E pra fechar, "Next to You", faixa com pegada de rock rockabilly anos 50 ainda do primeiro álbum da banda, fazendo um show praticamente perfeito para quem esperou décadas pelo retorno da banda em sua até agora definitiva despedida. Chego a conclusão que este álbum supera muito o álbum ao vivo anterior Live !(1995) que são gravações em dois momentos da banda. Talvez por ter se passado vários anos, ele não conseguiu atingir charts no Reino Unido ou EUA, teve só pontuações discretas na Alemanha e Holanda, mas o que não deixa de ser um grande registro.


Conclusão: O The Police, foi uma banda que teve duração curta, mas deixou um legado sensacional para as próximas gerações. Seu envolvimento com rock Reggae/Ska foi primordial para influenciar gerações de outras bandas e artistas pelo mundo, aqui no Brasil mais especificamente o Paralamas do Sucesso e Skank. Praticamente não teve álbum ruim, durante a curta carreira. Vários hits em rádios e um megassucesso com "Every Breath You Take". Infelizmente diferenças pessoais impediram de alcançar voos mais altos, terminando no auge, mas retornado brevemente para um grand finale ! E eles provaram também que não eram bandas apenas de estúdio, ao vivo eles sempre arrasaram. Merece sempre uma boa audição.


Nota para banda :  5 de 5



Nota para Composições: 5 de 5 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Debbie Harry no Liberatum Festival - Salvador - Bahia - Nov/2023

  2023, marcou o quarto retorno do Blondie a América do Sul, após sua última passagem pelo nosso continente em 2018, quando esteve no Popload Festival em São Paulo(sua primeira e única apresentação no Brasil) e em Buenos Aires na Argentina (para um show maior). E lembrando que a Debbie já esteve antes no país em 2012, para alguns eventos em São Paulo(O baile da AmFair e o aniversário da Revista Vogue Brasil) A infeliz surpresa foi que desta vez não tocaram no Brasil mas apenas na Colômbia (dois shows, um em festival e outro sozinhos em outro lugar de Bogotá, como deveria ter acontecido aqui no Brasil quando vieram no Popload Festival). Eles tocaram no Estéreo Picnic, a versão colombiana do Lollapalooza, que aconteceu praticamente na mesma época do nosso festival ( e da Argentina e Chile), mas foram praticamente ignorados pelos promotores de eventos.  Em 22 de março fizeram um show apenas deles no  Chamorro Entertainment City Hall, Bogotá e no dia  24 de Março tocaram no Stereo Picnic Festival com outras bandas. Eles tocaram 14 faixas no primeiro show e 11 faixas no segundo show do festival. A expectativa de mais shows do Blondie na América do Sul, não se concretizaram este ano, pois eles estão tocando em turnês cada vez menores...quem sabe com o lançamento de um próximo álbum, eles não se animam a voltar pra cá ? É esperar 2024...


...Mas, sabemos que a Debbie Harry é viajada e gosta de participar de eventos pelo mundo. E qual foi a surpresa que anunciaram em agosto de 2023, o festival internacional Liberatum agendado para Salvador entre 3 e 5 de novembro de 2023 em sua primeira edição no Brasil. O evento anunciado como gratuito(com ingressos adquiridos antes) para reunir atrações artísticas com as participações da atriz Viola Davis, a atriz Angela Basset além da nossa lendária estrela do rock Debbie Harry, além de celebridades brasileiras como Alcione, Taís Araújo, entre outros. 


Em 19/10, o Liberatum Festival, confirmou nas suas redes sociais, a participação de Debbie Harry no Festival, junto com o amigo e agente pessoal, Rob Roth, para uma palestra após a exibição do filme "BLONDIE: VIVIR EN LA HABANA" (2020), dirigido pelo próprio Roth, um minidocumentário, premiado em festivais pelo mundo sobre a primeira visita do Blondie a Cuba, a convite daquele país para estreitar laços culturais. Junto aos dois, também estaria a artista trans Majur. A ideia é que ambas se unam ao diretor Rob Roth, após a exibição do documentário para uma discussão sobre a importância das trocas e colaborações criativas e culturais. O festival é totalmente gratuito e aberto ao público. No texto do Festival:


"𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐀𝐓𝐔𝐌 𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋 - 𝐃𝐄𝐁𝐁𝐈𝐄 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐘

O nome Debbie Harry evoca muitas imagens: figura seminal do rock-n-roll, cantora complexa, vocalista incandescente, ator e ícone da moda. O sucesso de Debbie no topo das paradas, o espírito destemido e a rara longevidade - incluindo mais de 50 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo e projetos solo aclamados - consolidaram-na como uma força global vibrante e uma formadora da cultura pop.

Com Blondie, inegavelmente uma das bandas mais pioneiras e influentes do nosso tempo, Debbie e o co-fundador Chris Stein uniram os mundos do rock, punk, disco e Reggae com “Heart of Glass” e “Call Me” e inovaram ao combinando hip-hop e pop em “Rapture”. Seus sucessos de décadas levaram a banda ao Hall da Fama do Rock 'N' Roll em 2006. Debbie também teve uma colaboração de longa data com o grupo de jazz americano aclamado pela crítica, The Jazz Passengers, fiel da música livre de Nova York. -cena de jazz. Sua voz espetacular transborda uma elegância sofisticada raramente ouvida na música pop, enquanto ela continua a infundir em seu trabalho uma sensibilidade artística requintada. Sua recente visita a Cuba se transformou em seu mais recente documentário dirigido por Rob Roth, “Blondie: Vivir En La Habana”, onde celebra um belo intercâmbio cultural. Fora da música, Debbie também se envolveu em uma carreira de sucesso como atriz, com mais de 30 papéis no cinema e na televisão (incluindo Videodrome, Hairspray e Heavy, para citar alguns). Ela se tornou e continua sendo um verdadeiro tesouro nacional, cuja influência continua a impactar o mundo da música, da moda e da arte.

Mais recentemente, em outubro de 2019, Debbie tornou-se autora de best-sellers com o lançamento de seu livro de memórias, FACE IT. De uma irreverente deusa punk do Lower East Side a uma genuína embaixadora internacional do cool de Nova York, Debbie Harry será para sempre sinônimo daquele espírito punk que vive em algum lugar dentro de todos nós."


No sábado dia 28/10, o Liberatum Festival, confirmou os dias e horários das palestras e shows, incluindo a Debbie: 

Debbie Harry e Rob Roth apresentaram o Blondie: Living in Havana no primeiro dia, 03 de Novembro 2023 as 13 horas no Centro de Convenções de Salvador. Depois uma palestra dela , Rob e a(o) Majur(artista trans baiana), tudo relacionado a um evento gratuito, mas que necessitaria de ingressos vendidos online para entrar...e que se esgotaram em poucas horas, fazendo muita gente se revoltar...


A vinda - Debbie Harry retorna ao Brasil...desta vez na Bahia...

A chegada - 01/11/2023

Debbie Harry, acompanhada do diretor/produtor Rob Roth e do maquiador e amigo, Miss Guy, partiram de Nova Iorque no voo da United Airlines as 23:45 do dia 31 de outubro, sem escalas até o Aeroporto Internacional de Guarulhos-SP, chegando aproximadamente as 10:05 da manhã do dia 1° de Novembro. No mesmo dia logo em seguida fizeram uma conexão  para um voo doméstico até Salvador, na Bahia, chegando na parte da tarde. A espera no Aeroporto Internacional de Salvador, já tinha uma pessoa (única) com uma placa com o nome da Debbie...e mais nada...nenhuma recepção especial.


Debbie e sua trupe seguiram para o FERA PALACE HOTEL de Salvador. Rob Roth publicou uma foto do trânsito em Salvador no final da tarde, para marcar a sua chegada.

A noite, ele ainda postou no rooftop do hotel, uma foto que segundo ele foi tirada pela própria Debbie. 

https://www.instagram.com/p/CzH51ijO0mw/


Dia 02/11

Logo pela manhã, Debbie, Rob e Miss Guy desfrutaram de um delicioso café da manhã no Fera Palace Hotel.



Depois, aproveitando o período livre da manhã, fizeram um passeio a pé por Salvador. A cidade estava toda parada por causa do feriado de Finados. Um dos registros dela foi feita por Rob Roth, andando pela Praça Castro Alves...




A tarde Rob (possivelmente sem a Debbie) foi para um evento do bloco afro Ilê Aiyê, na Bahia.


Na noite de quinta-feira, no dia 02/11, houve um jantar de boas-vindas dos convidados antes do Festival Liberatum no Fera Palace Hotel, que contou com a presença de Debbie, Rob e Miss Guy e várias personalidades VIPs. O jantar foi  assinado pelo chef Fabrício Lemos, do Grupo Origem e teve muita música e dança durante a noite. "Para nós, é uma imensa satisfação apoiarmos um evento como o Liberatum, que visa colocar no centro do debate pautas antirracistas e a favor da diversidade. Essa será uma grande oportunidade de Salvador, a cidade com maior população afro fora da África, mostrar ao mundo a sua riqueza, seus costumes e cultura", celebra o CEO da Fera Hotéis, Antônio Mazzafera, anfitrião do encontro. 

Debbie usava um look que misturava P&B, brilho e estampa.

Entrada triunfal


Pose no rooftop do Fera Palace Hotel 

Debbie entre Miss Guy e Majour


Antônio Mazzafera, anfitrião do encontro, aproveitou para tietar um pouco a Debbie...


Dia 03/11 

Dia 03 de novembro foi o grande dia da palestra da Debbie, no primeiro dia do Liberatum Festival no Centro de Convenções na Orla da Boca do Rio em Salvador, capital baiana. A palestra começou por volta as 13:20 da tarde. Ainda no vestiário tocando a maquiagem e fazendo o cabelo, Majur, respondeu algumas perguntas, entre elas se conhecia o trabalho da Debbie ou escutado o Blondie. Majur disse que sim, conhecia as músicas do Blondie e admirava a Debbie Harry por ser uma pioneira no rock em um ambiente só de homens. Antes dos bastidores pouco antes da entrada, Rob Roth fez um registro da Debbie e Majur juntas.



Debbie estava usando um vestido com a frase "War No", em referência aos conflitos no Oriente Médio e a Guerra na Ucrânia.




O documentário Blondie: Living in Havana, foi exibido com legendas antes da entrada dos palestrantes.



 Então os convidados foram chamados ao palco para discutir sobre a importância das trocas e colaborações criativas e culturais e também refletir sobre o papel da música na autoafirmação e nas revoluções feministas e inter-raciais. Tudo foi mediado pelo diretor americano Rob Roth. Mas o durante este debate, houve problemas técnicos referentes a tradução e áudio. O tradutor meio que se perdeu na tradução, repetia em inglês a mesma coisa que o interlocutor falava e cortava algumas vezes a frase da pessoa e Rob teve problemas em se expressar durante o evento, a ponto de  ter que refazer algumas vezes sua pergunta em inglês para a Majur, entender na tradução em português.  Um fã chegou a fazer perguntas para a Debbie, mas ela acabou também não entendendo e chegou a reclamar do eco e da altura. Rob Roth, chegou a fazer uma concha com as mãos na sua orelha pra poder entender o que estavam dizendo. Foi então que trocaram o tradutor no meio da palestra e a discussão melhorou .








Majur exaltou a contribuição de Debbie para o protagonismo feminino na música, e falou sobre a importância da arte enquanto instrumento para legitimar sua própria identidade como uma mulher trans: "Toda vez que falamos de mulher na música, ela(Debbie Harry) é uma das principais referências. Ela é a primeira mulher a cantar em uma banda só de homens. Se tem uma coisa que me possibilitou ser quem eu sou foi a música. Pois parecia ser mais fácil entender a imagem artística do que de fato entender a humanidade daquele corpo. É por isso que eu amo a música, porque ela me deixa ser quem eu sou”, completou.

Debbie respondeu: “Eu estava brincando com a ideia de ser uma mulher muito feminina liderando uma banda de rock masculina em um cenário extremamente machão”, 


Em meio ao debate, Majur perguntou à Debbie sobre o momento em que ela percebeu que era uma pessoa famosa:

“Eu acho que nos anos 90. Eu estava saindo de um período de semi aposentadoria e eu fui pra uma sessão de fotos e aí alguém disse que eu era um ícone. Eu fiquei chocada, porque para mim um ícone é uma figura religiosa, russa”, respondeu a americana.


Questionada por um fã da plateia sobre como se sentia estando em Salvador, a cidade mais preta fora da África, Debbie afirmou estar muito “honrada”. Ela ressaltou que sempre escutou música preta e que a arte a fez expandir as fronteiras emocionais e também inter-raciais.  Agradecida por ser de Nova Iorque, a americana contou ao público sobre a recorrência de conhecer novos artistas através do rádio da sua casa: “Eu sempre tive a influência dos artistas negros e, sim, então, nesse respeito, eu me sinto muito confortável e eu acho, claro, que a música é a internacional,  inter-raciais, intersexual, é o animal”.


A artista também revelou que Carmen Miranda e o filme “Orfeu Negro” são as suas principais referências de arte brasileira. Já Majur citou a modelo Naomi Campbell e a cantora Beyoncé como suas inspirações norte-americanas.

Em um momento marcado pela emoção, Majur recebeu a mãe no palco. Ela exaltou a filha e destacou a trajetória da artista. “Você tem uma grande mãe”, disse o diretor Rob Roth à Majur.



Uma iniciativa do mediador, Rob Roth, tornou a palestra mais interessante ao convidar algumas pessoas do público para realizar perguntas à mesa presente. Além do também cantor Hiran que foi até o encontro de Debbie para realizar sua pergunta, um outro fã teve destaque ao elencar o prefixo “trans” como chave daquela mesa. Para ele, Majur, uma mulher trans e Debbie uma transgressora estão unidas através do tempo pelas mudanças que realizaram na sociedade.

Após essa fala o Robb Roth ainda completou apontando a música como “grande equalizadora das diferenças”.


Houve uma discussão sobre infância, dos pais incentivarem os filhos desde cedo o lado artístico. Rob Roth disse que a arte foi uma forma de se encontrar novamente: “eu tive as artes e essa foi a minha escapatória”. No embalo, a cantora norte-americana Debbie Harry recordou de um episódio na infância que a influenciou bastante na caminhada de se tornar uma grande estrela do rock: 

“Eu me lembro quando era pequena e uma vez fui chamada para cantar em um brincadeira chamada ‘Casamento da Cinderella’. E eu cantei tão baixinho, diminuindo tanto a minha voz, porque eu tinha um medo, era muito tímida, mas foi ali que eu enxerguei primeiro a minha capacidade de ser o que eu sou e de cantar. Essa foi uma situação específica que me marcou muito e eu agradeço a aquela garotinha”.

vídeos:


Nos bastidores, ainda teve gente que conseguiu tietar Debbie, como foi o caso do espanhol Kleykafe (assessor da atriz Rossy de Palma), que levou sua Barbie Debbie para ela autografar e tirar umas fotos de recordação



Após a palestra, ainda teve uma sessão de fotos oficiais de Debbie e Majur 


A palestra chegou a ser mencionada no Jornal Nacional da Rede Globo, com imagens rápidas da palestra, mas sem mencionar diretamente Debbie Harry.

Se de dia foi dedicado as palestras...a noite foi a vez de jantar e festa para os convidados. 

Na noite do dia 03/11, o evento Liberatum, preparou uma homenagem para a cantora Alcione com o Prêmio Honra Cultural. Para dar início as celebrações, o fundador da Liberatum Pablo Ganguli, Paula Bezerra de Mello e Rubén Escartín, CEO da Prima Empreendimentos, patrocinadora do festival, receberam convidados para um coquetel intimista no bar do Hotel Fasano. Entre eles, Angela Basset, Rossy de Palma, Seu Jorge, Debbie Harry, Angela Missoni, Taís Araújo e Erika Hilton, que posaram com exclusividade para as lentes de Thiago Bruno antes de seguir para o jantar no restaurante Amado em homenagem a Alcione. Após o jantar, a festa continuou no rooftop do Hotel Fasano.

Debbie usando um vestido curto preto com estampas, chegou acompanhada do amigo e diretor Rob Roth. 


Debbie Harry e Rob Roth


Momentos de muita alegria e desconcentração, Debbie tirou algumas fotos com a atriz espanhola, musa dos filmes de Pedro Almadovar,  Rossy de Palma. e outros convidados como a promoter Paula Bezerra, Angela Missoni e Kleykafe.


Paula Bezerra de Mello, aproveitou pra tietar Debbie e Rob.

Novamente Kleykafe  não perdeu a oportunidade.


 E fecharam a noite com uma surpresa inesquecível: uma performance de Seu Jorge. O músico, que palestrou em um dos encontros mais impactantes do festival, se juntou aos amigos Magary Lord e Fábio Alcântara na voz e violão – e flauta – reunindo os convidados eufóricos na varanda do restaurante do hotel até as 3 da manhã.


04/11 - Sábado

De manhã Rob foi para piscina do hotel (possivelmente com a Debbie, mas não temos registros) .Na noite deste sábado, a atriz Angela Bassett, eterna rainha de Wakanda nos filmes Pantera Negra e convidada de honra do evento, foi a homenageada e não faltaram famosos para brindar com ela. E o palco da recepção foi o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira, na capital baiana.


Miss Guy e Debbie Harry

Debbie Harry compareceu em um look totalmente rosa...magnífica. Ela novamente veio acompanhada de Rob e de Miss Guy. Teve self com Rossy de Palma e sua turma.


Olha  a self, minha gente....

Debbie ainda tirou um tempo para 'pitar' um cigarrinho, mostrando que ainda não perdeu seus velhos hábitos viciosos...





05/11 e além...

Domingo, Rob foi para festa aberta na Praça Cayru, no bairro do Comércio, em Salvador na parte da tarde e na Segunda feira ele esteve em um passeio de barco pela orla de Salvador. E na terça-feira dia 07/11, ele ainda publicou fotos andando pelo centro de Salvador e visitando a Igreja do Senhor do Bonfim . Mas todas estas visitas ele estava sem a Debbie. É possível que ela tenha ido embora para os EUA entre domingo(05/11) ou segunda-feira(06/11). No dia 17/11, Debbie e Rob estavam programados para um evento semelhante em Madrid, capital da Espanha no Festival Rizoma, então a terceira aventura brasileira da Debbie Harry na nossa terra foi basicamente isto, palestras, passeios, jantares e festas...e quase nada de destaque na imprensa, infelizmente. Esta foi a última imagem da Debbie com Rob no Brasil possivelmente tirada no domingo em lugar desconhecido na parte da noite.



Fatos relevantes e delirantes....
Alguns fãs e transeuntes que estiveram no evento em Salvador, dizem que Debbie comeu acarajé , uma jornalista que acompanhava o evento, disse que Debbie ficou com ela bebendo cerveja e falando sobre o Blondie...mas vai saber se isto realmente aconteceu...mas por que não ?


Esperamos que Debbie tenha aproveitado sua presença no nosso país. Ela tinha um sonho na qual revelou a imprensa brasileira a mais de 30 anos, que gostaria de um dia conhecer a Bahia e ver a a Festa de Oferendas de Iemanjá durante a virada de ano. Talvez vingue um dia... no mais, até breve Debbie, ano que vem teremos os 50 anos do Blondie e possivelmente novo álbum. Ficamos na espera de um segundo retorno da banda no nosso país....Ela realmente ama o Brasil !!! E nós também amamos ela !!!



Fontes:

https://g1.globo.com/ba/bahia/novembronegro/noticia/2023/11/03/festival-liberatum-em-salvador-debate-afrodiaspora-e-cultura-negra-nossas-historias-ainda-nao-foram-contadas-diz-viola-davis.ghtml


https://atarde.com.br/cultura/debbie-harry-e-majur-exaltam-poder-da-musica-me-deixa-ser-quem-eu-sou-1247679?fbclid=IwAR3-9nIASr9nCMmRYu_8ppyCDe7hxeRi6vOQRSFLNjpnE1jkxBQTzGO3Ljo


https://aloalobahia.com/notas/icone-do-rock-mundial-debbie-harry-participa-de-encontro-emocionante-em-salvador-saiba-como-foi


https://www.noticiasavera.com.br/liberatum-majur-se-junta-a-estrela-do-rock-debbie-harry-e-rob-roth-para-falar-sobre-importancia-da-musica-nas-suas-vidas/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter


https://jornalmassa.com.br/entretenimento/liberatum-majur-debbie-harry-e-rob-roth-refletem-sobre-infancia-1239247


https://gshow.globo.com/tudo-mais/tv-e-famosos/noticia/famosos-chegam-ao-jantar-do-liberatum-em-salvador.ghtml


https://forbes.com.br/forbeslife/2023/11/coquetel-no-fasano-salvador-reune-grandes-personalidades-do-festival-liberatum/#foto11


https://gshow.globo.com/tudo-mais/tv-e-famosos/noticia/angela-bassett-e-homenageada-no-festival-liberatum-em-salvador.ghtml